Page 22 - Telebrasil - Maio/Junho 1993

N o B r a s i l :
A d i s p u t a I r i d i u m , G l o b a l s t a r ,
Todo mundo quer um
terminal de bolso para
poder se comunicar de
onde estiver.
Mundialmente!
Organizações brigam
para serem as primeiras a
oferecer este serviço.
ucm fala cm comunicação mó­
vel, universal, pensa em satéli­
tes dando cobertura global. Os
LEOs {Revista Telehrasil, M /J
92,p. 44/45 ) que são artefatos
em órbita de média e baixa altitude
têm que ser diversos porque se mo­
vem no céu cm relação ao solo. Já os
GEOs — de gcocstacionários, cm ór­
bita alta — ficam como que parados
em relação a um observador terrestre.
Os LEOs, estando mais perto da
terra, seu sinal chega mais forte ao
terminal móvel e vice-versa, mas há o
problema da comutação de sinais en­
tre satélites que se movimentam. Sis­
temas GEOs são do tipo Intclsat, In­
marsat e Brasilsat que todos conhe­
cem. Estando distantes, eles dão maior
cobertura, com poucos artefatos, mas
o sinal tende a ser mais fraco c há
retardo na conversação, que surge sob
a forma de um eco indesejado, a ser
eliminado.
A v e n t u r a
Sistemas móveis, via satélite, são
aventuras universais — geopolíticas
c geocconômicas. Satélites destinados
a cobrir a América do Norte, por exem­
plo, pelas leis físicas que comandam
as órbitas, também alcançarão, ne­
cessariamente, a América do Sul que
passa a ser um cliente “ natural” dos
sistemas norte-americanos.
Existe uma dezena de sistemas de
comunicações móveis, via satélite, sen­
do planejados no mundo. Na prática,
é provável que nem todos poderão
ser implantados, por limitações do es­
pectro dc frequências,'um bem escas­
so. A World Administrative Radio
Conferencc-Warc’92, alocou as fai­
xas de 1610 a 1626.5 MHZe de 2483.5
a 2500 MHz para serviços móveis ter­
restres, via satélite (Telehrasil, S/O
92, p.50/51.
I n m a r s a t
Reportagem: Joào Carlos Pinheiro da Fonseca.
Durante a última Telexpo, em São mas O. Calvit, assistente da více-pre
Paulo, ocorreu a apresentação de dois sidência, da Loral Qualcomm Sat. Ser
sistemas LEOs, ambos norte-ameri­ vices; e Ahmad Ghais, diretor de en
canos — o Iridium e o Globalstar — genharia e operações da Inmarsat.
e um GEO, o sistema da organização O sistema Iridium está sendo estu
internacional Inmarsat, todos fazen­ dado no Brasil pelo Minicom, tende
do o seu marketing junto à platéia a Embratel na consultoria técnica (po­
brasileira. Os contendores foram, res­ lítica ?) e já gerou muito contato de
pectivamente, Gordon J. Comeford, executivos da Motorola, com autori­
vice-presidente sênior e gerente geral dades de diversos ministérios, em Bra­
do sistema Iridium, da Motorola; Tho- sília. A Loral Qualcom, COm sede no
estado de Maryland, Estados Unidos,
está chegando ao Brasil. A Inmarsat
é velha conhecida do sistema Tele-
brás. O Brasil é país membro dessa
organização, vem de aumentar sua par­
ticipação na instituição e acaba de no­
mear Artur Schechtman, da direto­
ria de comunicações internacionais da
Embratel, para vice-presidente e fu­
turo chairman da Inmarsat.
A Motorola — uma empresa que
fabrica desde terminais radio celula­
res até microchips — procura investi­
dores e participantes internacionais pa­
ra seu sistema Iridium. Já demons­
traram interesse, dentre outras, as ad­
ministrações da Argentina, Canadá,
índia, México, e Venezuela. 21 em­
presas japonesas vão aderir ao proje­
to. A Iridium Inc. já firmou contrato
com a Motorola Inc. no valor de
US$3.37 bilhões, para o segmento es­
pacial e para as facilidades de contro­
le associadas. Com isto, jogou-se por
terra o mito que fabricar e operar
sistemas são atividades comercialmen­
te incompatíveis.
Concebido em 1987 pela Motorola
e desenvolvido por um esforço de en­
genharia de 900 técnicos/ano, o pro­
jeto Iridium compreende uma conste­
lação de 66 satélites — o número ori­
ginal era de 77 que é o número atô­
mico do Iridium — destinados a ilu­
minar o solo com três mil feixes de
microondas concentrados. Os 66 sa­
télites serão distribuídos em seis pla­
nos. Os Iridium ficarão a cerca de
420 milhas naúticas (780 mil quilô­
metros) acima da terra e se interco-
nectarão, entre si, no espaço.
Vinte e setes satélites Iridium se­
rão lançados por três foguetes russos.
Protons, da Krunichev Enterprise. 0s
demais, decolarão de cinco em cinco,
levados por um foguete Delta-2 nor­
te-americano, da McDonnel Douglas.
Inmarsat. O sistema Iridium pretende ocupar 10..'