Page 11 - Telebrasil - Julho/Agosto 1993

to quanto da transmissão do docu­
mento, tende a ampliar fronteiras e
eliminar diversos procedimentos exis­
tentes na comunicação interempresa-
rial. A partir do momento em que o
padrão definido para o documento -
o Edifact - e o padrão de transmissão
(X.400) se consolidarem no Brasil, o
processo se tornará mais ágil e deixa­
rá de existir a preocupação das em­
presas com os tipos de equipamentos
e de documentos a serem usados, e
com o padrão de comunicação que
cada uma utiliza. A criação do Sim-
pro vai acelerar o início do processo
de migração dos padrões proprietá­
rios de documentos, definidos seto­
rialmente, para o Edifact.
A Método, juntamente com a Em-
bratel, utiliza desde 1991 um softwa­
re até então inédito no Brasil para
comunicação eletrônica entre empre­
sas. Trata-se do Pigeon Mail, no for­
mado Edifact (padrão homologado pe­
la ONU) e no RND (padrão Anfa-
vea). Apresentando um programa to­
talmente em português, o Pigeon Mail
padroniza e compatibiliza informações
entre empresas que utilizam o EDI,
porém rodam com softwares diferen­
tes.
Resumidamente, o software Pigeon
Mail funciona como mostra o gráfico
C o n g r e s s o e e m p r e s á r i o s
d i s c u t e m p o l í t i c a
A Comissão de Ciência e Tecnologia
da Câmara dos Deputados deve propor
mudanças ao anteprojeto do governo que
estabelece as normas para compra de equi­
pamentos de telecomunicações. A idéia é
especificar melhor as diferenças entre as
classes de fornecedores. Pela proposta do
governo, há uma diferença entre os pro­
dutos fabricados no Brasil e os produzi­
dos no exterior. Este assunto foi discuti­
do, em meados de junho, em reunião in­
formal com a Telebrás e as empresas do
setor.
Os deputados quiseram ouvir a opi­
nião da iniciativa privada antes de ser con­
cluído o relatório da comissão. O relator,
deputado Arolde de Oliveira, que, naque­
la ocasião, estava otimista, disse que o
texto final para votação deveria sair o
mais breve possível, cujas sugestões serão
encaminhadas ao Ministério das Comuni­
cações (Minicom).
A proposta do governo é priorizar a
compra de produtos nacionais. As em­
presas vinculadas ao ministério poderiam
fazer licitação entre produtos nacionais
até mesmo nas aquisições de produtos com­
nesta página: a empresa X, que pos­
sui um software do tipo 1, envia sua
informação para a caixa postal ele­
trônica, que recebe esses dados e tra­
duz sua formatação. A empresa Y,
que possui software do tipo 2 (por­
tanto, não compatível), pode buscar
essa mesma informação na caixa pos­
tal, pois o Pigeon Mail retraduz esses
dados para a linguagem do computa­
dor em questão, e vice-versa.
Por outro lado, utilizar o EDI pa­
ra agilizar a entrega de cargas foi a
decisão tomada, há quase dois anos,
pela transportadora Rodoviário Mi-
chelon. Segundo Marco Polo, geren­
te do CPD da empresa, “ com o siste­
ma podemos programar qual o veícu­
lo mais adequado para transportar de­
d e T C s
pletos. A licitação internacional é permi­
tida apenas quando os produtos nacio­
nais tiverem preços, qualidade, desempe­
nho, prazo de entrega ou suporte de ser­
viços pouco adequados, se comparados
aos produtos importados.
O maior questionamento - principal-
mente entre as empresas de tecnologia bra­
sileira - é que se deve considerar o local
de produção do bem, e não a origem do
capital ou da tecnologia da empresa. A
discussão, porém, não deve terminar an­
tes de setembro. O governo propôs, ini­
cialmente, quinze
dias para as suges­
tões, prazo que se en­
cerrou no dia 12 de
junho último, tendo
sido enviado ao Mi­
nicom, no dia 14 do
mesmo mês, pedido
de prorrogação do
prazo por 90 dias,
alegando que havia
pouco tempo para o
Deputado Arolde de
debate.«
( i .P .)
terminada mercadoria sem desperdí­
cio de espaço e de tempo’’.
Para Wlamir Carvalho, diretor do
Grupo 3i, “ os Estados Unidos detêm
60% de EDI no mundo, seguidos pe­
lo Japão e Europa. O Mercado Co­
mum Europeu é o que mais cresceu,
nos últimos anos, na adoção do siste­
ma e, somente no Brasil, estima-se
que US$ 35 milhões a US$ 50 mi­
lhões sejam investidos em produtos e
serviços EDI nos próximos dois anos.
Estes números reforçam a condição
de obrigatoriedade na adoção de EDI
para as empresas que desejam con­
quistar ou consolidar mercados no ex­
terior” .» (*)
(*) Com a colaboração da ACS/Embratel.
Telesp lança
novo serviço
A Telesp lançou, recentemente, na
capital paulista, o Datafone 64, serviço
da área de comunicação de dados que
utiliza a infra-estrutura da rede digital
da empresa, com linhas comutadas de
alta velocidade. São dois mil terminais
para atender clientes da Grande São Pau­
lo, Campinas e São José dos Campos.
Além de servir de suporte para video­
conferências, o Datafone 64 permitirá
interligação de redes locais de compu­
tadores pessoais, transmissão de fotos
coloridas, editoração eletrônica e apli­
cações em telemedicina como a trans­
missão de tomografia computadoriza­
da e outros exames complexos.
O serviço utiliza linhas comutadas,
o que representará, segundo a Telesp,
maior economia de custo para os clien­
tes, pois a tarifação será proporcional
ao tempo de uso. Os sistemas de video­
conferência demonstrados pela Telesp
são da norte-americana Picturetel, dis­
tribuídos no Brasil pela GAP. Grande
parte das empresas de telecomunicações
e de informática dos Estados Unidos
está introduzindo e comercializando seus
produtos no Brasil através de parceria
com empresas nacionais.»
Oliveira.