Page 54 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1992

ra uso em dispositivos de entreteni­
mento. Este tipo de laser é produzido
em larga escala no Japào, mas de qua­
lidade inferior aos dispositivos para
equipamentos profissionais, como os
fabricados pela AsGA. Os lasers da
AsGa podem alcançar confiabilidade
de meio milhão de horas em funcio­
namento.
As origens da empresa AsGa re­
montam à incursão do grupo Docas
na área da tecnologia. Em 1986, vi­
sando a verticalização do grupo, foi
criada a Elebra Microeletrônica, des­
tinada a se ocupar de circuitos inte­
grados, optoeletrônica e fibra óptica.
A área de circuitos integrados foi re­
passada ao grupo Itaú e hoje consti­
tui a Itaucom, que se especializou na
montagem e encapsulamento de me­
mórias com chips importados. A área
de fibra óptica, depois de negocia­
ções com a Telebrás, não teve evolução.
Em relação à optoeletrônica, a Ele­
bra foi uma das duas empresas quali­
ficadas para receber tecnologia do
CPqD. Com a retirada do grupo Do­
cas, a Elebra Telecomunicações pas­
saria a fazer parte da Alcatcl, a Ele­
bra Informática se associaria com a
empresa de computadores Digital c a
Elebra Microeletrônica se transforma­
ria na atual AsGa.-r
I n f o n e t : P r i m e i r a
a m p l i a n e g ó c i o s
A Infonet Services Corporation, lí­
der mundial em comunicação inter­
nacional de dados, com 37,4% do mer­
cado internacional e 23 anos de atua­
ção em mais dc 120 países, anunciou,
para ainda este ano, um aumento de
US$400 mil nos seus investimentos no
Brasil e na Argentina.
De 28 de setembro a 2 dc outubro
esteve em visita a São Paulo e Bue­
nos Aires, José Collazo, presidente
da empresa. Na capital paulista man­
teve encontros visando ampliação das
atividades no Brasil e lançou dois ser­
viços inéditos no País, voltados para
as empresas brasileiras com operação
no exterior. Em Buenos Aires inau­
gurou um nó de rede, através de um
acordo com a Startel, empresa admi­
nistradora das telecomunicações ar­
gentinas.
No Brasil a Infonet já possui um
nó de rede desde o ano passado. Des­
ta vez a empresa anuncia conversa­
ções avançadas com a Embratel no
sentido da instalação dc novos equi­
pamentos e sistemas. Trata-se do “ In-
folan” , um serviço de interligação de
A química da AsGA
A química da AsGa é formada por sada depois para Claúdio, um irmão
gente de alto nível. O sócio fundador, de Carlos Ignácio.
José Ellis Ripper F°, de 53 anos, é Mário Ripper, um irmão de José
carioca, formado pelo ITA (61). Tra­ Ellis, formado pela PUC e ITA, foi
balhou no Instituto de Pesquisas da assessor de tecnologia do grupo Do­
Marinha-IPQM. Sua tese de mestrado cas. O pai de Ripper é um engenheiro
versou sobre circuitos de tevê e a de formado pela Escola Polytechnica (lio*
je UFRjj. A esposa de José Ellis é
doutorado, pelo Massachuset Institute
o f Technology-MIT, em 1966, já en­ professora da Unicamp, orientada pa­
volvia laser. Ficou nos “Bell Labs” ra uso da informática na educação. Tor­
até 1971, vindo depois para a Unicamp, nado empresário em 1988, ao fundara
onde fundou o Laboratório de Dispo­ Asga, José Ellis ainda leciona, na Uni­
sitivos e o Departamento de Física Apli­ camp, “Estudos de Problemas Brasi­
cada. Foi diretor do Instituto de Físi­ leiros ’ \
ca, hoje com 140 doutores, e o primei­ Um conselheiro da AsGa, João Au­
ro presidente da Fundação da Unicamp- gusto MacDowell, ex-funcionário da
Funcamp. CTB-SP (hoje Telespj, é empresário
Em 1982, por contrato com a Se­ da área metalúrgica e dirige a Associa­
cretaria Especial de Informática-Sei, ção de Empresas de Administração Par-
projetou, com Carlos Ignácio Mam- ticipativa-Ampar. O diretor técnico da
manna, o Centro de Tecnologia de In- As Ga é Francisco Carlos Prince, “o
formática-CTI. No ano seguinte, Rip­ melhor aluno que já tive“, segundo
per já como diretor técnico da Elebra, José Ellis. Já Francisco Mechhi, que
do grupo Docas, passou a desenvolver veio da área de produção da Elebra, é
equipamentos de TCs e informática. o homen de marketing da AsGa. Rip­
Em 1986, passou a presidente da Ele­ per, Prince, MacDowell e Mechi, em
bra Microeletrônica, cargo acumulado partes iguais, são sócios da AsGa.
com a direção técnica do grupo, pas­
(JCF)
d o m u n d o
c o m B r a s i l e A r g e n t i n a
redes locais, e o “ VPDN-Virtual Pri-
vate Date Network” , um sistema de
acessos cm altas velocidades. Este úl­
timo ideal para empresas com alto
volume de tráfego de dados.
Comparado com 1991, o volume
de dados trafegados na rede da lnfo-
net em 1992, simplesmente triplicou.
Para 1993 a expectativa é de que o
resultado deste ano se multiplique por
dois. “ A globalização dos negócios,
os primeiros resultados positivos do CVRD-Cia. Vale do Rio Doce, Pe-
Mercosul e a resposta que o mercado trobrás, Aracruz Celulose, Metal Le­
brasileiro vem proporcionando à ln- ve, Cofap e Duratex.
fonet, caracterizam o Brasil como país Atualmente, sua composição acio­
estratégico para novos investimentos” , nária compreende as administradora-'
declarou José Collazo. estatais de telecomunicações da Fran­
Com faturamento anual da ordem ça (Transpac), Alemanha (Deutsch
de US$340 milhões, a empresa, se­ Bundespost), Espanha (TelefônicaS^'
gundo seu presidente, está apostando vicios S.A .), Bélgica (RTT), Holan?;
na mudança do conceito de utilização (PTT Telecom), Suécia (Swedish
da comunicação internacional de da­ lecom International AB), Suíça (S''1.
dos. Segundo Frederico Carvalho, di­ PTT), Japão (KDD), Cingapura»
retor da Interpac Telemática, repre­ gapore Telecom International * »
sentante da Infonet no Brasil, os no­ Ltd.), Austrália (Telecom Austra
vos investimentos poderão alavancar e, nos Estados Unidos, pela e m p f l
ainda mais a internacionalização das privada M C I.» $
empresas brasileiras. Entre elas, a