Page 35 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1990
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ter o domínio da tecnologia que consti tes de abrirmos as portas irrestritamente Software
tui, afinal, o verdadeiro “ pulo do gato’’. ao exterior, o que poderá produzir um to
Quanto ao mercado brasileiro de inform á tal retrocesso para o futuro” . A indústria de software representa
tica, ainda que não desprezível, ele só cres Benito Paret, ex-presidente da Flupe- um faturamento entre sete a oito vezes
cerá com o aumento da renda per capita me, entidade da pequena e média empre maior do que o da indústria de hardware.
da produção. Em relação à tecnologia, sa, acha que a Política de Reserva de Mer No Brasil, porém, a repartição ainda se
ter gente preparada é fundam ental e co cado foi benéfica, ainda que tenha peca dá meio a meio. Cristopher Patterson,
mo observa Georg Herz, da Unysis, “ a- do pelo autoritarism o dos tecnocratas que da Assespro, entidade representativa dos
qui ocorre um grave déficit de pessoal pre a aplicaram e pelo excesso de verticaliza- produtores de softwares nacionais, acha
parado na área de inform ática.” ção dado ao modelo. Ele adverte que não que a Reserva de Mercado não protegeu
As multinacionais contornam o proble se deve temer a proteção do Estado, por a indústria brasileira de software que apren
ma de escala distribuindo a produção en que “ todo pais faz isto” , e lembra que a deu, assim, a competir com os revendedo
tre diversos países — cada país se especia dependência tecnológica “ é um fator ini res de produtos estrangeiros — representa
liza num produto — e intercam biando bidor de qualquer desenvolvimento” . dos pela ABES — e com as cópias ilegais
os excedentes e o da tecnologia, m anten O problema do desenvolvimento da tec ou piratas de programas. “ A aplicação
do sua pesquisa central nos laboratórios nologia acaba desembocando nas limita da similaridade, no caso do software, não
que mantém nos países desenvolvidos. ções que são impostas à indústria pelo sis funcionou, visto que basta ser emitida no
Já cabe à empresa nacional descobrir um tema do ensino brasileiro, que é deficien va versão de um programa para invalidar
“ nicho” em que ela saiba produzir e ven te. Por outro lado, o apoio que deveria todo o processo”
der melhor o seu produto ou então recor ser dado ao desenvolvimento tecnológico Dentre as reivindicações da indústria
rer, temporariamente, à Reserva de M erca pela empresa privada tem sido mínimo e brasileira de software, destacam-se: gozar
do. pelo Governo tem sido insuficiente. Res da alíquota especial para im portar equipa
ta recorrer, então, à tecnologia externa, mentos de hardware para fins de desen
Abertura o que “ custa caro e é ineficaz por que o volver programas; ver o software sendo
saber tecnológico se esconde é nas cabe considerado, legalmente, como um produ
Quantas empresas nacionais irão sobre ças das pessoas” , resume Roberto Josuá, to e não como um serviço; ver o poder
viver com a abertura do mercado ao exte da Fininvest. de compra do Estado sair do discurso e
rior é a interrogação que muitos se fazem, A Sociedade Brasileira de Computação se tornar realidade; ter a criação de um
ainda que, como expressa Heitor Couto, — SBC, que congrega o pensamento da Fundo, com o dinheiro arrecadado através
da Associação Brasileira de Superm erca comunidade universitária e de pesquisado da taxação do software estrangeiro e a ser
dos, cujos associados são grandes usuá res ligados à computação, defende o pon destinado a um Centro de Desenvolvimen
rios de informática: “ a indústria brasilei to de vista que a Secretaria de Ciência e to de software. Para Cristopher Patterson,
ra de informática é hoje adulta e saberá Tecnologia busque recursos adequados e a indústria de software poderá vir a ser
competir, bem como já efetuou diversas crie uma força tarefa para reestruturar o a salvação da lavoura, ao se verificar o
joint-ventures, que a fortaleceu” . O utro ensino e a pesquisa de informática no Pa declínio da indústria nacional de hardwa
usuário, Adolpho de Oliveira, opina, po ís, tudo isso num prazo máximo de seis re o que poderá suceder com o término
rém, que “ devemos pensar duas vezes an meses. da Lei 7232 (JCF)
Medição, a resposta hoje para o futuro
A passagem da clássica form a analógi to permite conhecer de perto os proble pla digitalização da rede, o sistema não
mas técnicos da operadora, e em conjun
chegará a RSDI. E exatamente aí que en
ca de transmissão para a digital rom
peu tradicionais limites das telecomunicato com a W&G buscar soluções mais exi tra a participação da W&G, trazendo tec
ções e exigiu novas sistemáticas e conse gentes que as estritamente necessárias” . nologia e experiências do exterior para o
quentes padronizações, possíveis através Abordando em profundidade aspectos Brasil, e assim ajudar a agilizar a im plan
de medição para que nenhum pulso ou tecnológicos, o eng. Cristiano H. Ferraz, tação de serviços integrados” . Assessoran
bit seja perdido; imposição coerente com gerente de tecnologia, adiantou que “ a do os trabalhos da apresentadora, Evan-
a Era moderna. rede de longa distância de microondas, dro Klen, gerente de dados e sistemas,
Para explicar os conceitos desenvolvi espinha dorsal do sistema, terá pela fren adiantou que sua empresa “ vem investin
dos na área e que nortearão o transporte te novos serviços que estão sendo progra do em recursos humanos, como contribui
de novos serviços de inform ação, via gran mados via digitalização. Para isso, seus ção ao desenvolvimento técnico nacional” .
des redes digitais, técnicos da Wandel & técnicos terão de receber enfoques e parâ Encerrando o seminário, Luiz Felipe
Goltermann, empresa mundialmentc reco metros bem mais complexos quanto a fa C. Fernandes, chefe da OCP, da Telesp,
nhecida pela alta precisão de sua tecnolo cilidade e, principalmente, qualidade” . destacou a “ elevada contribuição técnico-
gia de medição, participaram do seminá Entrem eando a palestra de Cristiano, cultural prestada pela W&G aos usuários” .
rio “ Medidas em Rádio D igital” , prom o Ednir Pelliciari, engenheiro especialista (Nino Cecílio)
vido pela Telesp, em sua sede, no auditó em equipamentos, enfatizou que “ sem am
rio M artiniano de Carvalho, program a
do pelas áreas de RH e Controle da Planta.
Durante dois dias (31/7 e 1/8) cerca
de 120 técnicos de diferentes segmentos
receberam um amplo leque de inform a
ções, debatendo com os expositores os
métodos praticados, buscando assim no
vas soluções. Além da operadora, partici
param a Em bratel, CTBC, TVs Globo e
Cultura, FEI, Ericsson, NEC, Villares,
Equitel, Telemulti, entre outras.
Abrindo o encontro, M anfredo Steu-
be, diretor geral da W&G, falou da irre
versível necessidade de desenvolvimento
dos sistemas digitais no âm bito das em pre
sas, única form a de fazer frente à dem an
da, adiantando que “ este tipo de conta Palestrantes do Seminário “Medidas em Rádio D ig ita i\