Page 21 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1990
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P a n o r a m a d a s t e l e c o m u n i c a ç õ e s
p ú b l i c a s n o B r a s i l
Haroldo Corrêa de Mattos
(Diretor da Telebrasil e
Vice-Presidente da Sesa-Rio)
A Telebrasil, em seu Caderno Amarelo, mais uma nheiro eletricista, técnico em administração e ostenta
vez dedica espaço ao mundo das idéias que — em mestrado pela Universidade de Stanford (EUA). Ofi
suma e apesar dos ceticismos é o que move o cial reformado do Exército, na patente de coronel, ele
mundo. O artigo de Haroldo Corrêa de Mattos per já foi do Dept: Comercial da extinta Cetel, diretor e de
tence ao mundo das idéias mas é também do mundo pois presidente da Empresa Brasileira de Telecomuni
das realizações e da mudança Analisando em pers cações — Embratel, de onde saiu para o cargo de Mi
pectiva a evolução das telecomunicações brasileiras, nistro das Comunicações, na gestão Figueiredo, de 79
após a Segunda Guerra Mundial, o ex-ministro das Co a 85. Haroldo Mattos integrou o Conselho de Adminis
municações, registra o progresso e alerta para o declí tração do Serpro e foi presidente da ECT. onde defía-
nio de um modelo, a seu ver, de concepções ultrapas gou a modernização da empresa. No setor privado, ele
sadas. O carioca Haroldo Corrêa de Mattos é enge foi diretor da Caemi e, hoje. é VP da Sesa-Rio.
DeRondonà Teletnformatica, o Brasil avançou a passos de gigante no setor de TCs.
Agora, fala-se em reformulação do modelo.
As telecomunicações publicas no Bra nha em telecomunicações no “estado da técnicas, as mais diversas e requintadas,
sil vêm conhecendo, ao longo dos anos, fa arte” , se arrefeceu, todavia. Mesmo as são postas em prática favorecendo os
ses de marcante progresso, com interreg sim, os serviços oferecidos no primeiro meios de telecomunicações que apresen
nos de estagnação ou declínio, pelo que quarto do século se mostravam satisfa tam ritmo de progresso além das expecta
apresentam hoje notórias carências, razão tórios, embora, paulatinamente, fossem tivas.
dos justos reclamos dos usuários e deter declinando em termos internacionais, No Brasil, ao contrário, os anos 40 mar
minantes de uma lacuna que poderá com mormente porque, a partir de 1925, a tele cam, em definitivo, o início da grande dé-
prometer nossas pretensões de um futuro fonia — urbana, interurbana e internacio bâcle. Durante a conflagração e nos anos
melhor. nal — experimentou acentuada expansão. subsequentes vimo-nos privados dos equi
Em seus primórdios, as comunicações pamentos importados, necessários para
no País acompanharam muito de perto to Interrupção satisfazer a crescente demanda nos gran
das as inovações. Alem do selo postal, em des centros, provocada até mesmo pelo
1842, segundo correio do mundo a ado 0 segundo conflito mundial, natural surto industrial que se registrava. Ao
tá-lo, D Pedro II fez implantar, quase que mente, interrompeu esse avanço. As guer mesmo tempo, proliferavam, em completo
pari passu com as grandes nações do he ras, entretanto, ainda que perversamente, tumulto, as concessões municipais. Mais
misfério norte, a Repartição Geral dos estimulam o progresso tecnológico e vie de mil pequenas companhias se instala
Telégrafos, o cabo submarino Brasil f u ram a surgir o radar, os enlaces em micro ram, aleatoriamente, em todo o território
ropa e os serviços telefónicos, ate mesmo ondas e os cabos coaxiais, abrindo portas nacional, isoladas, sem fiscalização e sem
interurbano (Rio São Paulo). às comunicações de alta capacidade a atender aos mais elementares requisitos
Declarada a República, Rondon. em longa distância. técnicos.
trabalho ciclópico, leva as linhas telegráfi Cessadas as hostilidades, o potencial A Companhia Telefônica Brasileira
cas aos confins do território pátrio. O ím de pesquisa, que se tinha como limitado, (CTB) que atendia ao então Distrito Fe
peto dos tempos imperiais, que nos manti revela-se rico em novas possibilidades e deral e aos estados do Rio, São Paulo, Mi-
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