Page 44 - Telebrasil - Maio/Junho 1989
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A t e n ç ã o ! P a d r o n i z a r é p r e c i s o
O Comitê Brasileiro de Computa Ao perceberem as potencialidades do como Motorola, Intel ou Texas.
dores (CB-21), da Associação Bra Unix, empresas como Digital, HP, NCR, — Também será necessário resolver
Nixdorf, Unysis, Philips se uniram para
sileira de Normas Técnicas - criar o Conimon A plication Enviro- o problema da compatibilidade entre
programas escritos para Unix e com os
ABNT\ com patrocínio da Digital ment, teste X-Open, cuja Guia de pro cham ados U nix-like (quase-unix). A
(computadores V A X ) e apoio da gram as aplicativos, compatíveis com compatibilidade deverá também se ex-
Telebrasil, SEI, Embratel, CPqD, Unix, já está na 3!' edição e preenche o tender aos ambientes de comunicação,
CTI, Abicomp e Rede Brisa (Asso conteúdo de 7 volumes. A Cobra está às suas interfaces, e ao acesso trans
submetendo o sistema operacional bra
parente a arquivos (situação em que o
ciação de apoio ao modelo I S A ) sileiro, Sox, ao teste X-Open. “Para pa SQ L está se tornando um padrão de
promoveu no Rio de Janeiro o I dronizar”, observou o conferencista, fato). Para o futuro, serão cada vez mais
Encontro Brasileiro sobre Conec “hoje se parte do que já existe para ten im portante existirem sistemas opera
tividade de Sistemas. Falaram de tar acomodar uma solução, ao passo que cionais padronizados, do tipo multiu-
suário e mui ti tarefa, bem como interfa
redes de Computadores Salles éo contrário que deveria ser feito.” Ele ces gráficas sofisticadas para a intera
lembrou ainda que, no Brasil, mais de
Campos Filho (Telebrás) e Liane 100 especialistas estão sendo treinados ção homem-máquina. Felizmente, já há
Tarouco (UFRS). na fábrica de software do Centro de In ambientes integrados (Unix, OS/2, MS
form ática (CTD, em C am pinas (SP) DOS) que permitem acessar ao mesmo
para desenvolver, dentre outras coisas, banco cie dados, o que já pode ser consi
rataram da portabilidade de pro produtos que tenham portabilidade (in derado um progresso rumo à padroniza
gram as de com putadores — um dependam do tino de máquina). ção — constata Moysés Pluciannick.
mesmo programa pode ser processado Na mesma linha de pensam ento,
em computadores de origens diferentes Moysés Pluciannik vê a adoção de pa IAPs
— Moysés Aron Pluciannik (ex-SII) In drões sendo forçada pela pressão de
formática), Manoel Lage (Cobra) e Hans grandes usuários de computação “que Quem ju lg a r que IAPs é alguma
J. Heuss (do ISO/IEC Joint Technicnl estão cansados de ter que jogar progra nova sigla previdenciária, de um país de
Committee, JTC-1). mas fora, cada vez que trocam de com língua latina, poderá estar enganado.
putador.. Inicial mente, organizaçãoes, IAP significa, no mundo da padroniza
História como a IBM. foram os padrões de fato ção, e em inglês, Interface for Applica
para os usuários do mnin-frames (com tion Portability. Trocada em miúdos, a
Historiou Manoel Lage a evolução da putadores de grande porte). Esta hege sigla traduz a idéia da padronização de
indústria de inform ática, mostrando monia, no entanto, foi quebrada com a interfaces para oue programas aplicati
que o aparecimento dos computadores entrada dos micros no mercado. Isto vos — que afinal são os que interessam
pessoais (PCs), dos produtores indepen coincidiu com a arquitetura interna de diretam ente ao usuário — se tornem in
dentes de software e do conceito da por via de comunicação entre portas (barra dependentes da máquina em que esti
tabilidade do sistema operacional Unix, ônibus), com o sistema operacional PC/ verem sendo processados.
forçaram a universalização das arquite M e com a multiplicação dos produtores Jean Heuss relatou que, em abril de
turas proprietárias, que mantinham os independentes de hardware e software. 88, foi criado no seio da ISO/IEC JTC-1,
usuários mais ou menos cativos a um Depois, surgiria o MS/DOS como padrão um grupo de trabalho, aberto à partici
mesmo fabricante. Ele lembrou que o de sistema operacional para computa pação de especialistas internacionais,
Unix, desenvolvido nos laboratórios da dores pessoais e em seguida, veio o para definir padrões IAPs destinados à
AT&T e colocado gratuitam ente à dis Unix. Mas nem tudo está resolvido no proteção de programas aplicativos por
posição das universidades, teve sua caminho da padronização”, acha Plu ocasiáo de mudanças de ambiente com
m aior parte escrita em linguagem de ciannik. Para o futuro resta consolidar, putacional. Onze países já participaram
alto nível (mais independente dos cir por exemplo, compatibilidade dos Unix do grupo de estudo de portabilidade de
cuitos da máquina), o que facilitou sua (nos níveis mais próximos da máquina) programas e que deve emitir, de acordo
difusão e portabilidade. com chips de fabricantes tão distintos, com o esquema de trabalho relatado por
Jean Heuss, as denominadas Topic List
(lista de tópicos) que depois serão trans
formadas em Active e ResolvedIssues, a
ficarem todos prontos, antes de 1991.
— A padronização IAP constituirá
para os anos 90, o que o lançamento do
modelo ISA (Interconexáo de Sistemas
Abertos) foi nos anos 80 — garantiu o
membro do JTC-1, acrescentando que a
soluçáo está se encaminhando para pa
dronizar interfaces do programa aplica
tivo com bases de dados, equipamento
de processamento e o usuário, deixando
livre o miolo do programa para que o
programador possa fazer dele o que bem
quiser, para atender ao usuário (vide
gráfico).
R edes
Já a convivência entre arquiteturas
p ro p rietárias e sistem as abertos foi
abordada, com elegância, por Antônio
Salles Campos, consultor do CPqD da
Telebrás. “Não basta definir um modelo
de arquitetura, como p ISA, para se ob
(E-D) Moysés Pluciannk (ex-SID), Manoel Lage (Cobra), Hans Heuss (ISO/IEC, JTC-1). ter compatibilidade. E necessário, tam-