Page 8 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1989
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G u i s a r d f a l a s o b r e a p e r d a
d o m o n o p ó l i o d e d a d o s
Naja de Paula Rodrigues
José Eugênio
Guisara Ferraz,
presidente da
Embratel,
assegurou que
as demandas
prementes dos
usuários, em
relação às diversas
áreas de atuação
da empresa,
serão oasicumente
atendidas, neste
novo ano de 1989.
Em entrevista à Revista Telebrasil, é que estão nos sendo entregues os primeiros troncos, seriam para o final de 1988, mts al
o presidente da Embratel, Jose Eu equipamentos de uma tecnologia extrema guns, devido a pequeno atraso, exatamente
mente nova, modernu. É natural que a indús
gênio Guisard Ferraz, além da tria tenha dificuldades, assim como nós, da pelo fato de tratar-se de tecnologia nova,
foram postergados para janeiro e fevereiro
análise da performance da empresa Embratel, os engenheiros, os gerentes de deste ano. Nesse campo, achamos que reali
durante o ano que passou, falou so projetos, todos necessitam de uma fase de zamos o que nos propusemos. Estamos, aqui
bre as diretrizes previstas para aprendizado, para saber utilizar novos equi na Embratel, retirando os atrasos decorren
1989, e metas futuras, como a se pamentos. tes da falta de investimentos em telefonia de
1983/1984, e certamente em 1989 tudo de
gunda geração de satélites. Ele fri TB — E de que novos equipam entos se verá estar resolvido.
sou, especialmente, que o papel da trata?
Embratel, além de servir ao usuá Guisard — Referimo-nos às novas centrais, TB — E quanto ao telex?
rio, é também o de ajudar a desen às primeiras CPAs voltadas para função de Guisard — No que tange ao telex, consegui
mos realizar praticamente o que estávamos
trânsito, que são básicas na Embratel para o
volver um parque industrial e re campo da telefonia interurbana. Fornecidas imaginando. Em setembro, por exemplo,
cursos humanos, ualgo que a Nação pela NEC, Ericsson e Siemens, elas estão em colocamos em operação 1.399 máquinas no
globalmente aproveita". E comen fase de implantação e testes. Visto sob esse vas na rede e, em outubro, 1.490. São recor
tou sobre a Portaria 525, que tira da ângulo do novo, por exemplo, essas CPAs des na história da empresa. Já contratamos
as novas centrais Cetex, com tecnologia do
Embratel o monopólio da comunica possuem um software que difere de outras CPqD, que não só ira nos ajudar a oferecer
centrais de telefonia local. Por outro lado, na
ção de dados. área de transmissão, estamos migrando para um reforço bastante grande para expansão
o sistema digital, e o rádio digital também é da rede, mas aue nos aá a satisfação ae uma
uma novidade para nós e para os nossos for realização de desenvolvimento da tecnologia
necedores. Trata-se dos primeiros equipa nacional — o que muitas vezes não é real
Telebrasil — Presidente, que balanço o Sr. mentos de alto porte, que estão nos dando a çado. Nosso papel, além de servir ao usuário,
faria do ano que passou, em relaçào à Em satisfação de vê-los entrar em operação no é o de ajudar a desenvolver aqui um parque
bratel? tronco Rio/Sáo Paulo, o nosso maior tráfego, industrial e recursos humanos, algo que a
Guisard — Acho que trabalhamos no limite já com essa nova tecnologia. Dentro de al Nação, o Brasil, aproveita.
dos investimentos, apesar do nosso orça guns meses será a vez dos troncos de Brasília,
mento ter sido um dos maiores dos últimos Belo Horizonte, Porto Alegre. Estamos ainda TB — E como o Sr. situaria a área de dados?
tempos, pouco inferior a US$ 300 milhões. entrando na fibra óptica e nos sistemas via Guisard — E de todas a mais dinâmica, a
Mas a Embratel para expandir necessita de satélite para comunicação de dados, esses mais revolucionária, com o crescimento da
uma série de outras coisas, como projetos exigindo estações terrenas de recepção de um demanda superior a 100% ao ano. Seu usuá
analisados e preparados, e um estudo da ca tipo diferente das empregadas para telefo rio, normalmente, caracteriza-se ou como al
pacidade da indústria, em nos fornecer os nia. Todos esses fatores significam um es guém de um alto poder aquisitivo, ou alguém
equipamentos. forço muito grande, um desenvolvimento em ligado ao mundo dos negócios de forma geral,
recursos humanos, tanto aqui, quanto no se como o comércio.
TB — E como o Sr. situaria o papel da indús tor industrial, bastante importante e que
tria no que tange às necessidades da Em está sendo feito. Logo, muito do nosso traba TB — Como a transmissão de dados afetará
bratel? lho tem sido no sentido de desenvolver uma serviços como o telex?
Guisard — Ela chegou a um determinado li cultura, um corpo de pessoas treinadas, com Guisard — É evidente que nós achamos que
mite. Por isso também acho que foi realizado partilhando das experiências do setor indus muitos serviços que talvez fossem feitos via
o que estava de acordo com nossa conjuntura, trial nessas áreas. telex, poderão ser feitos via transmissão de
parque industrial e capacidade gerencial. dados, aliás, o mercado como um todo poderá
TB — Como o Sr. analisaria a atuação da sofrer alterações nos próximos 5 anos.
TB — Como o Sr. considera esse limite da in Embratel dentro dos objetivos fixados para
dústria? as áreas de telefonia? TB — Que tipo de alterações?
Guisard — Tivemos uma cooperação muito Guisard — Quanto à telefonia, os principais Guisard — Não sabemos ainda. Estamos fa
grande por parte da indústria. O que se passa eventos da entrada em operação de centrais, zendo pesquisas e possuímos até levanta-