Page 53 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1987
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g n a is  d e  seiis produtos, como demonstra o


      m d ic e   d e   rejeição nulo apresentado pelo


      S is t e m a  de Aceitação Unificado em Fábri-



      ca-Sauf. daTelebrás. "Nosso objetivo é o cli­


      e n te  f in a l satisfeito'’, diz o gerente da fabri­


      c a  d e  Curitiba, Mitsuro Ebina, que abríu o


      S im p ó s io   Técnico, contando a história da



      F is a - f u r it ib a .






                             Simpósio Técnico






           Com a ajuda de filmes e transparências,



      as conferencistas apresentaram as novida­


       des do setor e sua aplicação no dia-a-dia de


       trabalho. Os engenheiros Nobuo Ishizaki e


       Carlos Tetsuo Yamazaki falaram sobre De­


       senvolvimento de Novos Produtos  para                                                                     Visita às instalações da fábrica,  uma extensão do simpósio realizado em junho deste ano











                                                                                                                                                                                                                                           atingir ao mercado privado: "As oscilações



                                          P a t r i o t i s m o   x   N a c i o n a l i s m o                                                                                                                                              bruscas de volume, mês a mês, do mercado

                                                                                                                                                                                                                                           de cabos  telefônicos, Fizeram  com  que  a



                                                                                                                                                                                                                                           Furukawa buscasse a ampliação da sua li­

                 Brasileiro de Vera Cruz, São Paulo, for­                                                        preciso não deixar deteriorar o sistema”.                                                                                 nha de produtos em outros segmentos de


            mado pela Escola Politécnica de seu Estado,                                                                  Quanto à privatização das telecomunica­                                                                           mercado  fora da Telebrás.  Começou com


            o engenheiro mecânico Anselmo Nakatani                                                               ções no Brasil, ele tem opinião formada:                                                                                 cabos de controle, sinalização predial,  in­


            ingressou na Furukawa em  1977, como res­                                                            "Considero a competição o melhor combustí­                                                                               dustrial  e comercial.  Em seguida,  partiu

            ponsável pela Divisão de Cabos de Teleco­                                                            vel para estimular a produção. A meu ver o


            municação, criada naquele ano com a cons­                                                            Governo deveria intervir somente nos se­                                                                                 para o  mercado de  informática”.  Recente­


            trução da fábrica de Curitiba.  De  1981  a                                                          tores básicos, como saúde, educação e se­                                                                                m ente foi  am pliado o  D epartam ento de


            1986, ocupou a vice-presidência da  Furu­                                                            gurança.  No entanto, pergunto: existiriam                                                                               P&D da  Fisa, com  o objetivo de  investir

            kawa no Brasil. Desde outubro do ano pas­                                                            recursos de tal  volume na  iniciativa pri­                                                                              cada vez  mais  no desenvolvimento de  no­


            sado, é o presidente.                                                                                vada? O «Japão, um dos primeiros no ranking                                                                              vas tecnologias.


                 "Quando iniciamos a produção em Curi­                                                           dos países desenvolvidos, só agora está par­                                                                                     () engenheiro Hiroyuki Doi, também da

            tiba, o mercado era crescente e nosso objetivo                                                       tindo para a privatização. Penso que ainda                                                                               Fisa, apresentou um produto recentemente


            destinava-se a atender exclusiva mente ao                                                            temos um longo caminho a percorrer'                                                                                      lançado  no  m ercado,  o  tubo  corrugado


            setor público”, diz ele. No entanto, vieram as                                                               Casado, pai de três filhos (dois homens e                                                                        Eflex, que substitui com grande vantagem


            cnses econômicas e as recessões que resul­                                                           urna mulher), Nakatani vive na capital pau­


            taram na queda das encomendas. Para com­                                                             lista, onde estão as escritórios da Furukawa.                                                                            os tubos tradicional mente utilizados (tubos

            pensar, a Furukawa optou pela diversifica­                                                          Seu filho mais velho estuda Engenharia Ele­                                                                               de PVC, manilha, cimento, amianto, ferro


            ção dos produtos e pela exportação. Para Na-                                                        trônica na Escola Politécnica e o caçula tem                                                                             galvanizado). "Nestes 10 anos, nossa preo­

            ktani, o mercado de cabos condutores man­                                                           apenas 14 anos. A menina faz prô-vestibular                                                                              cupação tem sido atender às necessidades


            tém uma certa estabilidade: "Mesmo na re­                                                           e já foi  ao Japão com os pais, para visitar                                                                             dos usuários,  fornecendo inclusive aces­


            cessão não chegamos a zero e não fizemos de­                                                        parentes. Nakatani nunca dispensa o golfe,                                                                               sórios e assistência técnica que garantem  a


            missões em massa nem nos períodos mais di­                                                          sua forma de relaxar, nos fins de semana.                                                                                boa utilização dos cabos”, disse o conferen­

            fíceis”. Revelou que nestes períodos, uma                                                           Nas conversas com amigos, costuma brincar,                                                                               cista.


            preocupação era constante: manter ocupadas                                                          dizendo que há uma grande desvantagem


            todos os empregados, ainda que fosse na lim­                                                        em construir cabos: "Nosso trabalho não                                                                                          Rede Metálica como suporte de RDSI foi

            peza e conservação dos jardins que circun­                                                          aparece, pois fazemos os cabos e os enterra­                                                                             o tem a tratado pelo engenheiro da Telemig,


            dam a fábrica. Para ele, o trabalho diário                                                          mos; quanto aos cabos aéreos, prejudicam a                                                                               Otávio Gomes Campos, que apresentou o


            mantém o homem saudável, a mesma filoso­                                                            estética das cidades”. Na verdade, ele sabe                                                                              trabalho realizado na rede telefônica  de


            fia aplicada na indústria japonesa.                                                                 muito bem o valor dos cabos que constrói                                                                                 Belo Horizonte. Por sua vez, os engenheiros


                Sem preconceito contra o capital estran­                                                        para o bom funcionamento das telecomuni­                                                                                 da Telepar,  Antonio  Pereira da Silva e

           geiro e. muito menos contra a tecnologia de­                                                        cações e para a informática no Brasil. E é por                                                                           Jorge Luiz Singeski, fizeram  um  estudo


           senvolvida em países mais adiantados, Na­                                                            isso que faz tanta questão da qualidade de                                                                               comparativo entre os dois tipos de conec­


           katani revela que a Furukawa Electric, com                                                          seus produtos.

           sede na província de Chiba, a 50 quilômetros                                                                                                                                                                                  tores  utilizados  por sua  em presa  para


           de Tóquio, continua sendo a fonte de tecnolo­                                                                                                                                                                                 emenda direta de cabos subterrâneos.


           gia da Fisa: "Nossa preocupação aqui no Bra­                                                                                                                                                                                          O engenheiro Hélio Durigan, da Fisa,


           sil e com o know why e não com o know how.                                                                                                                                                                                   falou sobre Interferência Eletromagnética

           Aproveitamos a experiência que outros já fi­                                                                                                                                                                                 (EMI), mostrando as fontes de ruídos, os


           zeram, estudamos o por quê de cada produto                                                                                                                                                                                   efeitos desses ruídos nos equipamentos e


           e os enriquecemos, adaptando-os às necessi­                                                                                                                                                                                  computadores e as soluçoes para amenizar

           dades brasi lenas”. E pergunta: "O que há de                                                                                                                                                                                 tais problemas. "A Furukawa espera poder


           mal em copiai*, ainda que se pague por isso?”                                                                                                                                                                                colaborar nos estudos sobre  normalização


          Segundo ele, pode-se economizai* muito apro­


          veitando as experiências de outros: "Copiar é                                                                                                                                                                                 de interferência eletromagnética (EMI) e


          uma atitude inteligente. Não podemos ficar                                                                                                                                                                                    compatibilidade eletrom agnética (EMC),

          marcando passo, tentando redescobrir a ro­                                                                                                                                                                                    principalmente na sua especialidade para


          da". E adverte: "É preciso não confundir pa­                                                                                                                                                                                  que, ao fabricar cabos, estes sejam os mais


          triotismo com nacionalismo. Minha fisiono­                                                                                                                                                                                    adequados aos equipamentos e ao homem”,


          mia é de japonês, mas sou brasileiro e em                                                                                                                                                                                     disse Durigan.

          matéria de querer fazer o bem a este País,                                                                                                                                                                                            Ajitonio Fischer de Toledo, engenheiro


          não perderei para nenhum branco ou negro”.                                                                                                                                                                                    da Telesp, contou a experiência de sua em­


              Com sua vivência de 10 anos no setor das


         telecomunicações brasileiras, Anselmo Na­                                                                                                                                                                                      presa  na  im plantaçao de cabos ópticos e

         katani reconhece que neste setor foi feito um                                                                                                                                                                                  afirmou: "A partir de 1988, a Telesp não vai


         belo trabalho nos últimos 25 anos. "Agora é                                                         Anselmo Nakatani,  da  Furukawa.                                                                                           mais contratai’ cabos metálicos para novos


                                                                                                                                                                                                                                        entroncamentos”.                                                                                          *





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      •-frosil.Nov./Dez  87                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     51
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