Page 14 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1987
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B r a s i l s a t D a d o s :
U m c a s o - t e s t e d o m o n o p ó l i o
Visto sob prisma mais amplo, a re méstico. "Operar é função da Embratel tos, representantes, empresas de con
cente anulação, pela Embratel, dos con e nada pode interferir naquilo que lhe sultoria) para um documento a ser oi
tratos firmados com as empresas Vicom dá renda, nem se pode passar para uma tido-junto ao Departamento Cornercí Í!
e Moddata, relativos à serviços de comu entidade particular uma atividade que da empresa, "podendo advir a necessi
nicação de dados e empregando tecnolo lhe é rentável”, declarou o Ministro. dade de futura licitação para a compr
gia de espalhamento de faixa (spread Quase na mesma ocasião, a Victori pu de equipamemtos necessários à presta,
spectrum) constitui, na prática, um ca blicava um Esclarecimento em que jus ção de serviços propostos”.
so-teste do desregramento, entendido o tificava seu pedido junto ao Minicom
vocábulo como a não manutenção das como sendo no sentido da execução do Desdobramentos
regras da exploração pelo Estado dos Serviço Limitado de Múltiplos Destinos
serviços de TCs públicas. para difusão de informações de interes Em entrevista à Revista Telebrasi]
ses privados e citando o artigo 8.' da (M/J-86), o então presidente da Embra
Antecedentes Constituição: "Compete à União explo tel, Pedro Jorge Castelo Branco, decla
rar, mediante autorização ou concessão, rava taxativamente que "o divisor de
Em janeiro de 86, a Victori Comuni os serviços de telecomunicações”. águas das redes para uso privado era a
cações (associação Cornar e Bradesco, não venda de seus serviços a terceiros",
em 85) em ofício assinado por Roberto acrescentando que ”o que se desejava
Marinho e Amador Aguiar solicitou à era vender o tráfego de bits passando
Secretaria Geral do Minicom a outorga pelo transponder do satélite”.
de Portaria de permissão para a execu Basicamente, três empresas se in
ção de serviços de múltiplos destinos, teressaram a fundo pelo Comunicado da
via satélite, para difusão de informa Embratel: a Victori (permaneceucomo
ções de interesse público, referindo-se esquema anterior da Equatorial , o
às negociações mantidas com as empre Grupo Promon (com tecnologia Adcom
sas norte-americanas Equatorial Com e que depois não levou adiante as nego
munications Co. e Mutual Broadcasting ciações e a Moddata (com tecnologia
System, como cedentes de tecnologia. Telcom/VSI). Dentre os problemas pe
Dois meses depois, o diretor superin sando na decisão destacam-se a implan
tendente da Vicom, Benjamim Himel- tação do serviço e o investimento envol
gryn (engenheiro que chefiou na Em vido, aliado à demanda esperada para
bratel a implantação do Brasilsat) vol serviço. Uma das soluções seria a aqui
tava à carga, junto ao Dentei, para ob sição global dos equipamentos e da te
tenção da citada Portaria que lhe garan nologia por parte da Embratel, que
tisse a exploração do citado serviço por alugaria aos usuários seguindo-se
10 anos. O desenrolar do assunto chegou Antonio Carlos: "nada pode interferir com a várias outras alternativas com a parti
a envolver a possibilidade de mudança renda da Embratel, nem se pode passar para cipação da empresa privada no investi
na Norma 01/79 — que trata da explora uma entidade particular uma atividade que mento.
ção e utilização dos serviços de comuni lhe é rentável". Do ponto de vista técnico, o serviço de
cação de dados — para contemplar a fi Difusão de Dados, via Brasilsat, con
gura da Rede Privada de Comunicação siste na transmissão de dados de u"
de Dados, porém utilizando meios públi ponto de origem a vários pontos de de-
cos de comunicação. tino, localizados nas dependências dc>
O debate se ampliaria ainda, em 86, usuários do sistema (simultaneamente
com um Simpósio da Associação dos no modo simplex, isto é, unidireciona*
Empregados da Embratel—AEBT, no utiliza uma estação terrena transnu-
Clube de Engenharia (RJ), contando sora ou Master (que contém a inteng?n
com a presença, dentre outros, de cia do sistema) e estações secundai
Arolde de Oliveira (PFL-RJ), Benjamin No caso do serviço interativo de da j'*
Hymelgryn (Vicom), Caio A. Amaral entre um ponto e outro ou vários P0^ 1
(ABRP), Francisco Cavalcanti (TV (nos modos semiduplex* ou duple .
Manchete), Jorge Bittar (AEBT), Luiz esquema é basicamente o mesm°‘ £.
Quintana (Control), sobre a ocupação do sando a estação Master a ser recep
Brasilsat. Castelo Branco: "o di visor de águas das redes transmissora. {rer[-
Em julho de 86, em entrevista à im para uso privado é a não venda de seus servi A propósito, há que se distingi* ^
prensa na Escola de Guerra Naval, no ços a terceiros. Castelo é agora Diretor da In tre operar e gerenciar °PeiatfoUun-
Rio de Janeiro, o Ministro Antônio Car telsat, em Washington, D.C.” mente o sistema. Como comen ^
los Magalhães daria novo direciona técnico, "a operação pode consi?^..
mento ao assunto ao declarar ter pas nas num simples apertar de
sado à diretoria da Embratel a decisão Posteriormente, em abril de 1987, a mando de terceiros e não e !1^aC'oCíni,:
sobre o uso operacional do satélite do diretoria da Embratel num Comuni mente gerenciar o todo”. *a 0perar
cado à Imprensa dava ciência de sua in leva à conclusão que o fato ^
tenção em implantar os Serviços Do uma estação Master, Por
*Nosmodos s e m i d u p l e x v ? d u p l e x — p o s s i b i l i d a d e mésticos de Comunicação de Dados, via garante o controle do sistenr • ^ d
d e c o m u n i c a ç ã o e m a m b a s a s d i r e ç õ e s . N o c a s o s e - Brasilsat, usando a tecnologia spread Para o engenheiro Jose ,vidv^'
m i d u p l e x , ora fala uni, ora fala outro usuário, a o Dept.0 Comercial da Embia j i
passo que no d u p l e x a fala pode se dar simultanea spectrum e remetendo os interessados
mente. (usuários e fabricantes de equipamen vistaTelebrasil, S/O,87; Pa&