Page 10 - Telebrasil - Março/Abril 1987
P. 10
restringe a modernização dos projetos; nho da industria Jã do lado do Governo,
que a idéia do produto preferencial induz não obstante afirmar que "em time que
ao projeto unico baseado em projetos do está ganhando não se mexe", o presidente
CPqD e diminui as opções tecnológicas, da Telebrás, Almir Vieira Dias, depois de
que os fornecedores pequenos e médios da referir-se ao parque industrial como um
Telebrás (representando 23% de suas segmento de expansão, concluiu que é
compras) devem ter apoio mais explici oportuno abrir o mercado, ' principal-
tado; que a participação e o licencia mente no tocante a 3 ou 4 empresas cati
mento de empresas junto ao CPqD, de vas para certos produtos”, que todavia
vem ser melhor regulamentados. não citou.
A seguir, referindo-se à participação Contudo as mudanças não deverão ser
do capital estrangeiro, disse Rómulo que radicais Segundo ponderou Villar Fur
o que se pretende é atingir capacitação tado, a liberação do mercado, fora do li
tecnológica e autonomia de decisão na mite de 3 ou 4 concorrentes, já ocorreu na
cionais, nada havendo, no entanto, con Sankievicz. do Mmicom — um analista da prática para muitos produtos e existirão
tra serem desenvolvidos produtos no Política Industrial áreas "estratégicas”, em que serão pre
País, com recursos humanos brasileiros servados os ditames da antiga 621 A pro-
— em empresas de capital externo — posito, ele confirmou a entrada da SID
desde que se garanta efetiva transferên (Grupo Machlme). no Clube do Trópico,
cia de tecnologia Resumindo seu pensa até então reservado a Elebra, PHT e
mento sobre a renovação da política in Sesa, como evolução da nova política in
dustrial, ele afirmou que chegou o mo dustrial.
mento de eliminar o dirigismo estatal do
setor e deixar atuarem as livres forças do Tecnologia
mercado.
— A geração de tecnologia é consi
derada assunto dos mais importantes,
Empresários
tanto que os países que assim podem,
abrem seu mercado para capitais estran
Ouvidos pela Telebrasil, a reação dos
empresários foi bem exemplificada pelas geiros, mas raramente para sua tecnolo
palavras de Carlos Gravatá, da Daruma, gia — comentou Armando Pontedeiro. da
ao dizer que "devem ser efetuadas mu Elebra — acrescentando que 'desenvol
danças na Política Industrial, mas sem Wanjberg. do Gvicotn — um especialista em ver produtos envolve riscos e que no caso
pre revestidas do necessário cuidado" componentes do Tropico, só o Governo, através do
Dono de uma das duas fornecedoras de CPqD, poderia bancar"
telefones do Brasil, ele advertiu, no en De fato, para países com abundância
tanto, que se outros entrarem em sua sea de mao-de-obra e de matérias-primas (fa
ra, ele partirá seguramente para dispu tores pouco remuneradas no cenário in
tar o mercado alheio, "talvez ate dotado ternacional »a solução e partir para a tec
de mais atrativos" Para Luiz Guinle, nologia, emendou Siffert. E o que será
presidente da Elebra, pulverizar os for melhor para o País? Ter o último grito da
necedores seria desastroso, visto que tecnologia ou resolver problemas regio
seria "mudar as regras, depois de iniciado nais com tecnologia mais tradicional? —
o jogo” O Governo deve dar garantias d«* Indagou Newton Scartezzini, diretor da
mercado para um número limitado do Matec
empresas, premiando-lhes a iniciativa e A discussão sobre o tema prosseguiu
competência, a fim de garantir-lhes eco com o ex-presidente da Telebrás, Jose
nomia de escala. Antonio de Alencastro e Silva, que retro
Não há governo que nâo proteja a cedeu ao painel Telebrasil, de Atibaia
industria de seu próprio país. De resto, se (SP), em maio de 78, lembrando que, na
o mercado do Trópico, do qual a Elebra ocasião, defendia firmemente o desenvol
participa desde o início, for aberto para as Vieira de Souza, do CPqD da Tolebrás um vimento local para fechar o gap da tec
multinacionais aqui instaladas, nâo vejo executivo da tecnologia nologia, mas que hoje, via este seu posi-
o que me impediria de ir procurar outra
tecnologia la fora para vir competir aqui
Convergindo com Guinle, Luiz Gar
cia, principal executivo do cia da ABC XIII PR1NEL TÜE BRRSIL
(grupo que abrange da pecuária, à opera
ção telefônica, cu lm mando com empresas
de alta tecnologia um desafio esti
mulante), também acha que as empresas
genuinamente nacionais irão sofrer com
a livre concorrência, visto ser pequeno
nosso mercado interno o limitadas nossas
exportações (ninguém compete com os 30
anos de carência oferecidos pelos expor
tadores japoneses) Também o grupo
ABC, da Abinee e da Telebrasil, Delson
Siífert sugeriu uma política, com separa
ção entre grandes empresas — que fi
caram com a comutação de grande porte
— e as demais, compatibi 1 izando assi m os
recursos próprios de P&D, com o tama Integrado das empresas privada e estatal, na abertura do XVI Painel Ielebrasil