Page 38 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1986

Vídeo

Numa das vitrines do Shopping

Center Iguatemi, na Zona Sul de

Sâo Paulo, uma câmera fílmadora

montada num tripé e uma enorme

mala trazendo o algarismo 8 avisam

que a nova era do vídeo independente já

chegou ao Brasil.

Jenner de Paiva

Nos dias atuais a tecnologia avança o VRC 2000 da Philips e de onde bate em aclopem também o videocassete.

com tanta rapidez que um produto lan­ retirada o formato Betamax da Sony. É E aumentando a variedade de mar­

çado hoje pode ficar- obsoleto amanhã. possível que o vídeo do futuro chegue na cas e formatos, características e siste­

Assim está acontecendo com as câmeras próxima década e, ao que tudo indica, mas, algumas empresas estão lançando

de videocassete, apesar da primeira de­ será digital. as chamadas câmeras camcorders. São

monstração de gravação de vídeo ter Concebido com a intenção de norma- equipamentos de vídeo com o gravador

ocorrido em 1951, nos Estados Unidos. tizar, sob um padrão comum, todos os ví­ incorporado em uma só unidade. Cria­

O primeiro VT doméstico foi lançado em deos domésticos, o 8mm na prática veio das inicialmente para competir com a>

1969, ainda em preto e branco, pela em­ aum entar a confusão num mercado film adoras Super 8, acabaram ofere­

presa japonesa Akai (vide box). onde concorrem sistemas incompatíveis cendo mais recursos, com uma quali­

Para o consumidor, o que implica entre si, obrigando a milhares de ”vi- dade de imagem comparável à dos siste­

nessas sucessivas mudanças é que o pro­ deomaníacos” de todo o País — depois de mas convencionais e melhor qualidade

duto lançado — no caso, as câmeras gra­ tanta venda, compra e troca, através de de som.

vadoras — é acessível apenas a um pú­ anúncios classificados — a desistirem As últimas inovações tornaram pos­

blico muito restrito e de alto poder aqui­ de seu hobby preferido. Firm aram o sível substituir na câmera de vídeo o

sitivo (pelo menos, no Brasil). Os "video- acordo, sobre a padronização do 8mm, tubo de imagens por um sensor digital

maníacos" praticamente ficam de fora, o 122 empresas, em março de 1982, mas de estado sólido denom inado CCD

que não acontecia em relação ao Super 8 até o momento poucas embarcaram no (Charge Coupled Device), que se encon­

e ao 16mm, cujos preços estavam ao al­ empreendimento. tra nas camcordes e contribui para re­

cance de muitos "cinemaníacos”. Na década de 60, o advento das filma- duzir seu peso e tamanho. Visores espe­

doras Super 8 trouxe o barateamento cialmente luminosos objetivam melho­

Formato Vídeo 8mm dos custos para os fabricantes e menor rar o êxito das gravações. O vídeo 8 in­

preço para o consumidor em relação às corpora uma pista destinada a introdu­

O mais recente avanço no vídeo do­ câmeras de 16mm. Para uns, o vídeo 8 é zir códigos que permitem localizar pre­

méstico é o sistema 8mm, compacto, le­ o sistema do futuro. Para outros, não cisamente qualquer ponto, na busca ra-

ve e, segundo os experts, com grande fu­ houve qualquer vantagem, porque os pida. Isto tem grande importância para

turo. Os veteranos sistemas VHS com­ preços de vendas ao consumidor estão a edição eletrónica das imagens; além

petem no mercado, do qual já se retirou cada vez mais caros, embora as câmeras disso, existe uma pequena ilha de edição

que permite realizar inserções automa­

ticamente, além de outros recursos.

Porém, todas essas facilidades náo

encontram contrapartida na hora que se

queira assistir filmes em vídeo 8. Nái

existem locadoras ou lojas vendedora-

de film es impressos nessa bitola na

maioria dos países. Apenas nos Estado?

Unidos, os títulos alcançam algum '

dezenas. As opiniões dos técnicos r:

vinculados aos fabricantes coiiuudv '

em dois pontos. As vantagens do vide-

A Sony oferece o ’m en u 'com pleto: fitas virgens, câm era gravadora e o videocassete — que são mais notórias para filma a

A?: ?
v - 1