Page 14 - Telebrasil - Março/Abril 1986
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Política Industrial
A nova tecnologia digital e o desenvolvimento de produtos genuinamente
brasileiros estão modificando a estrutura do mercado fornecedor do Sistema Telebrás.
Uma revisão da famosa Portaria 622*, está em curso. Saiba como, quando e porquê.
• Entrevista à Joáo Carlos Fonseca
Roberto Lamoglia de Carvalho, sários ao sistema de TCs. Quando do ad quem seu capital acionário para conti
48, é originário de Maria da Fé (MG), vento da P o rta ria 622, em 1978, a nuar fornecendo ao Sistema Telebrás0
porém criado e formado em Itajubá, mesma objetivava alcançar exatamente R L — Para determinados segmentos di
onde graduou-se engenheiro eletri o que aí está. Tornado uma realidade, mercado, nos quais hoje atuam egos
cista (65), tendo se especializado em uma análise do parque industrial do se tariam de continuar atuando, sim. Jí
tor de TCs trouxe a idéia de uma nova em outros segmentos, como é o caso dt
TCs, inclusive no Japão. Trabalhou
proposta para darás indústrias brasilei centrais C P As de grande porte, seràc
na CTMG, quando da implantação da
ras condições de competição com todas admitidas empresas sob controle de ca
primeira central ARF-101, crossbar, as indústrias nacionais e outras aqui p ita l votante brasileiro (nacionaliza
do País, com 1.200 terminais. existentes. das), tais como hoje se apresentam a
Em 70, ingressou na Embratel, Ericsson, Nec, Siteltra e outras mais.
onde ocupou os cargos de Chefe de
D is trito e Superintendente, em "Há indústrias que T B — Como se processará a nova seg
Belém (72-84; 82-84). Foi presidente nâo se atualizam e julgam mentação do mercado?
da Telepará (74-80), vice-presidente ter mercado cativo. 99
da Telemig (80-82) e desde 85 6 Dire R L — O mercado será segmentado err.
4 grupos que levarão principalmentí
tor de Assuntos Industriais da Tele
em conta a origem do capital, o porte da
brás. A entrevista que concedeu ã empresa e a própria tecnologia.
REVISTA TELEBRASIL ocorreu
por ocasião do X IV Painel realizado T B — O que irá caracterizar, por exem
em Campinas e ainda sob o impacto plo, o Grupo I?
do lançamento das medidas econômi R L — Nesse gi'upo visualizamos englo
cas do Governo para a desindexação bar coisas como linhas compartilhadas,
centrais telefônicas comunitárias, equi
da economia.
pamentos e materiais para rede externa
e muitos outros. Esse gi'upo será reser
vado às pequenas e médias empresas
(PEM ).
T e le b ra s il — O que motivou a Telebrás T B — E o que serão consideradas peque
no sentido de uma revisão da Portaria nas e médias empresas, ou seja, as "do
622? nas” do Grupo I?
R o b e rto L a m o g lia — A idéia partiu R L — Quanto ao capital envolvido con
inicialmente do M inistério das Comuni siderou-se, à época do estudo, algo ate
cações, suscitando à Telebrás a contri 800 m il O R TN (hoje OTN), aliado a um
buir para uma revisão da regulamenta faturamento líquido médio, nos últimos
ção de toda a política industrial do setor três anos, de até 1 milhão e 400 m il
das telecomunicações. Há que entender T B — A propósito, o que a Telebrás en ORTNs. Agora, fundamentalmente, a
que a citada P orta ria não será revo tende por empresa brasileira? tecnologia empregada terá que ser bra
gada, mas apenas atualizada, no sen R L — Empresa brasileira, segundo pro sileira. Uma linha compartilhada, uma
tido de trazer para os dias de hoje, nessa posta que estamos apresentando e que central telefônica comunitária para ser
revisão, as realidades do parque indus será levada ao M inistéiio das Comuni adquirida pelo Sistema Telebrás, preci
trial brasileiro. cações, é a empresa regulada pela Lei de sará vir com tecnologia de origem bra
Informática. Isto é, trata-se de empresa sileira.
T B — Q u ais são b a sica m en te essas na qual 70% de seu capital encontram-
realidades? se em mãos de pessoas brasileiras. Em T B — Vam os então entender o que sig
R L — É importante frisar que hoje te suma: é aquela que obedece à definição nifica tecnologia brasileira. Suponha
mos real mente indústrias brasileiras de empresa brasileira adotada na Lei de mos que uma empresa tenha contrata
capazes de produzir todos, ou quase to Informática. da tecnologia com o exterior, com a idéia
dos, os insumos e equipamentos neces- de nacionalização progressiva do pro
T B — Será então necessário que em pre duto, de acordo com índices predeterm i
sas de origem estrangeira, aqui radica nados. Será isto considerado tecnologia
’ Vide Revista Telebrasil S/0 65; pg 16. das, como a Ericsson ou N ec, m odifi brasileira?