Page 16 - Telebrasil - Março/Abril 1986
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Política Industrial T B — Quando deverá se efetu ar a re v i 4 vezes à quantidade que originaria-
são da Portaria 622? m en te nos propúnham os contratar,
R L — A Telebrás já nos autorizou a dis tanto que a A B C -X ta l hoje opera em
correção m onetária, já que esta foi ex cu tir a revisão da Portaria com o Secre três turnos para atenderas encomendas
tinta. tário de Assuntos Industriais do M in i- do Sistema Telebrás.
com, o que contará também com algu
T B — E isso será vantajoso? mas empresas que participaram da ela T B — Qual seria sua mensagem para os
R L — Esse procedimento fará com que boração dessa proposta de revisão. As industriais do setor?
cesse uma grande parte da discussão discussões serão intensivas, visto que a R L — Nosso interesse é o de que as in
existente entre o Sistema Telebrás e a ordem que temos éade alcançar no mais dústrias passem a m igrar para as novas
indústria referente à cessação dos rea cu rto prazo p ossível condições para tecnologias que estão surgindo. Temos
justes, fatores de correção e outras difi apresentar uma proposta concreta ao tidos casos de indústrias que não se mo
culdades semelhantes. Tudo isso agora Secretário Geral do Minicom. dernizaram e querem continuara forne
já acabou. cer produtos que estão fora do interesse
T B — Datas? do sistema. Há que se verificar que a in
T B — N o caso de haver m ultas como fi R L — A té julho já devemos estar apre dústria de informática está mais atuali
cará a situação? Perm anecerão em sentando ao Secretário Geral uma pro zada digitalmente do que a média do se
patam ar de 10%? posta que será por ele avaliada e então tor de TCs e de que assim terão produtos
R L — O caso da multas é diferente. Es encaminhada diretam ente ao Sr. M i m u ito antes do que certas indústrias
tamos com um grupo ju n to à Abinee nistro. mais conservadoras do setor. Há indús
para reform ular as condições de contra trias que relutam em se atualizar e até
tação. Nossa idéia é aumentar o pata que poderiam achar que existe para elas
m ar de 10% do valor do contrato que um mercado cativo. A atual política do
consideramos ser pouco em relação à re "O que se quer valorizar Sistem a Telebrás é a de que não há
ceita cessante que o sistema sofre de é a capacitação garan tia de mercado para ninguém e de
vido aos atrasos. A inadimplência preju tecnológica do brasileiro. ” que não éhora para paternalismos. Hoje
dica m uito o setor e não está na hora de se um produto for de interesse de al
perdermos dinheiro. guma empresa do Sistema Telebrás, ela
terá autonomia para sua aquisição no
T B — M as afinal como serão aplicadas fornecedor que mais lhe convier, dentro
as m ultas aos fornecedores do Sistema do leque de opções que a ela lhe será
Telebrás? oferecido pela revisão da Portaria 622.
R L — Bom, será necessário discutir cui
dadosamente as condições de sua aplica T B — Esse seu recado também se aplicai
ção a fim de evitarmos subjetivismos, do a área de software? I
tipo rrm otivo de força m aior”, algo que R L — Está sendo criado um grupo de
qualquer um cria. Tudo terá que ser re so ftw a re no Sistema Telebrás. Uma
gistra d o e caracterizado m u ito bem Central Trópico tem 20% de hardware e
para saber o que se entende, no caso do o restante é software. A idéia do gnq lu
setor de TCs, p o r " m otivos de força de softw are é constituir um núcleo de
m aior” quando há atraso na entrega de pessoas que irão orientar todo um trei
produtos e serviços contratados. nam ento necessário ao Sistema Tele
brás nessa área. Por outro lado, haverá
T B — M u dando lig e ira m e n te de as um centro de desenvolvimento de soft
sunto: a convergência entre TC s e infor ware, talvez em Brasília ou numa em
m ática é hoje um fato consumado e m ui presa-pó lo como a própria Telesp, que já
tas industrias já operam em ambos se possui estrutura no gênero. Vemos esse
tores. Frente à revisão da nova Portaria Centro de Desenvolvimento como fun
622, isto poderia significar um afluxo de damental, visto que a maioria das facili
empresas vindas da área de inform ática dades que quisermos implementar no
para o mercado das TCs? T B — Como diretor de assuntos indus sistema e nos equipamentos que iremos
R L — Acredito que realmen te essas em triais qual sua visão da m udança tec comprar serão efetuadas via software.
presas irão trabalhar conosco. nológica que se opera no setor das TCs? Hoje em dia não se compram mais car
R L — A Telebrás está migrando para tões de hardware mas sim módulos de
T B — Crescerá então o número de for uma nova família de equipamentos di software.
necedores do Sistem a Telebrás? gitais. E o caso do Trópico, desenvolvido
R L — Sim e bastante. Os equipamentos no CPqD, e cujo bom desempenho já foi T B — Isto significa que a procura de es
periféricos são um bom exem plo— todos comprovado; o rádio digital de 2GHz/ pecialista será grande. Serão os salários
são fornecidospràticamentepela indús 34 M b its tam bém d esen volvid o em pagos pelo Sistema Telebrás suficientes
tria de informática. Nós temos empre Campinas está em teste na T eleij e fun para contratar e m anter os especialistas
sas que eram fundamentalmente volta ciona m uito bem; o M C P é um produto de que necessitará?
das para a inform ática e que já estão de plena atuação no mercado. A fibra R L — De fato existe uma rotatividade
participando do setor das TCs, inclusive óptica... bastante sensível desses especialistas
no desenvolvimento de produtos junto P or outro lado, os que trabalham nessa
ao CPqD, como são os casos recentes da T B — A propósito, fala-se que existe fi área são de certa maneira pessoas idea
M icrolab e da Moddata. O que se neces bra óptica estocada à procura de u tiliza listas, que encontram razão para sus
sita para desen volver produtos é de soft ção. Isto é verdadeiro? motivação no próprio tipo de trabalhe \
w are; é de tecnologia; é de cabeça. Isso R L — É uma afirmação totalmente in- que exercem. E também o caso dospes-\
"eles” fLam oglia se refere ao pessoal de verídica. O compromisso que tínhamos quisadores do CPqD, que poderiam tal
inform ática) têm. Acredito portanto que com a A B C -X ta l era de 2 m il km por vez ganhar até mais na indústria pn
a junção do setor de TCs e de informá ano. Só neste ano de 86, a demanda defi vada, mas que permanecem no Sistema j
tica ocorrerá m u ito antes do que se nida ejá colocada junto à referida indús Telebrás em função desse mesmo idea
r
pensa. tria é de 7.900 km , ou seja, totaliza lismo e interesse.
\A Tetetxosíl. Mcr Ar