Page 46 - Telebrasil - Maio/Junho 1986
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Os cenários do futuro
v o is " M o s m io h iiv m i d i^ rm p ro tio , pois s o n b h n i u m tin in d o m o ivn d o p u n i o s p m p n im u d o ro s
do a u to m a çã o in d u s tria l.
A futurologia é uma das paixões de obra. Não obstante, o desemprego deve Permitindo-se uma digressão his
Heitor M. Quintclla, gerente de treina ser evitado a todo custo, por ser um mal tó rica re la tiv a á perform ance do
mento da Sistemas, Computação o In social. Assim, o desemprego sustentado gerente brasileiro de informática, H.
formática SCI, que analisou recente em apenas 11 < do total da força do traba Quintella distinguiu três fases: a eu
mente quais cenários se viabilizarão lho nos EUA por um período de (> anos, foria dos anos 70; a crise da década de
nos tradicionais (soft e hardware) e nos gerou nada menos que 37 mil mortos, 4 80; e a profissionalização esperada para
novos campos da informática (compo mil internações psiquiátricas e 3,7 mil o período de 90.
nentes, produtividade e automação). prisões — advertiu o palestrante. — Nos anos 70, as promoções ocorre
No cenário da Produtividade haverá, ram rapidamente, havia imaturidade e
Os executivos nas empresas, um papel preponderante despreparo gerencial e o mercado inci
do gerente do setor de informática que piente tudo preservava. Já nos anos 80
Segundo ele, os program as serão precisará, no entanto, possuir uma boa surgia a competição e a reciclagem tec
cada vez mais "amigáveis” (isto é, de bagagem científica em seu currículo. A nológica para sobreviver passou a ser
mais fácil emprego pelo usuário náo- propósito, Heitor Quintella aproveitou essencial. Quanto ao futuro, segundo a
especializado), mas uma equipe de su- para citar algumas estatísticas ameri visão do analista da SCI, o executivo de
perprogramadores será necessária para canas: de cada 10 mil cidadãos, 10 são alto nível precisará apresentar sensi
desenvolver essa "amigabilidade”. cientistas, 40 são contadores, 20 são ad bilidade política e comunitária, além de
Porém, os programadores não fi vogados e existem 5 mil robôs; no Japão possuir sólidos conhecimentos em infor
carão desempregados — afirmou Quin- são 400 cientistas, 3 contadores, 4 advo mática e sistemas gerenciais para, atra
tclla —, pois um grande mercado se gados e 45 mil robôs; ao passo que no vés de uma liderança consensual, obter
abrirá para aqueles que se dedicarem à Brasil, para cada 2 cientistas, existem o nível de qualidade que a disputa mer
programação da automação industrial. 30 contadores, 15 advogados e apenas cadológica irá exigir da equipe.
A seguir, o conferencista explicou os 500 robôs (ou m áquinas au to m ati
diversos cenários que denominou de Re zadas). Cenário brasileiro
cursos Humanos, Produtividade e Auto Quanto á Automação de Escritórios,
mação de Escritórios, analisando o im Quintella citou que nesse ambiente um Em termos do cenário brasileiro H.
pacto de cada um, sobre os executivos do futuro executivo precisará de boa for Quintella disse que, em 85, os negócios
futuro. mação em informática, pois uma análi de informática representaram 1,5% do
— No cenário Recursos Humanos, a se das 500 maiores corporações ameri PIB, com um parque instalado de 84 mil
preocupação do gerente com o problema canas indicou que estas são favoráveis a máquinas, equivalentes a 4,4 bilhões de
do desemprego não terá razão de ser, essa solução que trará redução de cus dólares, gerando vendas anuais de 1,5
visto que a automação apenas causará o tos, aum ento de eficácia e fortaleci b ilh õ e s . C o m um m erca d o constituído
deslocamento temporário da mão-de- mento da competitividade empresarial. de 30% no setor público, cerca de 30 mil