Page 42 - Telebrasil - Julho/Agosto 1986
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R e e s t r u t u r a n d o
Info X TCs: a S E I
M i n i c o m d á s e u p o n t o d e v i s t a O Secretário Especial de Informá
tica, José Rubens Dória Porto, prome
teu refo rm u lar a SEI em três meses
As freqüentes declarações do Mi mesmos 10% estavam atrasando a
para adaptá-la às novas atribuições pre
nistro Antonio Carlos M agalhães entrega dos produtos aos assinantes,
vistas pelo Planin e Conin. E já come
contra algumas facetas da atual Polí aos usuários, que, afinal de contas, çaram a surgir os primeiros resultados
tica N acional de Inform ática — estavam pagando por elas. Por isso das discussões internas a respeito. Uma
como, por exemplo, os exageros ao defendemos a diluição do controle de
idéia inicial é de se criar um escritório
cumprimento da Lei 7.232 por uma importação pelos ministérios. em São Paulo, com autonomia para li
"superpoderosa” SEI — torna-o alvo Indagado por um jornalista sobre berar guias de importação e definir pro
de também freqüentes ataques de en a burocracia das decisões do M ini cessos — um a espécie de projeto-piloto
tidades de classe do setor de proces com, todas realizadas por intermédio para dar início à descentralização da Se
samento de dados, fazendo lembrar de portarias, a fonte se defendeu di cretaria.
outra lei famosa: a de açào/reaçào, de zendo que estas decisões se limitam à Na realidade, as modificações têm,
Newton. área do Minicom, enquanto que a
Mas as colocações do Minicom tém SEI abrange sob seu domínio a in como pano de fundo, pouco da argumen
seus fundamentos, como se poderá dústria bélica, área de telecomunica tação de que a SEI cansou de acusações
do tipo "exorbitância de poder”, e muito
ver a seguir, na transcrição de re ções, toda a indústria eletrônica, en
cente conversa com alta fonte do Mi fim, da área de brinquedos a micro da necessidade de resolver o acúmulo de
nistério a respeito de assuntos como o computadores. trabalho dos funcionários, obrigados a
Conin, os prejuízos causados para a — Gerimos só o setor de telecomu trab alh ar até nos fins de semana para
área de telecomunicações pelas arbi nicações e gostaríamos de ter o poder dar conta de todas as atribuições da Se
trariedades da SEI e a suposta defesa de fazê-lo integralm ente. Modesta cretaria. Se o projeto-piloto vier a ser
da formação de joint-venturcs. mente, podemos dizer que temos tido fato concreto, além dos empregados da
Referindo-se ao Conin, a fonte sucesso nessa m issão, não só no SEI, quem sai ganhando são os empre
abordou algumas modificações pelas campo da prestação de serviços, como sários do m aior centro industrial de in
formática do País, que ficarão isentos de
quais vem passando e que, no enten no campo da política industrial e tec
der no Minicom, ferem a Lei de Infor nológica. Temos o CPqD e, hoje, a to viagens pessoais a Brasília para a apro
mática. talidade dos equipamentos de comu vação de projetos.
— Especificamente, estou falando nicações no Brasil é fabricada dentro
do decreto do Presidente José Sar- de nossas fronteiras com índices su
ney, que alterou o regimento interno periores a 95% de nacionalização.
do Conin, deslocando-o da estrutura Seja por indústrias de capital genui
da Presidência da República para o nam ente nacional, seja por indús T E L E M Á T I C A ’ 8 6
Ministério da Ciência e Tecnologia. trias atualm ente sob o controle de ca
Em conseqüência, o órgão passou a pital brasileiro, que nós induzimos
ser subordinado ao Ministro Renato assim. Coordenado pela professora Liane Tarou-
Archer, criando um certo desconforto Nesse ponto se chegou à discussão co, representante brasileira na Federação In
ternacional de Processamento de Informação
aos demais Ministros de Estado, que sobre a formação d e joint-ventures e especialista no estudo de padronização e
se viram, de repente, igualmente su no setor de informática. protocolos, e Nori Antonio Ritter Lermen.
bordinados a um só ministro. — Propala-se que o M inistério das coordenador do pioneiro Grupo de Usuários
Outro aspecto contrário a uma de Comunicações é a favor das joint- de Teleprocessamento (fundado no Rio
cisão soberana do Conin, e constante ventures, enquanto a SEI é contra. Grande do Sul), transcorreu recentemente
mente alvo de críticas do Minicom, Pois bem, o Minicom é a favor da se em Porto Alegre, o Seminário de Atualização
diz respeito a periodicidade das reu guinte m aneira: tínham os quatro Profissional em Comunicação de Dados.
"Telemática’86”.
niões. Para a fonte, houve deliberada empresas brasileiras instaladas no
Se o "Telemática ’85” foi considerado um
intenção de minimizar o papel do ór Brasil. Algumas há 50 anos, produ
fórum de debates altamente técnicos, com
gão na sua missão de assessorar o zindo equipam entos necessários ao predileção para abordagem de temas de van
Presidente e continuar concentrando setor, com índices de nacionalização guarda tecnológica, o "Telemática’86" pri
o poder nas mãos de um pequeno gru elevado, em pregando técnicos bra mou por oferecer respostas às inquietações
po de pessoas que julgam ter a onis- sileiros, tran sferin d o tecnologia. dos recentes usuários da telemática, sobre
ciência no campo da informática, en Mas resolvemos m udar a tecnologia problemas de padronização, normas, prote
tendida aqui como qualquer compo e impusemos a essas em presas que ção de dados e fabricação de equipamentos 0
ponto alto ficou com a apresentação de estu
nente eletrônico. 'buscassem sócios brasileiros para
dos de casos de grandes usuários como Serpro
— Tivemos a produção de mais de que controlassem m ajoritariam ente
e Varig, além da demonstração de soluções
250 mil terminais telefônicos retar a em p resa. A ssim , form am os as de gerenciamento e instalação de redes por
dados, em média, seis meses. O pro joint-ventures de telecomunicações. fabricantes como Elebra, Moddata, IBM. Ce*
blema só foi resolvido depois do Mi Não trouxemos as empresas de fora tus e ABC-Bull, entre outras.
nistro das Comunicações ter ido à para se associar a empresas brasilei No final do Seminário, uma certeza: a pa
Presidência da República, várias ve ras. Aquelas que estavam aqui con dronização continua sendo a principal preo
zes, para liberar essas centrais que solidadas, criam os estím ulos para cupação dos usuários brasileiros, principal
tem 90% de grau de nacionalização. que assim procedessem. Isso é a polí mente porque, só agora, algumas normas es
tão sendo aplicadas. Além disso, seria bom
Portanto, a gente importa 10%> para tica do Minicom desde a adm inistra que as redes locais brasileiras passassem a
fabricar estas centrais CPAs e os ção anterior à atual. ser totalmente compatíveis com a padroniza
ção internacional.