Page 55 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1985
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Bracel
• M ana Cristina Brasil
Do tempo em que começou modestamente, em 1961, como fabricante de Cios
para antena de televisão, até hoje, quando é uma das duas únicas indústrias com
capital 100 por cento nacional que fabricam cabos ópticos, a Bracel Condutores
Elétricos Ltda. sempre procurou se manter fiel a um princípio básico: a seriedade do
trabalho. N esses quase 25 anos, a empresa cresceu e se modernizou, procurando não
só acompanhar de perto os avanços da tecnologia de cabos e lios telefônicos, mas
também desenvolver uma tecnologia própria. Os resultados do trabalho sério
são plenamente compensadores, como bem demonstra a credibilidade
conquistada junto a seus clientes, em particular o Sistema Telebrás.
Cidade: São Paulo. Ano: 1961. Num Uma empresa moderna "Temos uma característica básica:
salão de pouco mais de 300 metros qua buscamos o desenvolvimento através de
drados* nascia a Bracel Condutores Elé Quem chega á sede administrativa uma tecnologia própria, brasileira, feita
tricos Ltda. pelas mãos de Gabriel Jorge da Bracel, pela primeira vez, tem logo por técnicos brasileiros. Este é um dos
Salomão, um libanês que chegou ao ótima impressão. A empresa está ins pontos altos de nosso crescimento e foi o
Brasil com apenas nove meses de idade. talada no Alto da Lapa, em São Paulo, que nos permitiu ter uma fábrica extre
"Meu pai é empresário desde 1937, o numa casa espaçosa, com muitas plan mamente moderna, sem equipamentos
que lhe deu oportunidade de acumular tas e flores, construída em um terreno obsoletos. Parte de nossa maquinaria é
uma vasta experiência ao longo de todos com 3 mil metros quadrados. A rua, de adquirida no Brasil, parte no exterior e
esses anos. Agora, aos 78 anos, eleja trânsito pouco intenso, muitas casas e outras projetadas e construídas em nos
está afastado das atividades profissio totalmente arborizada, faz com que o vi sa própria em presa” , afirm a Jorge
nais. Mas sua visão empresarial conti- . sitante até se esqueça que está na maior Salomão.
nua extremamente lúcida e atual e até cidade brasileira. Segundo ele, a modernização da Bra
hoje sua experiência nos é bastante A boa impressão continua no primei cel ”é resultado de muito conhecimento
útil”, diz seu filho e principal executivo ro contato com os dirigentes, que falam adquirido no exterior, através da parti
da empresa, Jorge Salomão. com entusiasmo da empresa. A Bracel é cipação em congressos e visitas a feiras
Naquela ocasião, as telecom unica uma empresa moderna, empenhada no e exposições. Não podemos voltar as cos
ções não faziam parte dos planos da Bra desenvolvim ento de uma tecnologia tas para a tecnologia dos países desen
cel, voltada então exclusivamene para o própria, voltada para a realidade bra volvidos. Temos que tirar partido da ex
setor de energia elétrica, que apresen sileira, e preocupada em prestar um periência deles, mas sem nunca deixar
tava demanda sempre crescente. O pri atendim ento de prim eira linha aos de ter em mente a seguinte premissa:
meiro produto a sair da pequena fábrica clientes e em prestigiar seus empregados. toda essa tecnologia tem de ser neces-|
foi o fio de descida de antena de televi
são e as encomendas eram tantas que
quase não era possível dar conta de to
das elas.
"E ra com o buscar pão quente no
forno”, conta o outro diretor da Bracel e
irmão de Jorge, Gabriel Salomão. "Re
cebíamos tantos pedidos que muitas ve
zes os fios saíam literalmente quentes
da fábrica”.
Mas foi com a arrancada das teleco
municações no Brasil e com a criação da
Da D/E:
Telebrás, no início dos anos 70, que a
Jorge Salomão,
Bracel partiu rumo ao crescimento e à
diretor-
m odernização. A tu a lm en te, 70 por
executivo;
cento da atividade da fábrica estão vol Gabriel Salomão,
tados para as telecomunicações. diretor-
Hoje, a empresa possui 610 emprega comercial; e
dos, um capital social de Cr$ 10 bilhões Jorge Marsiaj,
e o faturamento total deve chegar este superintendente
ano US$ 20 milhões. de desenvolvimento.
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