Page 52 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1985
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Microlab
V o l t a f o r t e à s t e l e c o m u n i c a ç õ e s
A M icrolab, 23 anos de existência, cadas em câmara limpa, à prova de pó e fabricar projetos desenvolvidos pelo
750 funcionários, com instalações no su impurezas. O índice de nacionalização CPqD da Telebrás.
búrbio industrial carioca de Bonsucesso dos Winchester gira em torno de 50% e Ponto de vista complementar é espo
é o exem plo da empresa voltada para são produzidos nas capacidades de sado pelo engenheiro Stephan Blank,
tecnologia, talvez remontando às suas 50 Mb (disco de 5"l/4) e 212 Mb (disco de com 12 anos de experiência no Grupo
origens quando foi fundada pelo coman 8"). Outro importante passo na direção ABC Tel letra e atual gerente do Depar
d an te da M a rin h a , A n ton io D idier da tecnologia da memória de massa, foi tamento de TCs da Microlab, ao confi
Vianna, um PhD em energia nuclear dado pela Impelco, que passou a produ denciar que "desejam os manter um
pelo Instituto Politécnico Ressenlaer, zir, no Brasil, o conjunto (pac/c) de discos mercado regular para nossos produtos
de Nova Iorque, seu atual diretor-presi removíveis e de cabeças magnéticas. junto aó sistema Telebrás e ao mercado
dente. civil, a fim de complementar o mercado
D esm em brada da CBV Indústria Telecomunicações militar (radares, LF, HF, VHF)queéde
M ecânica (do irm ão de Didier, Paulo cunho mais sazonal”.
Vianna), os primeiros dez anos da em Queremos aumentar nossa parti Outro campo que deverá ser explora
presa foram dedicados à energia nu cipação no mercado das telecomunica do será o das pequenas estações de sa
clear, com reator experimental Argo ções, que já chegou a representar 25% de télites, destinadas a comunicações ban
nauta. nosso faturamento. 'Temos tradição, te cárias digitais participando assim do
A e v o lu ç ã o do m erca d o levou a mos recursos (devemos abrir o capital) c programa proposto pelo presidente da
Microlab a ingressar na indústria petro produzimos equipamentos eletrônicos, Emb ratei.
lífera (73), sistemas de controle de pro com especificações militares, para as Também na área digital — e como
cessos (74), discos e fitas magnéticas Forças Armadas afirma Sérgio Hen um coelho saindo da cartola — a Micro
(79). Necessitando otimizar a importa rique Silva, um dos funcionários da an lab planeja lançar um dobrador de ca
ção de componentes criava-se, em 80, a tiga Equipamentos Eletrónicos e hoje nais de voz, com tecnologia da Electro
Vianna Microlab Inc. americana (hoje diretor comercial da Microlab. nic Corporation o f Israel. Finalmente,
Microtrade lnc.), com sede em Miami e Apesar de já termos desenvolvido conta a empresa entrar na telefonia
adm inistrada por uma em presa bra um PABX digital ((T A ), em 77, não pu- para uso rural, com tecnologia de micro-
sileira, a Impelco Eletrônica Ltda. díam os com petir, na ocasião, com as com partilham ento digital temporal,
A Impelco não permaneceu apenas multinacionais, e optamos pela infor tarifaçáo individual, com padronização
com o im portadora e o grupo investiu mática, mas agora é nossa intenção par sendo discutida pela Telebrás, Cobei e
150 mil dólares na aquisição da Curti- tir para o mercado de rádio digital, nas ABNT.
dora Matiense (MG) para exportar para faixas de 900 MHz e 2 GHz, desenvol Não subestimamos nossos concor
o m ercado norte-am ericano 300 mil vido pelo CPqD. E iremos lutar para que rentes, mas a M icrolab convive bem com
dólares, só em 84, de réplicas em couro o rádio de 2 GHz seja dado a uma empre o desafio tecnológico e tem capital hu
de ossos para cachorro — os dog toys\ sa brasileira. Não vemos nenhuma ra mano para isso — afirmou Roosevelt
Graças ao crescimento anual médio zão para que multinacionais passem a Duarte. iJCF)
de 35% da indústria de informática e ao
arrojo empresarial, o grupo só tem feito
crescer. Se ao final de 84 registrava ven
das de 40 bilhões de cruzeiros e lucro
operacional de 1,8 bilhões, já no 2." se Didier Vianna: 0 por que do sucesso da informática
mestre deste ano encerrava com 80 bi
lhões em vendas para um lucro de 6,6 bi
lhões de cruzeiros. Segundo o engenhei Didier Vianna foi um dos arti- Atenda a todo pedido de palestra; vá
ro m ecânico, e vice-presidente, há 3 culadores, como presidente da Abi- a todas inaugurações e recepções que
anos na organização, Roosevelt Duarte comp, da Lei de Reserva de Mercado puder; promova reuniões; fale à im
(ex-E letrom ar), a receita de vendas é para informática. E dá sua receita prensa e faça dessas atividades um
gerada 75% com informática; 21% com política para situações semelhantes: verdadeiro sacerdócio.
petróleo e apenas 4% com produtos de "O Congresso funciona a partir das Quanto à convergência das TCs e
telecomunicações. bases, vale dizer da opinião pública. informática, Didier dá sua opinião:
Uma destacada linha de produtos da E é esta que precisa ser conquistada. "As máquinas de computação têm de
M icrolab é a de memórias de discos 'cujo Nos Estados Unidos, por exemplo, falar entre si, através de um sistema
pulo do gato está no processo da fabrica duas forças são respeitadas por todos: qualquer de comunicações de dados.
ção” , explica Roosevelt Duarte, acres o Congresso e a opinião pública. Em princípio, um transporta e outro
centando que são de dois tipos: removí O Congresso porém muda, mas a manipula dados, mas tudo tende a
veis e Winchester. cultura popular permanece. Assim, ser digital. As áreas, portanto, têm
No conjunto de memória com discos acredito que o sucesso da indústria que trabalhar juntas. A médio prazo
rem ovíveis, a tecnologia é double face de informática foi devido a ter a opi deverá prevalecer a política indus
(DM 488 de 10 Mb; DM980 de 80Mb; e nião pública a seu lado — um traba trial da atual Lei de Informática,
DM 9300 de 300 Mbytes) e a importação lho que levou mais de 5 anos. porque no fundo quem manda é a op
ocorre a nível de componente. Assim lem bro-m e que, ao falar ção do povo. Os brasileiros não de
Quanto às unidades tipo Winchester com Joubert Brízida, ex-titular da vem se desentender mesmo se tercei
(onde o disco fixo permanece protegido SEI, sobre o que poderia ser feito em ros procurarem lançar, lenha na fo
num conjunto selado), a tecnologia é prol da inform ática, aconselhei: — gueira” .
quase a mesma, só que devem ser fabri