Page 33 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1985
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A u t o m a ç ã o : N o v a E r a d o C o m é r c i o
A automação comercial é um fenô
meno que chegou para ficar, como prova S '
a recente realização do 2.° Congresso
Nacional e a 2.“ Feira Internacional de
Automação Comercial, em São Paulo,
L e l i t e s
discutindo os problemas e expectativas
desse segmento, onde 25 fabricantes
Terminal
(Sid, Itautec e Filizola entre outros) típico, Ponto
mostraram seus produtos — de termi de Venda
nais de ponto de venda à pistola de lei (Itautec-5000)
tura óptica.
Racionalização de estoque, elimina
ção do custo operacional para marcação
(e remarcação) de preços, atendimento
mais rápido ao cliente (30 a 40%, se
gundo a ABAC) são alguns dos atrativos
aguardados para a nova era comercial.
E, ao invés de caixas registradoras, ter
minais inteligentes controlando auto
maticamente mercadorias no momento
da compra — com preços lidos por código
de barras —, transferindo informações,
via computador central, para a área de Martins, subsecretário adjunto de Ser problemas do comércio. A falta de uni
estoque. viços da SEI. formidade da legislação fiscal para cai
Apostando no mercado da automação Apesar do Brasil já t er optado pelo có xas registradoras eletrônicas e termi
comercial, apesar de suas atuais indefi digo de barras EAN (Europcan Article nais PDV é outro entrave para sua dis
nições, a indústria acredita ter um mer Number), ainda existem dúvidas e pen seminação. E aguardado, até o f inal des
cado potencial calculado aproximada dências em que se configura um círculo se exercício, a assinatura de convênio
mente em 100 mil máquinas para os vicioso. O comercio, por exemplo, quer entre todas as Secretarias Estaduais de
próximos 5 anos. Empresas como ltau- saber se a indúst ria de bens de consumo Fazenda com a finalidade de sanar este
tec, Sid e Dismac confirmaram essa ten vai realmente marcar suas mercadorias problema.
dência da indústria ao lançar terminais com o código de barras, a fim de justifi Segundo a ABAC, a exemplo de ou
PDV (Ponto de Venda) na Feira de Au car os investimentos em equipamentos tros países, a automação se iniciaria
tomação paulista. de leitura óptica. Empresas como a Nes- pelos pequenos comerciantes e não em
Mas a automação comercial ainda é tle já receberam os primeiros códigos de grandes redes, mas esse caminho imagi
um grande enigma. barras distribuídos pela AH AC (Asso nado por Antônio Galváo, presidente da
— Como seu custo ainda é considera ciação Brasileira de Automação Comer ABAC, sofre ainda restrições por parte
velmente alto, sua total implantação só cial). A Associação Brasileira de Indús do empresariado. Murad Salomão Saad,
ocorrerá a longo prazo, com a vulgariza trias de Alimentação (ABIA) já se pro presidente da Sindicato Lojista de São
ção de produtos marcados com código de pôs, publicamente, a iniciar a marcação Paulo, acredita ser um pouco difícil, a
barras — observa José Maria Gomes dos produtos. Mas não só aí residem os automação no comércio do pequeno e
médio lojista, porque estes não possuem
condições de trabalhar com aparelhos
geral mente caros e que exigem funcio
digo que pode ser lido por um trans-
As 13 Barras do Código ceptor óptico e assim ser passado ao nários especializados. Hoje apenas
computador. Impressos nos produtos grandes magazines como o Mappin e al
CÓDIGO EAN -VERSÃO 13 DÍGITOS ou nas embalagens pelos sistemas gumas lojas do grupo Pão de Açúcar
Barra gráficos usuais, ou por impressoras (ambos em S. Paulo) começam a se auto
Barra de Barra matizar no sentido globalizante.
de Segurança de de códigos de barras — de impacto,
Segurança Central Segurança matriciais, térmicas, eletroestáticas Com a chegada da Automação Co
4 caracteres I 5 caracteres e a laser — os códigos assumem o pa mercial resta saber de quem será a res
p identificação p identificação pel de etiqueta do futuro. ponsabilidade social pelo destino profis
do fabricante do produto Os tipos de código de barras mais sional de parte da força de trabalho, cal
comuns são o UPC (Universal Pro- culada em 2,3 milhões de empregados,
duct Code), o Código 39 (usado nos no âmbito de grandes magazines e su
EUA) e o European Article Number permercados.
(EAN). Quanto a automação bancária surge
Adotado pelo Brasil através do de o problema das padronizações para a
creto 90.596 de 29 de novembro de transferência eletrônica de fundos, que
1984, que também criou o Sistema de parece aos poucos encontrar solução.
o Codificação Nacional de Produto, o Durante o Congresso da ABAC, um de
Õ > Código EAN emprega 13 dígitos nu seus diretores, Antônio Di Giani, defen
0 .1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 0 méricos. Os três primeiros identifi deu a interligação das redes de comuni
y \/ cam o país de origem do produto; os cação entre bancos e com ércio. Ao
cação do Caracteres em Digito de quatro seguintes, o fabricante; os ou mesmo tempo, representantes do setor
Pais de Origem OCR B p leitura humana controle bancário presentes no Congresso lem
tros cinco o produto, especifica
Símbolo da automação comercial, mente; e o último um algorítimo que braram a existência de um projeto piloto
nesse sentido que deverá estar pronto
o diagrama de barras traduz um có- serve para controle.
ainda este ano. (CA) ***