Page 26 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1985

Uma seção para registrar proezas desse moderno engenho e suas
aplicações, grandes e pequenas, sensacionais e nem tão sensacionais, que inundam
? Lisa morreu aos dois anos de idade. A Ap­
ple americana parou de fabricar esse micro,
mesmo depois de rebatizá-lo de Macintosh
XL. O Lisa foi, no entanto, precursor de duas
inovações revolucionárias, que são aplicadas
nas mais modernas máquinas de 32 bits: o
mouse (dispositivo digitador acoplado a uma
prancheta eletrônica) e as Windows (compar-
timentação inteligente da tela, que passa a
mostrar informações independentes). Motivo
do desaparecimento: o elevado custo.
? Oficialmente o Brasil ainda não teve ne­
nhum crime eletrônico, registrado, contra
instituições financeiras. O mesmo já não
acontece nos Estados Unidos, onde 21 esta­
dos possuem leis específicas para esse tipo de
d e l i t o . E m u m r o u b o e l e t r ô n i c o
sucedido, sem armas convencionais, o delin-
qüente arrecada em média 500 mil dólares.
Em crim es, f i n a n c e i r o s n ã o e l e t r ô n i c o s ,
porém, nada ficamos a dever ao hemisfério
norte.
? ATE é a sigla de Analisador de Tensão
Emocional, que analisa as microvibrações
emitidas pela voz — mesmo através do tele­
fone — e permite avaliar o grau de stress ou
de tensão emocional. O equipamento utiliza
um micro, ofcourse, e dá 100% de acerto, se­
g u n d o F r a n c i s c o G a m a ,
Agents.
? Os passaportes brasileiros passarão a ter
códigos de barras, e os estrangeiros terão
carimbado esse código. A finalidade é acele­
rar o controle da entrada de turistas no País.
A Prólogo é a empresa que está desenvol­
vendo o processo, sendo os equipamentos de
leitura (scanners) automática instalados ini­
cialmente nos aeroportos internacionais do
Rio de Janeiro e São Paulo. Barra limpa para
os viajantes.
? O Telecheque é explorado no Rio pela Info-
Cred — uma associação da Apoio com a Tele-
data. A consulta on-line é feita em função do
CIC ou CGC do pesquisado e revela se há al­
gum cheque "voador" no Banco Central. Em
São Paulo, o serviço é explorado pela Tele-
data e Associação Comercial de SP. BigBro-
th er não costum a gostar dos maus paga­
dores.
? Sem computador não haveria microeletrô-
nica e sem esta não existiriam os computa­
dores no nível que hoje os conhecemos. É o
que se deduz da palestra de Antonio Anibal
o noticiário, informam o público e, às vezes, deslumbram o leigo.
de Souza Teles, da UFRJ. O computador si­
mula a lógica, auxilia na edição e geração au­
tomática das diversas partes e verifica as re­
gras de consistência necessária à elaboração
de um micro. O restante é mexer com metais,
implantes, óxidos e difusão — diz o técnico.
Projetar um integrado é em grande parte
uma tarefa gráfica e o computador é funda­
mental.
? A eleição da próxima Assembléia Nacio­
nal Constituinte poderá utilizar com mais in­
tensidade as 1001 faces do computador.
Porém, ainda estaremos muito aquém da au­
tomação eleitoral americana, que, em certos
casos, como em Los Angeles, os eleitores fa^
zem sua escolha via micro. Nem tanto.
? Será a Cobra Privatizada? A decisão é pri­
meiro política e depois acionária. A compra
teria que ser feita por grupo nacional, a pre­
ços de m ercado e com o com prom isso de
operar em tecnologia de ponta. Mas para o se­
tor de informática não interessa sua privati­
zação, pois a empresa é necessária ao proces­
so de consolidação da tecnologia nacional. A
resposta é de Fernando Azevedo, presidente
da Cobra.
? O m icrocom putador também está aju­
dando na gastronomia. E quem o utiliza para
bem - esse fim é o jornalista e gourmet Sílvio Lan-
celotti, de São Paulo, que elaborou "O Cuia
dos Melhores Restaurantes do Brasil". Mis­
turando 0 8 "ingredientes", isto é, as informa­
ções dentro de um CP-500 da Prológica, ele
conseguiu pesquisar todos os dados neces­
sários para a confecção do livro em apenas 10
dias.
? Por falar em micro, o house-organ "Chu-
v e i r ã o ” , d a L o r e n z e t t i ,
meia-página, para anunciar a instalação de
três desses equipamentos, destinados ao
p r e s i d e n t e d a usuário leigo, mas que precisa lidar cora in­
formações. Produtos de logicial adotados: Su-
percalc (planilha de cálculo); D. BaselI (tra­
balha com arquivos) e Wordstar (editor de
texto). É o micro ajudando a MaxiDucha a fa­
zer melhor chuááááááá...
? O computador também já encontrou seu
lugar no "pão nosso de cada dia”. A figura do
padeiro, que usava lápis atrás da orelha e ra­
biscava suas contas no próprio papel do pão,
começa a ser substituída pelo computador,
onde os produtos altamente perecíveis e a
grande rotatividade do estoque exigem agili­
dade nas decisões. E esses novos adeptos da
informatização estão dizendo "amém” pelo
avanço da tecnologia.
? A ciência e a medicina estão cada vez mais
utilizando o sistema de processamento de da­
dos. Em São P a u l o , a ROP — Radiologia
Odontológica Padronizada S/C Ltda. está
utilizando como suporte para suas análises
de avaliação de desvios da arcada dentária
um sistema composto de microcomputador,
dois disk-drives, uma mesa digitalizadora,
um plotter e uma impressora.
? Enquanto isso, cientistas japoneses aca­
bam de desenvolver uma perna artificial do­
tada de microcomputador e bateria embuti­
dos, e que controla automaticamente a fre-
qüência dos passos em três velocidades: bai­
xa, média e alta. A "perna mecânica inteli­
gente", como está sendo chamada a prótese
japonesa, consegue que o usuário possa até
correr. Aqueles que por deficiência física náo
podiam concorrer à maratona da vida, graças
ao computador, já podem candidatar-se.
d e d i c a q u a s e ? Dentro de suas "1001 faces”, o computador
cumpre a missão de auxiliar a lei e a ordem,
armazenando em sua memória os nomes da­
queles que possuem legalmente armas de
fogo, tentando evitar que marginais se apos­
sem de verdadeiros arsenais bélicos. Essas
medidas estão previstas no plano aprovado
pelo presidente José Sarney para conterá
violência urbana.
? Com um microcomputador fabricado pela
Prológica e desenvolvido pela Serpro e USP
ficou mais fácil a produção de livros em brail­
le. Com o uso do computador a edição e a revi­
são do texto em braille foram radical mente
facilitadas, uma vez que, no processo antigo,
a transcrição e conversão eram feitas ma-
nualmente, exigindo técnicos altamente es­
pecializados.
? O prefeito de C u r i t i b a , PR, Maurício
Fruet, dá exemplos de desburocratizaçáoede
economia com o dinheiro do erário público.
Ele resolveu administrar com auxílio do
computador ao invés de contratar dezenas de
assessores. Segundo Fruet, "esse serviço
evita que o contribuinte tenha que se dirigir
a um determinado departamento da Prefei­
tura cada vez que deseja uma informação,
além de dispensar formulários e requerimen­
tos”. É o computador versus "cabides de em­
pregos”.