Page 24 - Telebrasil - Julho/Agosto 1985
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gre, da U niversidade Federal do Rio de
R O B Ô S : re p re s e n ta o b rig a to ria m e n te a d im i Ja n e iro (U FR J). P ara ela, "nos próxi
n uição de em prego, po rq u e as in d ú s
tria s de lazer vão p assar a exigir m aior mos cinco anos serão elim inados dois
núm ero de trab alh ad o res p ara m elhor m ilh õ es de em pregos na indústria de
a te n d e r as disp o n ib ilid ad es de tem po m anu fatu rad o s do País, se a automação
A reserv a de m ercado p ara as em pre para o hom em que tra b alh a menos. E fi co n tin u ar com a m esm a intensidade dos !
sa s n a c io n a is com eça a se r a p licad a nalizou: dias a tu a is ”.
tam bém na fabricação de robôs, fato que — E stam os p artindo p ara um a socie Lígia Segre acredita que até o final
vem preocupando vários segm entos da dade de lazer, em que o homem tra b a d esta d écada esta rão desempregados,
sociedade tem erosos com o aum ento do lh ará cada vez m enos e as m áquinas o nos E stados Unidos, devido a automa
índice de desem prego, p rincipalm ente substituirão. o-' ção, sete m ilhões de trabalhadores na
n a área in d u strial. No B rasil, a indús «A' V in d ú stria e 30 m ilhões em serviços. No
tr ia au to m o b ilístic a e stá sendo a p ri V ozes a isc ô ^ d a n te s B rasil, os efeitos serão ainda maiores,
m eira a su b stitu ir trab alh ad o res por ro conform e afirm ou ou tra professora da
bôs. A autom ação já provocou na Ford e A pesar do otim ism o do M inistro Re U FR J, D ina C leim an. Ela advertiu que
n a V olksw agen a dem issão de 90 em pre nato A rcher, diversos "experts” em au os tra b a lh a d o re s desem pregados pela
gados no ano passado. Foram dispensa to m ação d isco rd am de seu p o n to de autom ação dificilm ente conseguirão no
dos 55 operários da Ford, que possui 8 vista. Um deles é a professora Lígia Se- vos em pregos.
robôs em operação e 35 outros da Volks D in a C leim an revelou que, atual
w ag en , onde são u tilizad o s 6 eq u ip a m ente, 54,2'/< dos atu ais metalúrgicos
m entos desse tipo no processo de auto possuem ap en as o prim ário completo,
m ação da produção de veículos. enqu an to a m aioria das profissões liga
M uita gente acredita que a autom a das ao processam ento de dados é preen-
tização da sociedade g ere desem prego ch id a por p ro fissio n a is de nível su- j
em m assa, m as p ara o M inistro da Ciên perior.
cia e Tecnologia, R enato A rcher, tudo — H á u m a d is c r e p â n c ia m uito
não passa de um a velha discussão e, por g rande en tre os crescirhento dos empre
isso, lem b ra que desde o início da re gos e a concentração de riquezas provo
volução in d ustrial estabeleceu-se o de cadas pela autom ação no País, concluiu
b ate. "E a v elha h istó ria dos artesãos a professora, acrescentando que "no seu j
q uebrarem os teares autom áticos que os en te n d e ra solução para o problema pas- j
s u b stitu ía m n as tarefas, m as que au sa pela redução da jornada de trabalho”. |
m entou enorm em ente a produção e aca O utro que não está m uitootim istaéo I
bou a b rin d o m a io re s p ersp e c tiv a s e diretor do Dieese, W alter Barelli, para I
crian d o m aio r nível de em pregos. Eu quem a in fo rm atização na indústria I
creio que essa an tig a discussão em ne b rasileira não está sendo aplicada nas |
nhum caso representou redução de em áreas com m aiores riscos de vida. Para
prego”. ele, os robôs existentes na indústria au
tom obilística só atingem a linha de pro
Exemplo do exterior dução m enos insalubre das fábricas.
Nos Estados U nidos, as estatísticas
— N ós tem os exemplos de países que m ostram que em 1900 a força de traba- |
m ais larg am en te utilizam a autom ação Ministro Renato Archer está otimista em re lho e ra de 29 m ilhões de pessoas. Em
na in d ú stria autom obilística e cito o J a lação à implantação de robôs. 1980 já era de 96 milhões. No setor in-
pão como um deles — explicou Renato
A rc h e r. "O uso de robôs n a lin h a de
m ontagem aum entou e m elhorou a qua
lidade do produto, acelerou a produção e
acabou dom inando o m ercado de auto
móveis, a ponto de países como os E sta
dos U nidos terem imposto cotas de ex
portação ao Japão. Não m e parece que
h aja dificuldade em afirm ar que neste
caso a autom ação represente redução do
m ercado de trabalho.
O M inistro da C iência e Tecnologia
acha tam bém que um a reciclagem po
d erá d estin ar os trabalhadores a novos
em pregos em outros setores. "Eles de
verão p assar à fabricação dos próprios
robôs que vão substituí-los na linha de
m ontagem ”. E acrescentou:
— As relações en tre o futuro do tra
b alh ad o r e a au to m atização da socie
dade, à m edida que a ciência progride e
a tecnologia se aperfeiçoe, vão ficando
m a isju stas, o núm ero de horas de tra b a
lho vai sendo reduzido. Todos se lem
bram da im plantação da sem ana ingle
sa, a grande conquista que foi a redução
do trabalho aos sábados, e estam os m ar
chando cada vez m ais p ara um núm ero Nesta máquina utilizada pela N TT (Japão) todos os procedimentos necessários para unir (sol
m enor de horas de trabalho, o que não dar) duas fibras ópticas são completados em apenas 7 minutos sem intervenção humana.