Page 52 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1985
P. 52
recom enda M anny cujas idéias em suma Q uanto a testar os resultados, em m aior rapidez e da resistência a m ono
são as seguintes: projete um m odelo do tem po real, o ser hum ano esbarra em duas tonia.
“ q u e " deve ser feito, defina um processo dificuldades: o fator tem po e a com plexi Ainda hoje perm anecem remanes
de “ co m o " agir e estabeleça uma m eto dade dos programas. E perm anecera sem centes dessa época, com o com putador
dologia com as ferram entas necessárias. pre a dúvida se não teriam sido realm ente sendo aplicado em operações pouco rentá
“ p a ssa ro s", quando foram d isp a ra d o s veis fez notar W arnier, acrescentando
Logicial das CPAs mísseis nucleares... Um erro não m uito di- que “ existem programas que custam pou
ferente de quando o “ H .M . S hefield" foi co e rendem m uito e outros que custam
Para os que a essa altura julgam que o afundado, durante a Guerra das M alvinas, uma fortuna e não rendem quase nada".
cie n tista estaria se perdendo em abstra por um m íssil Exocet, porque seus bancos A seguir, com parando o homem com o
de dados não haviam registrado que argen c o m p u ta d o r, o c o n fe re n c is ta cham ou
ções, ele revelou estar trabalhando num
grande projeto de logicial, para os siste tinos o tinham adquirido da Franca, uma atenção para o fato, as vezes esquecido, de
m as de com utação, em pregando CPAs. nação amiga. que “ com putadores e seres humanos não
reagem da mesma m aneira” .
Este projeto — segundo ele — está sendo
A lógica dos programas
desenvolvido para a B ritish Telcom , mas
será de uso geral. “ Hoje em dia os fa b ri Hom em x Máquina
Jean D om inique W arnier, conhecido
cantes de CPAs estão à procura de ferra
m ental para desenvolver logicial, e é isto por seus livros e polo desenvolvim ento do Prosseguindo numa revoada altamente
que estam os desenvolvendo na Im perial m étodo W arnier de programação, é um in filosófica, W arnier observou que o homem
Softw are Technology" . s a tis fe ito com o estágio do desenvolvi reage com in te lig ê n c ia aos problemas,
Depois da palestra, em entrevista, ex m ento do logicial que considera m edie mas não tem capacidade de trabalho com
vai em relação ao resto da inform ática,
plicou Lehman que “ a IST desenvolve fer parável ao de uma m aquina e que opera
ram ental para a indústria de centrais de “ se quiser uma industria de ponta." com lexis (considera apenas o conteúdo do
com utação e fez uma analogia-, os fabri Falando para uma sala lotada de técni enunciado, independente de ser verdadei
cantes necessitam de uma linha de produ cos e de estudantes, por ocasiao do Infor ro ou falso), o que pode levá-lo a erros. Em
ção de logicial para suas centrais e o que m ática '84', ele fez um retrospecto da lo com pensação, o ser humano distingue en
gica aplicada à construção de programas,
estam os oferecendo é a correia transporta tre o conteúdo e o continente e pode con
dora desssa linha de produção (que cha que em 6 5 e n co n tra va -se , na França, trolar com o o conhecim ento é expresso.
ma mos de fram ework), bem com o os robôs numa situação em que “ os belos progra “ Há algo contudo que nenhum computa
mas da teoria sim plesm ente não funciona
para a fabricação do produto (que chama dor pode im itar que é a apreensão verbal e
mos tools). Em 8 6 , deverem os ter todos vam na p rá tica ". Seguiu se uma década nao v e rb a l que o ser hum ano tem do
esses logiciais no m ercado. Ate la, os fa b ri de pesquisa teórica e de aplicações reais, m undo, e que armazena em seu cerebro e
cantes continuarão desenvolvendo CPAs culm inando, em 75, com o aparecim ento que náo pode ser contabilizada” , afirmou
na m aneira tradicional, com apenas uma da Lógica para o Funcionam ento dos Siste o palestrante para em seguida fazer uma
ou outra ferram enta (tool). e não um sis mas de Operação do Com putador, com o advertência:
tem a global de desenvolvim ento com o pre que se obteve m elhorias de rendim ento da É indispensável hoje situar adequa
tendem os oferecer” , disse o especialista. ordem de 20% . dam ente a inform ática na sociedade, para
M anny Lehm an se extendeu bastante Conclui-se tam bém que era m uito im que ela náo venha a destruir o ambiente
portante saber, no âm bito da inform ática
sobre o problem a da falta de c o n fia b ili psicológico do homem tal como a expan
dade dos program as de com putação e dos para a p lica çõ e s g e re n cia is, que dados são industrial efetuou com sua ecologia.
perigos decorrente. Eis um resumo do que seriam necessários para adm inistrar a em Em realidade, quem incorre em erro não
presa e de com o o co m puta dor e o e le
ele disse: sào os com putadores e sim as pessoas que
— Em p ro b le m a s com plexos, não se m ento hum ano participariam desse con os u tiliza m . A autom ação não se destina
consegue passar diretam ente do aspecto texto. Nessa época da “ inform ática pela portanto a desum am zar a sociedade, mas
conceituai para as linhas de codigo de um in fo rm á tica ", sem m aiores preocupações se for mal conduzida, pode levar a catás
program a. O produto final é, no entanto, de rentabilidade, a filosofia era de que o trofes piores do que as da ecologia.
um programa com m ilhares de instruções com putador substituiria o hom em em suas Ao falar sobre a programação de com
que interagem entre si e cujo resultado — tarefas corriqueiras, com as vantagens da putadores, observou W arnier que a aplica
em q u a lq u e r circu n stâ n cia — o hom em ção de princípios fundam entais de raciocí
deveria prever. nio é essencial, sendo necessário trabalhar
— Não existe infelizm ente a certeza da sem pre a nível logico. Sobre essa base
não ocorrência de resultados inesperados, deve então o program ador estabelecer mé
em program as m uito com plexos, aplicados todos e técnicas coerentes, evitando for
ao m undo real em perpetua m udança. O m ular instruções de desvios que náo pos
m elhor que se pode fazer é d ivid ir o progra sam ser ló g ica m e n te controladas mdu
ma em partes menores, assegurar que es zindo grandes erros em programas com
tão corretas e verificar a qualidade de sua plexos.
interconexão. Isto o levou a falar sobre o profissional
— Existem tentativas para os progra de processam ento de dados, que deve pro
mas se auto-adaptarem às m udanças do gram ar logicam ente e procurar “ descobrir
m undo real, que são denom inados progra conjuntos desconhecidos à partir de con
mas especialistas ou de inteligência a rtifi ju n to s c o n h e c id o s ” . Em sum a, quem
cial, que procuram “ aprender" à m edida mexe com program as deve vir m unido com
que são utilizados, através das alterações Jean Warmer: Computador e set humano rea uma boa form ação teórica, o que nem sem
que ocorrem , em bancos de dados. gem diferente. pre acontece.