Page 49 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1985

ças. sem interferência humana, todo ele proje­
tado no Brasil.
Tecnicamente o "robozmho” da Líder pos­
sui 6 graus de liberdade (2 na mão e 1 no "ali­
cate” ) e utiliza motores elétricos de passo,
com realimentaçáo de pressão para aciona­
mento, de modo a não esmagar o objeto sendo
manipulado. O "cérebro” emprega dois m i­
cros 8085, com 8K de memória, e sua progra­
mação é escrita em Assembler.
Quanto ao sensor de visão, utiliza um cir­
cuito digitalizador de imagem ou mapa de
bits, com reconhecimento de configurações
através de 3 fases: segmentação (que separa
as peças); descrição (através de uma seqüên
cia de números vetor
objeto); classificação (de acordo com os parà
metros medidos).
0 projeto Líder esta sendo desenvolvido ha
2 anos sob orientação de Lucas Moscato, em
cooperação com os engenheiros Antonio S.
Souza (USP) e Paulo Amaral (UFES).
Show de Mecânica
O Centro de Mecânica Fina, da Escola de
Engenharia de São Carlos
Adilson Gonzaga e Guilherme Sabe, serviu
para lembrar que "nem so de eletrônica vive a
informática” . Como vedete, a Escola apresen
tou um braço mecânico, desenvolvido por
Mario Stefani. com 5 graus de mobilidade,
controlado a micro e destinado a manipula
ções de precisão. "É o único braço brasileiro
que so emprega motores de passo, o que eli
mina a necessidade de realimentaçáo e assim
barateia muito o projeto”
witch.
Os outros dispositivos mostrados foram: a)
registrador grafico de tambor (motor de pas
so, precisão 0.25mm, velocidade 5cm s, ca
paz de gerar caracteres em 255 dimensões
distintas; b) - mesa de coordenadas x-y, com
controle numérico computadorizado (usa m i­
cro 8085), precisão 0.02 mm, velocidade
4m/s, a ser fabricada no Brasil, pela firma Di-
gimec; c) — impressora de agulhas, total­
mente nacional, com cabeçote e tudo.
0 último robô da exposição — foram 4 ao
todo foi apresentado pela BCM Engenharia
Ltda. sob denominação industrial de EB 1085
A.
A Universidade do Espírito Santo — UFES
também se dedica intensamente a automa­
ção. Hoje desenvolve, graças a um financia­
mento do CNPq, um torno mecânico com con­
trole numérico que "falará” com os micros na­
cionais, através da linguagem CNC. Este torno
é compatível com o braço da Líder (USP) e sua
interligação resultará na primeira célula flexí­
vel produzida no Brasil.
A lição dos outros
A lição, por demais conhecida, que ficou
de atribuições do
M esa d e coordenadas, co m c o ntrolo n u m é ric o (I s< Eng d c
SP, dirigido por
da palestra de Christian Sauvaire. doutor em
engenharia e diretor da Agência Nacional para
o Desenvolvimento da Produção Automati
zada Adepa, e a de que a tecnologia goza da
maior atenção por parte dos países desenvolvi
dos, principalmente em seu aspecto indus
trial.
Agora, na França, a automação já é corri­
disse Warsis Sly queira nos processos contínuos característicos
da industria pesada (química, siderurgia, refi­
narias) e o esforço agora é dirigido para auto-
Nova engenharia auxiliada a computador.
S. C m los)
matizar processos, em lotes descontínuos, da
industria de transformação. Esta indústria
(couros, metais, plásticos, têxtil e alimenta­
ção) conforme destacou Sauvaíre - se re
veste de grande importância por sua alta renta­
bilidade, representando em média 30% do
Produto Interno Bruto dos países desenvol
vidos.
É necessário porém reformular todo o
processo produtivo e fazer face a novas tecno­
logias como comando numérico, informática
industrial, técnicas de planejamento, enge­
nharia, fabricação e de gestão auxiliadas a
computador (ou seja a família PAC, EAC, FAC,
GAC e outros), além da robotica, adaptando-as
ao uso das pequenas e médias empresas
disse ele.
Isto significa que não se trata apenas de in­
troduzir novas máquinas e logiciais, mas sim
modificar o ambiente organizacional e hu­
mano para se adaptar a nova era "Produtomá-
tica” . Outra tendência atual, destacada por
Sauvaire, foi a de que a indústria de transfor
mação opera com produtos de vida mercadoló­
gica mais curta — vale dizer então que esta­
mos nos dirigindo rumo à fábrica flexível do fu­
turo.
Como automatizar
0 Diretor da Adepa transmitiu ainda um
pouco de sua experiência relativa à automação
industrial:
• sair para um enfoque global e não automati­
zar um "pedacinhoaqui eoutroali", ainda que
se deva progredir passo a passo dentro de um
planejamento cuidadosa mente estabelecido; t