Page 48 - Telebrasil - Março/Abril 1984
P. 48
Grupo ABC:
dentro de um prazo mínimo, o tempo — Nós temos exportado razoavel Para Cláudio Leig o índice de nacio
real de que precisam para produzir um mente bem para a África do Sul, Espa nalização está ligado ao volume de pro
equipamento . nha. Itália, Noruega, Sudão, Tanzânia.. dução e à tecnologia Mas a principal bar
<
l i
X
Na América Latina exportamos para a reira ainda é o volume de produção,
Telefonia: o mais promissor Bolívia e estamos com uma concorrência “ pois é ele que viabiliza a implantação de
no Equador. No faturamento da empre componentes especiais".
Para Cláudio Leig o mercado de tele sa, o mercado externo representa entre Além do CPqD/Veiebrás, a ABC Siste
fonia e o mais promissor: 20 e 25%. mas tem desenvolvido produtos com o
— Se você olhar o Brasil como um Nacionalização INPE e o CETUC.
todo terá uma visão de que ele está ainda — Com o INPE — revelou Leig — ini
extremamente atrasado em telefonia, Cláudio Leig afirmou categorica ciamos o primeiro receptor de TV via sa
pelo menos em número de telefone/ha- mente que no Grupo ABC o que não é na télite e com o CETUC seus técnicos cola
bitante. A demanda reprimida ainda é cional é porque não existe componente boraram conosco no desenvolvimento
muito grande. O Sistema í elebrás está similar fabricado no Brasil. E explicou: de um rádio de 6 canais.
dentre de um país em crise, por isso não — Quando o projeto é estrangeiro é Quanto ao CPqD, Leig acha que sua
pode fazer mais do que tem feito. Mas evidente que se supre de componentes atuação tem sido bastante positiva:
um dia vai ter que fazer! O1 sistema está dentro de u n certo parque industrial que — O CPqD criou de fato as bases da
com seus investimentos contidos há mui logicamente não é o Brasil. Porém, tecnologia nacional. Abriu novas pers
tos anos, mas dia menos dia vai ter que quando o projeto é nacional a variável é pectivas e nos conscientizou de nossa ca
investir seus próprios recursos. Para diferente. Por exemplo: A nacionaliza pacidade.
mim, no período de 85 a 90 essa reto ção de nosso receptor de mensagem está
mada será inevitável. em torno de 90%. Por sua vez, o LNA Satélite Doméstico
Em relação à associação do Grupo (amplificador de baixo ruído) é quase to
Indagado sobre os benefícios que o
satélite doméstico trará, a partir de sua
implantação em 1985, para a sociedade
brasileira como um todo, Cláudio Leig
respondeu que o principal benefício será
a integração nacional. E disse por qué:
— Você vai poder integrar aqueles
municípios que hoje estão economica
mente isolados, uma vez que não vêm
sendo possível integrá-los pelos meios
|
¦
*
convencionais de comunicações.
m
m m
— Além disso — acrescentou — o sa
télite domestico virá aumentar a capaci
dade de transmissão como, por exemplo,
dados, permitindo uma melhor gestão
empresarial a menores custos. Dispor de
dados de uma maneira mais rápida é es
sencial para uma boa gerência e uma
* __
•
*
*
¦
¦ A
maior eficiência, principalmente numa
época de crise como a atual.
Cláudio Leig, Diretor-Superintendente da ABC/Sistemas Eletrônicos S.A. Leig acredita que com o advento do
Brasilsat uma série de novos produtos
poderá surgir no mercado de telecomu
nicações. E citou a associação da ABC $i-
ABC com outras empresas, inclusive talmente importado, ou melhor, só a me temas com a Amplimatic como exemplo:
multinacionais, Cláudio Leig afirmou que cânica é nacional. Já o receptor de TV é — Nós tínhamos a capacidade eletrô
faz parte da estratégia de expansão do quase totalmente nacional. O maior pro nica e a Amplimatic tinha a antena. Para
grupo: blema ainda são os componentes de mi que pudéssemos vender o sistema inte
Evidentemente, quando nos asso croondas, transistores e alguns conec grado — antena e receptor de TV — fize
ciamos, por exemplo, na área de grandes tores. No caso de microondas não faz mos um consórcio para a venda do “pa
computadores com a Honeywe'1 Bu I, sentido você fabricar aqui, com um mer cote” , a ABC-Amplimatic.
nós estamos associando nossa capaci cado tão pequeno. Leig afirmou que as maiores benefi
dade administrativa e financeira a um Segundo Cláudio Leig, os equipamen ciárias com a implantação do Brasilsat
grupo que tem uma tecnologia bastante tos brasileiros têm preços muito mais ele serão as geradoras de programas de tele
avançada, conhecida mundíalmente, ou vados do que os importados: "Daí o nos visão e os próprios telespectadores resi
seja, vai nos possibilitar a aprender e de so problema de exportação. O Brasil po dentes em inúmeros municípios que
senvolver os nossos próprios recursos deria competir para os mercados da ainda recebem os sinais de TV. via UHF.
nessa área. Isso vai permitir a ABC Siste América Latina, mas não compete por com péssima qualidade.
mas a ter seus próprios produtos e desen que seus equipamentos são mais caros". — O grande obstáculo ainda é a estru
volvimentos. E também para enfrentar a E perguntou: tura montada pelas geradoras de progra
atual crise brasileira, sob certos aspectos, — Como você pode competir com mas locais — particularmente a Rede
mas basicamente serve ao Grupo ABC uma fábrica que fornece, por exemplo, Globo — no âmbito da comercialização
como suporte para os seus planos indus um milhão de transistores por dia com da transmissão direta do satélite — res
trial e de expansão. uma fábrica que produz apenas cem? As saltou Cláudio Leig.
Sobre as perspectivas do mercado ex sim você perde a co npetitividade, além Para ele, a implantaÇã° do Vídeosat—
terno para exportação dos produtos fa de não fazer sentido falar em índice de um subproduto do TV-SAT — virá desen*
bricados pelo Grupo ABC revelou o Su nacionalização, a partir de um projeto volver não apenas as regiões subdesen
perintendente da ABC Sistemas: desse tipo. volvidas, mas tarnbém as desenvolvidas