Page 47 - Telebrasil - Março/Abril 1984

liderados por Alexandrino Garcia, atual
presidente e sócio majoritário da empre­
sa. A CTBC teve uma expansão muito
grande e hoje é uma companhia com 50
mil telefones e quase dois mil em pre­
gados.
— Somente em 1978 — continuou
Leig — tomamos a decisão de penetrar
na área industrial. Começamos a nego­
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ciar a aquisiçao de varias empresas e a
primeira delas foi a Telettra, em junho de
1981, uma empresa italiana de TCs li­
gada ao Grupo Fiat, Depois adquirimos a
Italtel, também italiana, mas estatal. E
daí em diante fomos adquirindo as de­
mais empresas do grupo e consorcian­
do-nos com outras.
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E possível que a diversificação dos
produtos tenha sido a chave da prosperi­
dade do Grupo ABC, cujo vice-presiden­
te, Luiz Alberto Garcia, recebeu o título
de ‘ O Homem de Comunicações do Ano-
83” oferecido pela Revista RNT.
Organograma do Grupo
Em seu organograma, o Grupo ABC
possui atualmente as seguintes empre­
sas: Companhia Telefô n ica do Brasil
Central (CTBC), carro-chefe do setor de
teefonia, que inclui as companhias tele­
fônicas Pará de M inas, Uberaba, Alta
Mogiana, da Luz, Campos Altos, Igua-
tama, Pitangui, lbiraci, Ituiutaba. Mon-
tessantense, Lagoa da Prata e Ibiá Em ­
preendimentos S.A. E as empresas: ABC
Agricultura e Pecuária; Santa Úrsula
Agropecuária; Sucos e Cons. do Triân­
gulo; Agropecuária Brasil N orte; Cia.
Thermas do Rio Quente; Estância Ther-
mas Pousada do Rio Q uente; Pousada
Brasília; Vale do Rio Quente Turism o;
Rio Quente Agroflorestal; Rio Quente
Empreendimentos Imobiliários; Gráfica
e Public. Correio de Uberlândia Ltda.;
Sabe (Soc. Adm. Bras. de Empr. Ltda,);
Rádio Pousada de Rio Quente; ABC Pro­
paganda e Etc.; ABC Consórcio Nacio­
nal; Automag (A u t. de M ato Grosso
Ltda.); Garinco (Garcia S.A. indústria e
Comércio); ABC Locadora Ltda.; ABC
Com, Imp. e Manufaturados Aeronaves
Ltda.; ABC Táxi Aéreo-, Brasi Central
Aerocursos Ltda.; ABC Indústria e Co­
mércio S.A .; ABC Armazéns Gerais; ABC
Oliveira, Indústria e Comércio Ltda.; Á r­
vore (Arranjos Verdes Ornam entais e
Exóticos Ltda,); Tropical Madeiras S.A.;
e Rio Quente Mineração Ltda.
Segundo Cláudio Leigh, o Grupo ABC,
na área de eletrônica e informática, sob o
comando da ABC Sistemas, compõe-se
hoje da ABC-Telettra, ABC-ltaltel, ABC-
Kuhn, ABC-Xtal, ABC-Telem atic, asso­
ciada da multinacional Honeywell Buli
(que vai produzir com putadores de
grande porte já classificados pela SEI) e
ABC-Amplimatic, um consórcio criado
para a venda de “ pacotes’* destinados ao
segmento terrestre de comunicações via
satélite. A ABC Sistemas Eletrônicos S.A.
também fabricará produtos específicos
para a área m ilitar, será a responsável
Telebrosil, Março/Abril 84
pela política de desenvolvimento de suas
empresas-pólo e deverá ser ainda a casa
de “ software" para todo o grupo.
Livre competição
Dizendo-se favorável à política de li­
vre competição, "porque não gera com­
promissos, não cria vínculos, nem dis­
| fé
torce planejamentos", Cláudio Leig res­
salvou que, no momento, não vê outra al­
ternativa senão a política de divisão de
mercado, uma vez que, sendo este mo*
nopsônico como comprador, a livre com­
petição iria destruir, pelo menos, a maio­
ria das indústrias do setor de telecomuni­
cações.
— Na política de livre mercado, a em­ Bastidores multiplex, de alta capacidade de
presa avança, dentro de seu próprio tráfego.
risco, sem interferências externas —
acrescentou Leigh. Mas o que ocorre
com a atual política da Telebrás? Ela divi­
diu o mercado e as empresas vencedoras
planificaram dentro desse sistema. Se o
mercado é aberto, com a atual estrutura
recessiva, várias empresas vão desapare­
cer, vão falir, pois farão investimentos
inócuos. Ou matarão as que já estão
atuando, pois o mercado não dá para to­
das — afirmou Cláudio Leig.
— Para mim — repetiu Cláudio Leig —
a política básica de TCs deveria ser a de
livre competição, isso desde o início.
Agora, na atual situação, você optar pela
abertura de mercado é destruir senão to­
das, mas pelo menos a grande maioria
das empresas. Equipamento para uso móvel, em tecnologia
Leig citou como exemplo típico o PCM de estado sólido.
(Modulação de Código de Pulsos), cujo
equipamento teve quatro empresas ad­
judicadas: A G TE/M ultitel, a N EC, a
ABC/Telettra e a Elebra. "Com um mer­ planejamento empresarial. Ela pode su­
cado de 20 mil canais?" — perguntou portar um baixo volume de produção,
^eig para ele mesmo responder: “ Não porque vai se adequar, embora com o sa­
faz sentido nem quatro em presas!" E crifício de seus empregados e do lucro,
continuou: porque um percentual terá que ser demi­
— Pode acontecer o mesmo que ocor­ tido. É uma conseqüência direta do baixo
reu com os equipamentos de transmis­ volume de produção. Mas a empresa
são. Cada vez mais você foi colocando subsiste. O que ela não suporta é a indefi­
um maior número de indústrias. No final, nição.
o mercado se viu restrito a duas ou três, Cláudio Leig acha que o m ercado
porque as demais se desmontaram. A atual não tem uma visão maior do que vai
política para mim tem que ser formulada a co n te ce r daqui a seis m eses e se
nas bases, mudar a regra do jogo na re­ durante esse período nada acontecer,
serva de mercado, porque dentro de um então a empresa afunda, “ porque para
mercado que a cada dia se apresenta me­ produzir um equipamento leva-se cerca
nor é destruir a base industrial criada. de 15 meses, isto é, entre a vontade de
produzir e colocá-lo no almoxarifado. E o
Restrições de investimentos que tem acontecido ultin lamente? Está
todo mundo querendo comprar com um
Respondendo à uma pergunta sobre máximo de um ano, entre o contrato e a
as restrições de investimentos impostas entrega. E o que nós fazemos? Ou estoca­
pelo Governo à Telebrás, Cláudio Leig mos para suprir as eventuais necessida­
disse que a medida afetou bastante todas des do mercado, ou então se faz uma pre-
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as empresas envolvidas em TCs. E ex- visão pessimista e, em consequência, se o
pllCOU: comprador aparecer nós não temos o
— : claro que se existe um nível de que entregar. Portanto, o problema bá­
encomendas e este começa a cair, a con- sico das empresas hoje é o planejamento,
seqüência é o desemprego, é a perda da isto é, sabermos com antecedência o que
capacidade de desenvolver outras coisas, vamos vender. Eu sei que a nível de Tele­
é a perda em todos os sentidos. Contudo, brás é muito difícil, mas era fundamental
o mais importante para uma empresa para a sobrevivência dessas empresas
não é o volume de encomendas, mas o envolvidas com TCs saber o que vão fazer )
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