Page 26 - Telebrasil - Julho/Agosto 1984
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Antonio Martins Ferrari formou-se aqui não podem ser fabricados — escla da AXE, apenas a França e o Brasil
engenheiro eletricista por Itajubá. em rece Martins Ferrari. mantiveram o nível de seleção de grupo
1956, e pouco depois passava dois anos O APZ 210 não é porém o último grito em tecnologia analógica — revelou Fer
na Suécia, estudando comutação telefó tecnológico. Em seu encalço já corre o rari, acrescentando que "no caso bra
nica. Até hoje conserva, com orgulho, o APZ 212, desenvolvido-na Suécia, que sileiro a situação já se alterou com a mu
diploma desse estágio que pendurado no apresenta seis vezes mais capacidade de dança da política industrial do Mini-
moderno escritório que ocupa como processamento, com apenas um sexto do com, que liberou as centrais totalmente
Diretor de Desenvolvimento da Erics volume físico, e que deverá ficar dispo digitais ou temporais para o mercado
son do Brasil, no edificio-sede da empre nível em meados de 1986. nacional. Nas novas licitações, como por
sa, na capital paulista. exemplo, a que foi lançada pela Tele-
Tendo acompanhado a evolução de A digitalização da rede mig, as especificações já são para esse
centrais desde o tempo da técnica de re tipo de centrais.”
lês mecânicos, os quais ele relembra Quanto à introdução de técnicas digi
"eram muito críticos em termos de espe tais nas redes de TCs, o diretor da Erics O logicial
cificações de materiais”. Ferrari acha son acha que, em termos económicos, o
que com a introdução das Centrais com início deve se dar pela comutação direta A CPAs vieram modificar profunda
Controle por Programa Armazenado de sinais PCM, empregando seletores de mente a concepção que se tinha de cen
(CPAs), os fabricantes se tornaram hoje, grupo. Na sua opinião, o que retardou a trais telefônicas. Na época pre-CPA a
em grande parte, casas de produção de chegada da digitalização a nível de assi flexibilidade da central era obtida por
software. Esta é certa mente a impres nantes foi muito mais razões econômi intermédio de módulos físicos, substi
são que terá o visitante ao percorrer as cas do que propriamente técnicas, lloje, tuição de reles e trocas de fiação da qual
instalações do Centro Ericsson, onde jo porém, já se consegue produzir, graças a decorria uma situação de aparente imo-
vens técnicos e engenheiros empregam tecnologia de componentes de alta inte bilismo na administração de redes. A
com a maior naturalidade cerca de 150 gração, cartões com 8 assinantes digi modificação de sinalização para MFC,
terminais disseminados em suas depen tais por unidade, o que já os tornam ocorrida nos anos 68 a 70, "foi muito tra
dências. competitivos. balhosa", exemplificou Ferrari.
A digitalização das redes e um fenô — Com as CPAs tudo mudou —
M icroeletrôn ica meno universal e conduziu a uma ver acrescentou o técnico. A central é como
são "mista” de CPAs, na qual os estágios se fosse constituída de uma porção de
— Apesar de não sermos uma empre de assinantes ainda são analógicos, mas "pedaços” de equipamentos com funções
sa de informática, é corriqueiro traba os seletores de grupo (um nível hierár gerais ou até mesmo indefinidas, com
lharmos aqui com microprocessadores quico mais alto) já sao digitais. No caso um elemento adicional, o logicial (ins-
explica Ferrari. E acrescenta: Estes
são empregados em quase todos nossos
produtos, desde mesas telefônicas até o
controle de processos de telecomunica
ções. Para isto partimos, a nível de com
ponentes, tais como o Motorola 6809 ou
6802 e construímos as IJCP de que ne
cessitamos para nossos equipamentos.
Temos infelizmente grande dificuldade
na importação de insumos, sob controle
da SEI, não só para fabricação de equi
pamentos, mas até para os laboratórios
de desenvolvimento. Falando a segun
das CPAs diz o técnico:
O sistema AXE é a espinha dorsal
das centrais digitais Ericsson e tem tido
sua nacionalização acelerada de 50'#,
em 81, para cerca de 93%, atualmente,
culminando com a recente introdução
do processador central AP/ de fabrica
ção nacional A transferência de tec
nologia se faz através de documentação
que vem da Suécia e serve de base para o
processo de nacionalização, no qual se
adapta o projeto à escala de produção e
aos componentes encont rados no Brasil.
Dessa maneira estamos desenvolvendo
fornecedores locais de componentes e só
adquirimos no exterior os insumos que A X E
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