Page 7 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1983
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Incentivar a criação de mais pequenas e do sistema, o que não atende ao disposto na e média empresa. Sem encomendas se es
médias empresas e manter operando as que Port. 663/79. tará sucateando tecnologia e despedindo-se
aí estão é a solução para minorar o custo so Dentre as medidas sugeridas pelo presi técnicos e operários.
cial para o setor — propôs o presidente da dente da PERT encontra-se a de vedar às
Avel. empresas operadoras a elaboração de pro Docum ento para as autoridades
— 0 Governo não está alheio a este qua jetos e dimensionamentos, e a de dispensar
dro. Entretanto, a solução tentada através os profissionais de qualquer cadastramen- — Estamos vivendo uma época de con
da resolução 695 do Banco Central cria con to adicional, além dos registros no CREA e tradições, disse Arolde, em que as pequenas
dições financeiras subsidiadas para a PME, no Dentei, na especialidade de TCs. e médias empresas vão mal mas o interme
mas tem efeito limitado, porque não há sen Bonorino, da Equipamentos Eletrônicos, diário vai bem, sendo, por isso, preferível co
tido em se propiciar financiamento sem en acha que as empresas não possuem liberda locar o dinheiro no mercado financeiro e ir
comendas. A força motriz da indústria é a de suficiente para produzir e competir no criar os filhos e netos no exterior. Mas será
encomenda que gera a atividade produtiva. mercado livremente, mas sim têm que fabri isto o que o país precisa? Perguntou o De
Quando há dinheiro mas não há trabalho car e importar produtos de maneira deter putado Federal (PDS).
gera-se apenas especulações financeiras. A minada por outras entidades como a SEI. Toma-se necessário sensibilizar as auto
indústria quer, necessita e está apta a for Heliomar Valadão, da Redentor, relatou ridades do Planejamento para os problemas
necer o equipamento que o setor precisa, os problemas dramáticos vividos por sua que afligem a pequena e média empresa e
mas é necessário virem as encomendas. Es empresa que teve repentinamente contrato desenvolver um lobbyingadequado, inclusi
pecular não é o verbo a ser conjugado. suspenso por uma concessionária e “40 dias ve junto à imprensa. O setor de TCs é hoje
Na opinião de Lamas “se existe crise no
setor não é por falta de recursos, visto que
o Governo manteve para a Telebrás, em 83,
praticamente os mesmos níveis de investi
mentos de 82. A situação das PMEs é críti
ca. Estas representam todo um parque in
dustrial que a Telebrás incentivou a apare
cer e crescer, e que hoje está fadado a desa
parecer por falta de encomendas. O desman
telamento deste parque compromete o pró
prio futuro da Telebrás e de sua política de
nacionalização e de independência
tecnológica.
As grandes empresas têm, segundo o
presidente da Avel, uma maior capacidade
de diversificação e condições melhores, in
clusive para buscar outros mercados alheios
ao setor das TCs. Murillo Lamas propõe que
a Telebrás empregue 20% dos recursos des
tinados a investimentos, em 83,84 e 85 pa
ra as PMEs, independentemente dos planos
existentes e mesmo que seja necessário es
tocar material. O que não é justo é trocar
80% do parque fornecedor pela aceleração
de projetos grandiosos, concebidos à época
do milagre e cujo término não é, em muitos
casos, essencial.
Tivemos que despedir
50% de nosso pessoal,
Dificuldades das pequenas relatou Heliomar
em presas Valadão. da Redentor.
Para Gustavo Borges, presidente da
PERT — empresa de consultoria e projetos
— é necessário que o segmento estatal não
invada as áreas preservadas para a empre após mandaram ele voltar, quando já havia 3 a 4 vezes maior do que o de Informática
sa privada, referindo-se aos projetos de tu demitido cerca de 50% de seu pessoal”. e com seus 15 anos de experiência e trope
bulações, redes e sistemas telefônicos para Também foi motivo de queixa o fato dos ços conseguiu alcançar um alto padrão de
os usuários, revelando ter dirigido exposj- contratantes geralmente não reconhecerem serviçqs. Mas é necessário que todos saibam
ção de motivos ao Secretário Geral do Mi- os atrasos originados por fatores externos disto, ressaltando-se a importância da união
nicom neste sentido. Borges teceu críticas às empresas, como, por exemplo, a “opera de todos os empresários e entidades em tor
ao sistema de como hoje são dimensionados ção tartaruga” da Cacex e os prazos para os no dos objetivos comuns ao setor.
os Centros Particulares de Comutação Te pronunciamentos da SEI e da Telebrás pa Acolhendo proposição de Carreira
lefônica (CPCTs), que, segundo ele, não tra ra liberar as importações e aplicarem mul decidiu-se pela elaboração de documentos
zem economicidade para o usuário. tas contratuais inflexivelmente. a serem enviados às autoridades, em nome
Ao enfatizar os aspectos jurídicos da Antonio Carreira acha a situação extre do Sindicato, da Abinee e da Telebrasil rein-
questão. Borges chamou a atenção para o fa mamente séria, lamentando que as empre vidicando ainda em 83 um adicional de 30
to de que, segundo a Norma 05/79, aprova sas de TCs do país sejam insensíveis aos bilhões de cruzeiros a serem liberados pela
da pelo Minicom, a rede telefônica interna problemas das PMEs como, por exemplo, Seplan e destinados a contratação com as
dos imóveis devem ser executadas sob res na suspensão de qualquer reajuste quando pequenas e médias empresas; uma reavalia
ponsabilidade do construtor ou proprietário ocorrem atrasos, mesmo que de todo justi ção dos critérios de aplicação de multas e de
conforme projetos aprovados pelas opera ficados. As empresas são penalizadas dupla reajustes contratuais e o cumprimento da le
doras. Uma prática posterior da Telebrás mente: através de multas e da falta de rea gislação que reserva aos consultores inde
(235-510-600) diverge dessa orientação juste num período de inflação de três dígi pendentes os projetos destinados aos gran
quando estabelece que os projetos podem tos. O problema central porém, enfatizou des usuários de TCs e que hoje estão sendo
ser elaborados pelas empresas operadoras Carreira, é o da encomenda para a pequena efetuados pelas empresas concessionárias.
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