Page 6 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1983
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Texto e fotos de JC Fonseca
e determinado à Secretaria Geral do Mini-
com a realização de levantamentos de dados
visando sua proposição. Um estudo realiza
do sobre o assunto pela Avel estima em 10
a 15% a parcela do orçamento de investi
mento das estatais a ser destinada a enco
mendas às PMEs, a fim de evitar a perda de
tecnologia brasileira e manter a capacidade
gerencial e o nível de empregos.
Nota-se — ponderou Arolde — que, ho
je em dia, a estatal, ao ter seu orçamento re
duzido, prefere contratar pacotes com gran
des empresas, não apenas por ser maior sua
participação na execução do projeto, mas
até porque estas se tomam uma aliada de pe
so na barganha política para assegurar me
lhor parcela de recursos para o setor. A su
posição é a de que as grandes subcontratam
as pequenas e médias empresas, mantendo
o nível de emprego na indústria como um to
do, mas isto não é verdade em tempo de cri
se — disse o Deputado — pois a grande em
presa tende a verticalizar sua produção.
— A verdade é que a situação de merca
do cativo existente no setor das TCs faz com
què se a Telebrás não comprar das PEMs
estas não se viabilizam mais. Às vezes as
Cúpulas do sistema entendem o problema,
mas os burocratas ao longo do processo não
agem de acordo, concluiu Arolde.
Numa iniciativa da Telebrasil e com a desaparecessem, trariam um retrocesso no E x istem recu rso s nao
participação da Abinee e do Sindicato das relacionamento econômico do país. h á encom endas
Indústrias Mecânicas e de Material Elétri As PMEs, disse Arolde, reunem a clas
co do Rio de Janeiro realizou-se, no auditó se gerencial da nação capaz de correr riscos, — As pequenas e médias empresas não
rio João Baylonque, do sindicato, reunião vi colocando seu patrimônio numa atividade querem privilégio^, mas sim encomendas
sando debater as necessidades das peque proclutiva, além de gerar um compromisso que lhe permitam sobreviver — disse Mu
nas e médias empresas. O debate conduzi social maior. Na oportunidade, citou seu rillo Lamas, presidente da Avel.
do pelo empresário Antonio Carreira, pre pronunciamento no Congresso Nacional, de Na sua apreciação do problema, Lamas
sidente da Induco e, no caso, como Diretor fendendo a pequena e média empresa, e su assegurou que o conjunto das empresas pe
da Telebrasil, contou com a participação do gerindo concretamente às autoridades da quenas e médias atinge a 80% do setor das
Deputado Arolde de Oliveira e de empresá Seplan, particularmente à Sest, a criação de TCs e que em sua maciça maioria são de ca
rios como João Alves Pinto, da Tepal; C. Tu- mecanismos capazes de garantir um percen ráter eminentemente nacionais, detentoras
bino, da Camargo Sistemas e Engenharia; tual mínimo do orçamento de investimento de tecnologia própria desenvolvida local
Sérgio Henrique Silva, da Microlab; Carlos nas estatais, para a aplicação em contratos mente, com uma capacidade de geração de
de Zayas, da Lys Eletrônica; L. C. Santos com estas indústrias. empregos até três vezes maior do que as
Coelho, da Radiant; e Hertz Bonorino, da grandes indústrias. Em 82, lembrou Lamas,
Equipamentos Eletrônicos, entre outros. M inicom sensibilizado apesar das empresas menores terem sido
Abrindo o debate o Deputado Arolde fa contempladas com apenas 14% do capital
lou da necessidade da preservação das Relatou o deputado seu encontro com os aplicado ao setor, absorveram 30% da mão-
PMEs — pequenas e médias empresas — ministros Delfin Netto e Haroldo Corrêa de de-obra empregada, o que é extremamente
que é a sede do processo produtivo, que, se Mattos, tendo este último se sensibilizado importante face a conjuntura atual.