Page 58 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1983

Anos mais tarde, em 1931, um grande

acontecimento atraía a atenção dos minei­

ros: a chegada da telefonia automática a Be­

lo Horizonte, com um equipamento para 3

mil terminais. A rede de cabos tinha capa­

cidade para 6 mil linhas e as obras de auto­

matização exigiram a construção de 26.500

metros de dutos, colocação de aproximada­

mente 15 mil metros de cabos subterrâneos,

mais de 58 mil metros de cabos aéreos e cer­

ca de 70 mil metros de cabos mensageiros.

A nova estação foi inaugurada com 1.250 te­

lefones, trazendo um surto de progresso à

cidade.

Finalmente, a 20 de fevereiro de 1953,

o assunto da criação de uma empresa local

entrou oficialmente na pauta dos debates da

Câmara Municipal de Belo Horizonte, leva­

do pelo prefeito Américo Gianetti, sendo o

projeto de lei que autorizava a transferên­

cia do contrato da CTB à CTMG aprovado

pela Câmara Municipal a 25 de março. Dias

depois, nova lei era sancionada, autorizan­

do a Prefeitura Municipal a transferir, da

CTB para a CTMG, em organização, o con­

trole da concessão dos serviços telefônicos

da capital. No termo de transferência, e co­

mo condição para que essa se efetivasse, a

CTMG ficava obrigada a executar o contra- Em Além Paraíba, um dos primeiros postos telefônicos do Estado.

letos. Exemplo disso é que quando a B r a z i ­

l i a n T r a c t i o n , de capital canadense, concor­

dou com o desmembramento da área de con­

cessão da CTB em Minas Gerais, a região

tinha apenas 28.591 telefones em operação

e o serviço interurbano registrava somente

232.168 chamadas completadas por ano.

A situação era idêntica em todo o país:

naquela ocasião, o setor se ressentia da fal­

ta de uma infra-estrutura e da adoção de

uma política de telecomunicações, que só vi­

ria a ser implantada anos depois. Daí decor­

riam quase todos os problemas do setor, co­

mo serviços insuficientes e precários, inexis­

tência de um sistema nacional integrado,

descapitalização progressiva em conseqüên-

cia de tarifas irreais, e falta de recursos pa­

ra a expansão e modernização dos serviços.

Por ocasião da criação da CTMG, exis­

tiam em sua área de concessão 18.166 pe­

didos de novas instalações aguardando aten­

A expansão da rede fo i desencadeada a partir da O trabalho na rede era muitas vezes realizado em dimento, dos quais 12.911 em Belo Horizon­

década de 60. condições precárias. te e 5.255 em outras localidades de sua rede.

to em vigor e a elevar o número de telefo­

nes em funcionamento para 37.560, até 31

de dezembro de 1957.

Depois de cumpridas as formalidades ne­

cessárias foi finalmente realizada a 1 ? de ju­

nho de 1953 a Assembléia para constituição

da Companhia Telefônica de Minas Gerais,

que iniciava suas atividades com um acer­

vo avaliado em Cr$ 211 milhões (antigos).

Situação crítica

Na verdade, a Companhia Telefônica de

Minas Gerais surgia exatamente no momen­ O primeiro

pia 7io de
to em que a telefonia atravessava uma situa­
expansão
ção crítica e bastante desanimadora, não só provocou

em Minas Gerais, mas também no resto do
muitas filas
país. Não havia entrosamento no setor e a em Belo

empresa operava com equipamentos obso- Horizonte.

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