Page 59 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1983

• a s n ã o p o d e m f i c a r f o r a d o m e r c a d o

ção de investimentos), os fornecimentos de (descapitalização em termos de técnica, cie

equipamentos, apesar de reduzidos, são ain­ pessoal e de capital de giro)".

da feitos pelos fabricantes, enquanto que, Mais adiante disse Ademar Pereira Go­

com relação aos serviços, uma parcela subs- mes: “0 aviltamento de preços, decorrente

tancial do que normalmente é contratado desta combinação de fatores, poderá levar á

com empresas externas é absorvida por destruição as empresas mais significativas

equipes próprias das empresas operadoras”. deste setor. A única maneira de aumentar o

E acrescentou: nosso minguado bolo é tentar conquistar ser­

viços no exterior, o que somente será possí­
“O que queremos chamar a atençao é vel com empresas técnica, económica e em­

que, se é compreensível que com a redução

tios programas haja uma maior disponibili­ presarialmente fortes’ ’.
1 )epois de historiar a evolução do merca­
dade de mão-de-obra interna das empresas do, Pereira Gomes fez duas propostas para

operadoras, a consequência para as empre­

sas prestadoras de serviços se faz sent ir cu a viabilização da política da Telebrás para o
setor:
mulat ivamente, ou seja, há redução dos ser­

viços devido aos cortes de investimentos e 1) Uma parcela do mercado, que poderia

adicionalmente uma redução da proporção ser inicialmente de uns 30%, para a qual os

dos serviços que são contratados fora". serviços seriam licitados somente entre as

empresas nacionais de prestação de serviços
Alertou o diretor da Promon que “as em­ e totalmente desvinculadas dos fabricantes.

preiteiras estão, hoje, submet idas a uma du­

pla pressão: de um lado a redução das con­ 2) Que a proporção seja crescente com o

tratações, do outro a pressão contínua por re­ tempo, na medida em que as empresas de

dução de preços. Esta situação está levando serviços adquiram condições para absorver

a uma concorrência predatória entre as em- parcelas maiores de participação, tendo, co­

Ademar Percim Gomes, daPmmon. defendeu oreiteiras, trazendo, como consequência, mo objetivo final, em 4/5 anos, atingir 100%

as empreiteiras. ama profunda descapitalização das mesmas do mercado licitado.

nicos que faltava e, em seguida, com a absor­ ta no sentido cie manter ao máximo a livre

ção e desenvolvimento de tecnologia competição, evitando, entretanto, a pulveri

própria”. zaçào do mercado. A divisão de mercado tam­

“Não foi por outra razão — disse Vieira de bém é necessária para os casos de equipa­

Souza — que foi baixada a Portaria 622. em mentos que exijam grandes investimentos co­

1978, que estabeleceu a polí tica de aquisição mo cabos telefônicos e Centrais de Comuta­

de equipamentos e de desenvolvimento tec­ ção Pública de grande porte. O estabeleci­

nológico com o objetivo básico de alcançar a mento de um critério de preço uniforme, a ní­

autonomia de decisões de natureza industrial vel nacional, é importante para o processo.

e tecnológica, criando condições para o de­ “O planejamento plurianual beneficia

senvolvimento de indústrias brasileiras auto- comprador e vendedor, mas está sendo afe­

sustentadas e capacitadas a gerar e desenvol­ tado pela crise” — lembrou Vieira de Souza.

ver tecnologia própria”. Em seguida falou dos Aquisições centralizadas tendem a minorar

critérios para a qualificação de produtos e este efeito. As empresas de pequeno è médio

fabricantes: portes são mais vulneráveis e, por isso, rece­

“Que a indústria tenha ou se comprome­ berão substancial parte do acréscimo propos­

ta a ter seu produto homologado; que de­ to nos limites de investimentos. Os fornece­

monstre capacitação empresarial à altura do dores devem aproveitar a capacidade produ­

produto e de sua produção; que apresente um tiva ociosa visando outros mercados, além do

bom desempenho nas suas relações técnico- Sistema Telebrás.

comerciais com o Sistema Telebrás; que efe- — O Ministério das Comunicações — fina­

tivamente participe do mercado relativo ao lizou Vieira de Souza — e a Telebrás estão

produto considerado; que a tecnologia em­ sensíveis e se dispõem, desde que esta última

pregada seja, de preferência, gerada no país tenha seu limite de investimentos ampliado,

ou pelo menos adaptada às nossas especifi­ a dirigir parte substancial do acréscimo pro­

cações; que o índice de nacionalização do pro­ posto em favor deste importante segmento.

duto seja o maior possível, de acordo com a

tecnologia empregada; que o desempenho do

produto, quando em uso no Sistema Telebrás,

seja considerado aceitável; e, finalmente, que Vieira de Sousa

o número de fornecedores de determinado explicou a

produto seja compatível com o corresponden­ posição

te mercado e sua evolução". Segundo Vieira da Telebrás

de Souza, os critérios devem valer também diante

Pára a desqualificação. das aluais

A Portaria 622 também preconiza é orien­ dificulaades.