Page 80 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1982
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gia, ar condicionado, até os diversos ga milhões. As perspectivas são de que, em dora do STB, os royalties são abatidos do
ses utilizados nas pesquisas de labora 1985, o CPqD estará recebendo 2% da preço. Caso seja vendido para o mercado
tórios. renda operacional bruta do STB. interno ou externo, o fabricante recolhe
O CPqD possui ainda uma área de la à Telebrás os royalties correspondentes.
zer com 34 mil metros quadrados para Filosofia Vários produtos desenvolvidos pelo
seu pessoal. No local, há duas piscinas, CPqD já foram transferidos para a in
duas quadras polivalentes, duas qua Todo o trabalho desenvolvido pelo dústria. Entre esses, estão parte da fa
dras de ténis e dois campos de futebol, CPqD está baseado em filosofia de m ília de m ultiplexadores digitais
além da sede provisória do clube dos em operação traçada pelo Ministério das (MCP-30, MCP-120 e MCP-480), a fibra
pregados — Telecamp. No momento, Comunicações. Essa filosofia envolve, óptica de sílica-silicone-fluorpolímero
está sendo construída uma sauna e, fu além do próprio Centro, três grupos de para aplicação no setor de telemetria
turamente, haverá um hotel para hos agentes: grupos universitários, labora em centrais elétricas, e a antena de seis
pedar o pessoal do Sistema Telebrás em tórios de desenvolvimento das indús metros de diâmetro para recepção e
visita ao CPqD. trias nacionais e empresas operadoras transmissão de sinais via satélite. O
A área de fibras ópticas, instalada em do STB. telefone padrão Telebrás, industriali
um galpão no bairro dos Amarais, na Cabe ao CPqD criar tecnologia pró zado pela Gradiente, já está, inclusive,
periferia de Campinas, é a única que pria, baseada no sistema de telecomuni sendo exportado para vários países, en
ainda funciona fora do conjunto. cações, e gerar as condições adequadas à tre eles os Estados Unidos e a Inglater
absorção e fixação de tecnologia estran ra. Só em 1982, a Gradiente produziu
Segunda fase geira, de acordo com as necessidades e um total de 1 milhão de aparelhos em
conveniências do País. Além disso, o sua fábrica de Manaus.
Na opinião do diretor de Pesquisa e CPqD coordena as atividades descen A importância da criação de uma tec
Desenvolvim ento da Telebrás, Jorge tralizadas, industriais e universitárias. nologia brasileira no setor das teleco
Marsiaj Leal, responsável pelo CPqD, As necessidades de novos produtos ou municações pode ser nitidamente sen
sua instalação marcou o início da se sistemas são identificadas pelas empre tida pela diminuição das importações
gunda fase do desenvolvimento tecnoló sas operadoras do STB e transferidas ao feitas pelo Sistema Telebrás. Há 10
gico na área das telecomunicações no CPqD. Esse, por sua vez, interage com anos, o STB importava um total de US$
Brasil. os grupos universitários, através de 300 milhões; em 1981, as importações
A primeira etapa, entre 1972 e 1976, contratos, para a execução das ativida não passaram dos US$ 30 milhões, em
foi basicamente de formação de pessoal, des de pesquisa e desenvolvimento. conseqüência do trabalho que vem
através de convênios firmados entre a Quando o produto passa à fase de protó sendo desenvolvido pelo CPqD e princi
Telebrás e universidades, em particuar tipo industrial, a tecnologia é então palmente pela determinação de que os
a Unicamp, que já vinha realizando, em transferida para a indústria nacional. equipamntos sejam fabricados no Bra
seus laboratórios, pesquisas sobre o la Em certos casos, porém, a indústria par sil, mesmo com tecnologia importada.
ser e a fibra óptica. ticipa do desenvolvimento da tecnologia
— Para que pudéssemos chegar ao e não apenas da produção em série. Se
atual estágio de desenvolvimento tec gundo João Frota Menezes, "isso torna Família trópico
nológico, concorrendo com alguns dos mais fácil a transferência tecnológica
países mais avançados do mundo nesse para a empresa fabricante, e permite a Em agosto de 1975, uma portaria do
cam po, tivem os de em preender um redução dos custos de desen volvi Ministério das Comunicações determi
grande esforço. Foi inclusive necessário mento”. nava o desenvolvimento no País ” de um
criar uma infra-estrutura industrial, As patentes de todos os produtos de modelo brasileiro de central CPA, tipo
pois nossa indústria ainda tem poucos senvolvidos pelo CPt[D são da Telebrás. temporal, para uso no Sistema Nacional
recursos e condições para desenvolvi Quando o produto, depois de industriali de Telecomunciações, a médio e longo
mento de pesquisa. E as estrangeiras zado, é vendido a uma empresa opera prazos”.
trazem tecnologia de fora. Muitas vezes,
precisamos até mesmo aprender ques
tões relativas a normas para ensinar às
indústrias — diz Masiaj.
O responsável pelo CPqD acredita
que a fase atual, abrangendo a criação
de infra-estrutura industrial, pesquisa
e desenvolvimento de produtos, se es
tenderá até 1985. A partir de então, o
CPqD entrará na terceira fase, que en
volverá "pesquisas de alto risco, isto é,
projetos mais a longo prazo, mais avan
çados e, principalmente, mais voltados
para componentes e materiais do que
para produtos”.
Com relação aos recursos utilizados, o
CPqD recebe um mínimo de 1% e um
máximo de 2% da receita operacional
bruta das empresas do Sistema Tele
brás (STB). Como explica o assessor do
diretor de Pesquisa e Desenvolvimento,
João Frota Menezes, "esse percentual
foi adotado apenas como unidade de me
dida, não de origem de recursos, já que
estes vêm diretamente do Fundo Nacio
nal de Telecomunciações (FNT)’\ Em
1982, esse percentual de 1% represen Eng.° Aldem ar Fernandes Parola, chefe do D epartam ento de Com utação do CPqD Telebrás.
tou um orçamento de Cr$ 5 bilhões e 200