Page 85 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1982

Físico Francisco Smolka, que trabalha no

projeto das Fibras ópticas. Deposição de gases na preforma (etapa de fabricação de fibras ópticas).

uma nova estrutura de sistemas de lho de pesquisa e desenvolvimento da fi­ O outro tipo de fibra óptica já desen­

transmissão na rede dos assinantes, en­ bra ótica foi transferido para lá, ficando volvida é a de índice gradual, atual­

tre multiplexadores e equipamentos de a Unicamp responsável pelas ativida­ mente em processo de passagem para a

linha. des académicas relacionadas ao campo, indústria. Segundo o físico Francisco

com o objetivo básico de formação de Smolka, que trabalha no projeto, a fibra

Comunicações Ópticas pessoal. de índice gradual desenvolvida pelo

O CPqD já desenvolveu dois tipos de CPqD possui um núcleo de 50 microns,

No momento, o Programa de Comuni­ fibras, uma das quais não tem aplicação uma unidade de perda pequena (4 dB/

cações Ópticas do CPqD é o que desperta nas telefomunicações: é a fibra do tipo km) e uma largura de banda de 400

maior atenção, pelas perspectivas que sílica-silicone-fluorpolímero, já indus­ MHz.km, sendo utilizada com o laser de

oferece para o futuro das telecomunica­ trializada, cujo campo de aplicação 0,85 m icrons, também desenvolvido

ções. O primeiro protótipo — um Enlace abrange o setor de telemetria em cen­ pelo CPqD.

experimental de Comunicações Ópticas trais elétricas. — A fibra, como está, atende às neces- t

íECO-I) — foi instalado em julho último

na área da Cetel, no Rio de Janeiro, li­

gando as Estações Cidade de Deus e Ja-

carepaguá e marcando a entrada do

Brasil na era das comunicações óticas.

Mas o responsável pelo Programa de

Comunicações Ópticas do CPqD, Cláu­

dio Violato, esclarece que esse teste de

campo é apenas parte de "um programa

bem mais amplo: o domínio completo da

tecnologia associada ao uso de meios óp­

ticos em telecomunicações” .

— Estamos atualmente trabalhando

em três grupos de projetos: fibras óticas,

componentes ópticos (estes dois subordi­

nados ao Departamento de Componen­

tes e Materiais) e sistemas, projeto inte­

grante do Departam ento de Trans­

missão.

As pesquisas sobre a fibra óptica co­

meçaram em 1975 quando a Telebrás

iniciou o financiamento de um projeto

no Instituto de Física da Unicamp, com

a finalidade de desenvolver a tecnologia

para fabricá-la no Brasil. Nessa fase ini­

cial foram montados laboratórios, obti­

dos equipamentos de pesquisa (em sua

maoiria ainda importados), contratado Eng:‘ Antonio Carlos Bordeaux Rego. chefe da Area de

e treinado pessoal técnico. Dispositivos Especiais e Laser.

Com a implantação do CPqD, o traba­