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TRANSMISSÃO
Há, pelo m enos, três alternativas para otimizar a ocupação do
espectro:
— aum entar a eficiência d o tráfego n os canais já existentes;
— acom od ar m ais canais n o espectro existente;
— aum entar o espectro atribuível (designação d e n ovas su b-
faixas)
N essas três direções muito se tem feito e tentado em vários
centros adiantados de pesquisa. Grande atenção tem -se dado
principalm ente aos sistemas de radiocomunicaçáo móvel, por
estarem proliferando largamente e por exigirem elevado nú
mero de canais (13) (14) (15).
M encionarem os alguns métodos que poderão ser usados para
minimizar o congestionam ento das faixas de frequências. Im
porta lembrar que alguns desses procedimentos trarão efeitos
colaterais indesejáveis, outros serão de difícil implementação
com a tecnologia disponível no momento e outros, ainda, re
sultariam em altos custos ou obsolescência dos equipamentos
atualmente em uso.
Fig 1 — Espectro de Frequência até 500 M H z — Serviço Limitado Privado —
Adma do eixo das freauências estão demarcadas as sub-faixas destinadas ao 4.1 — Aumento da eficiência dos canais existentes
Serviço Fixo. Abaixo desse eixo aquelas destinadas ao Serviço Móvel.
Vejam os, primeiro, os processos que nos permitem obter me
lhor desem penho da canalização existente.
destinados a serem utilizados por uma única ou por um grupo
limitado de p essoas físicas ou jurídicas de direito privado".
4.1.1 — Técnicas operacionais
C orrespon dên cia O ficial (C O -L) é: "C orrespondência Oficial
efetuada por órgãos dos governos estaduais, dos territórios, Um processo consiste no aperfeiçoamento de técnicas opera
dos m unicípios e do D istrito Federal. Inclui-se nesta definição cionais incluindo o uso de códigos falados e de fácil pronún
a correspondência oficial de órgãos do G overno Federal, com cia, bem como o emprego de operadores treinados. As vanta
exceção da caracterizada com o de segurança nacional". gens assim obtidas, geralmente não são de fácil avaliação, a
não ser uma possível redução no tempo de espera, antes do
Por equipam ento m onocanal, en ten d e-se o transceptor que acesso a um canal livre. Além disso, tais códigos podem ser de
tenha capacidade para transm issão e recepção de um único ca difícil memorização, tornando o seu emprego fastigioso para a
nal de voz. Um tra n sce p to r m on ocan al poderá dispor de maioria dos usuários.
vários canais ou frequências de operação não simultâneos.
Analisando-se o gráfico de atribuição de faixas de freqüências 4.1.2 — Em prego d e tons d e sinalização
para o Brasil (fig. 1) notam os que o serviço móvel não pode ser
executado em uma parcela com preendida entre 5,45 MHz e O emprego de tons de sinalização pode ser visto como uma
23,35 MHz, (5) (6) lim itando, portanto, o alcance dos equipa extensão dos códigos falados, mencionados no item anterior.
mentos instalados em veículos, uma vez que este alcance tam Com essa técnica, algumas mensagens faladas poderíam ser
bém está d iretam en te ligado à freqüência de transm issão, substituídas por seqüências de tons.
quando nos referím os ã faixa de HF. Além disso, por limita
ções de ordem física, os veículos não podem levar sistem as ir Dentre as técnicas de sinalização por tons, a que nos parece
radiantes de alto d esem penho. No entanto, na faixa de VHF mais eficaz é a da chamada seletiva, que evita chamadas repe
o n d as m étricas e U H F — ondas decim étricas, o crescim ento tidas a uma estação desatendida ou mesmo desligada, resul
de sistemas destinados a serviço m óvel, principalm ente nos tando em redução da ocupação do canal. Cabe lembrar que,
grandes centros urbanos, tem sido proporcionalm ente bem aqui no Brasil, já se fabrica transceptores portáteis, com teclas
maior do que o dos destinados apenas a serviço fixo. Tal fato é para sinalização por meio de tons. A Siteltra tem alcançado
comprovado pelo congestionam ento do espectro, em cidades grande sucesso com os transceptores portáteis da série Tele-
como Ixm dres, Nova York, Los A ngeles, Tóquio, São Paulo e port, que apresentam capacidade para até 10 canais e incluem
Rio de Janeiro, onde as ligações ponto a ponto são atendidas esta facilidade.
pela rede pública de com unicações. N essas cidades, as dificul
dades para obtenção de freqüências, m esm o com partilhadas, Opcionalmente, os transceptores da série T eleporte Telemark
nas faixas de V H F e UHF, são enorm es. Na faixa HF — Ondas (com 45 W de potência de saída, para estações fixas e móveis)
decamétricas, essa saturação não se restringe aos grandes cen podem receber módulos para operação com chamada seletiva.
tros, devido ao longo alcance d essas ondas, tornando-se um
problema ainda maior. Com esta facilidade, a estação de base poderá chamar indivi
dualmente cada estação portátil ou móvel, sem que as demais
4 — M étodos de C om bate a C rise ouçam a conversação. Quando uma estação chama a centrai,
emite uma sequência de tons codificados que a identificam no
M
I- inegável o fato de que algum as m edidas devem ser tomadas, painel de comando. Desse modo o operador da central sabe
no sentido de neutralizar, m esm o que tem porariam ente, o uem está fazendo o chamado, mesmo antes do rádioperador
problema do esgotam ento desses recursos eletrom agnéticos. izer qualquer palavra. }
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