Page 76 - Telebrasil - Março/Abril 1982
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4.1.3 — Transmissão de dados qüência seja reutilizada o maior número de vezes possível,
sem interferência significante.
Quando consideramos apenas a transmissão de dados, pode
ser obtida uma apreciável economia na ocupação dos canais. Quando o usuário de um terminal móvel tira o fone do gan
Convém lembrar que o custo dos teleimpressores e seus inter cho, automaticamente será designada a ele uma freqüência
faces — modems — é muitas vezes maior que o do equipa que esteja livre.
mento transceptor. Além disso, quando se deseja veicular voz
e dados em um único canal, mesmo simultaneamente, a van Tal freqüência estará ocupada durante todo o tempo da con
tagem aparente se torna, na realidade, bem menor, eis que versação e retornará ao grupo de canais livres tão logo a liga
afora os altos custos, a confiabilidade do sistema diminui. No ção se desfaça.
entanto, alguns fabricantes de equipamentos de rádiocomu-
nicações já estão produzindo e comercializando máquinas de De acordo com o número de veículos previsto para o sistema,
Telex para uso em veículos, as quais se interligam à rede fixa a estrutura de células exagonais pode ser organizada de modo
de Telex, via rádio. diferente.
Nas figuras 2 e 3 podemos ver a aplicação dessa técnica para
4.1.4 — Compartilhamento de canal sistemas com 7 e 9 canais (ou grupos).
Somente os grandes usuários, sempre representando peque As estações móveis comunicam-se via estação de base da célu
na percentagem, estão em condições de determinar seu pró la onde se encontram.
prio grau de eficiência de operação, em determinado canal, re
duzindo a congestão, dentro de certos limites, por alterações Pelo fato do alcance útil do transmissor ser limitado, o uso
do próprio sistema. desta freqüência não impede que ela seja utilizada simultanea
mente além deste alcance.
O mesmo já não pode ser afirmado no caso de canais compar
tilhados por pequenos usuários, dentro de uma área limitada. 4.2 — Aumento do número de canais
Neste caso a disciplina no canal assume importância ainda
maior, pois a irresponsabilidade de qualquer dos usuários Duas técnicas principais podem ser utilizadas para aumentar
pode provocar o caos em todo o sistema. o número de canais, considerando-se o espectro disponível.
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Entretanto, o processo de compartilhamento tem suas vanta 4.2.1 — Redução de la rg u ra d e faixa
gens, no tocante à ocupação de canais, desde que se distri
buam os usuários, de modo que seus horários de ocupação do A primeira alternativa consiste em, aproveitando o tipo de
canal não coincidam, instruindo-os ao mesmo tempo para modulação em freqüência largamente utilizado hoje em dia,
utilizarem codificação internacional, como por exemplo o có diminuir a faixa ocupada em cada canal.
digo Q e mensagens de curta duração. Neste caso, o tempo de
espera pode ser minimizado. Tais medidas levam a que a faixa
de freqüéncias será aproveitada ao máximo se os usuários se
encontrarem dentro de área limitada. Pode, pois, o comparti
lhamento de canal, quando bem organizado, aumentar a efi
ciência do tráfego.
4.1.5 — C o m p a rtilh a m e n to autom ático de freqüência
Conexão (trunking) é o método no qual é usada a técnica de
acesso aleatório a canal livre, em um conjunto de canais, para
cada transmissão. A seleção é completamente automática,
tanto em estações fixas como em estações móveis, através de
matrizes de comutação controladas por computador. Esta téc
nica foi primeiramente desenvolvida para redes de telefonia
móvel. Brasília conta com tal recurso e aí 131 automóveis e 9
aviões compartilham oito canais de radiofreqüência. O rendi
mento do grupo de canais compartilhados é muito maior do
que o dos alocados isoladamente. Há, porém, o inconveniente
da rápida saturação do sistema. É suficiente que oito estações
estejam em comunicação com assinantes da rede fixa, para
ue os demais cento e trinta e dois fiquem sem possibilidade
e comunicação.
Visando obter o melhor aproveitamento de um conjunto de
freqüéncias, alocadas para uso compartilhado em redes mó
veis, operando em área muito extensa, diversos estudiosos
têm desenvolvido seus próprios modelos (14) (15).
Tais modelos baseiam-se em uma estrutura geométrica, sobre
a qual se faz o estudo de distribuição de freqüência (ou grupo
de freqüéncias). Nessa estrutura, com células básicas geral
mente de formato exagonal, são distribuídos os canais, vi
sando obtenção de um mosáico, onde uma determinada fre Fig. 2 — Estrutura celular para 7 canais.
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