Page 36 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1982
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T E C N O L O G I A
C O M U N I C A Ç Ã O X . 2 5
Eng.° Mario Kaphan
1. Introdução tais redes em operação, utilizando o 2. Abrangência da recomendação X.25
X .2 5 co m o p r o to c o lo d e a c e s s o em redes de comutação de pacotes
Neste artigo, descrevemos de forma in (respectivam ente, as redes Telenet,
trodutória, a recom endação X.25 do Transpac e D atapac), send o que os Se uma forma genérica, uma rede de
CCITT ("Consultative Committe for In franceses utilizaram o X.25, a despeito com utação de pacotes é um sistema de
te r n a tio n a l T e le p h o n y and T ele das inúmeras críticas que recebeu, tem c o m u n ic a ç ã o de dados que provê
graphy"), que define um protocolo de sido progressivamente adotado como meios para a troca de informação, for
acesso de "term in ais" operando em norma, na definição de redes públicas e matada em blocos de tamanho limitado
modo "p acote" aos nós de uma rede privadas. Concorreram para este fato (pacotes) entre quaisquer elementos
pública de comutação de pacotes. diversos fatores, dentre os quais desta processadores a ela conectados. Tais
camos a sua elaboração relativamente redes têm como principais característi
A referida recomendação foi elaborada rápida (responsável também por algu cas o seu partilhamento entre grande
a partir do consenso dos "Serviços Pos mas de suas falhas), evitando que as quantidade de usuários, resultando em
tais, Telefônicos e Telegráficos" (PTT) em p resas in v estissem d em asiad a menores tarifas (proporcionais ao volu
de diversos países, dentre os quais se mente no estudo de alternativas, a pau me de dados efetivam ente transferi
destacam os Estados Unidos, França e latina aceitação do padrão pelas empre dos), uma elevada imunidade a erros
Canadá, quanto à necessidade de se sas fabricantes de equipamento de pro de tran sm issão e ao mau funciona
definir um padrão internacional de cessam ento de dados e o surgimento mento de elem entos da própria rede, e
acesso a redes de comutação de paco de circuitos integrados em larga escala, tempos de trânsito de mensagens com
tes. Já no início da década de 70, os que em muito facilitam a sua utilização. patíveis com processos "conversacio-
mencionados PTT, sentindo-se amea nais".
çados pela proliferação de redes priva No Brasil, em particular, este assunto é A figura 1 ilustra uma rede pública de
das de comunicação de dados, encon de grande atualidade, em virtude da com utação de pacotes, com os seus
travam-se empenhados na definição de próxima definição, por parte da Tele- p rin cip ais elem entos e terminais tí
redes públicas de comutação de paco brás, de uma rede pública de comuta picos.
tes. Atualmente, estes países possuem ção de pacotes.
A rede é constituída por uma série de
nós com utadores de pacotes, que são
processadores normalmente interliga
dos através de canais de alta veloci
dade, que efetuam o roteamento dos
pacotes a eles encaminhados, de sua
origem ao seu destino.
Os pontos de acesso externo à rede de
nom inam -se DCE ("Data Circuit Ter
minating Equipm ent"), e são conecta
dos às interfaces de equipamentos ter
[ H D minais, denominadas DTE ("Data Ter
minal Equipm ent"). Do ponto de vista
da red e, p od e-se considerar o DTE
com o sendo um gerador/consumidor
de pacotes, enquanto o DCE atua como
interface entre estes pacotes e a rede.
O s elem entos normalmente conecta
dos à rede são computadores e termi
nais de "consulta", que podem ou não
conter o DTE. Caso não o contenham,
esta função é suprida por processa
Terminal
Processador de comunicações
d ores de com u n icação, que tipica
mente são meros conversores de proto
colo e, freqüentem ente, atuam como
Computador
Nó comutador de pacotes concentradores de equipamentos ter
minais.
DCE DTE
Neste contexto, a recomendação X.25
define basicam ente a interface entre
Pi g ] . Rede de comutação de pacotes
um DTE e um DCE, além de fornecer