Page 38 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1981
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E M u m m v A
sional, a função complementa a mi
O l a v o D i n i z : nha formação e é encarada como uma
extensão da minha carreira, iniciada
u m h o m e m d e na iniciativa privada e para onde de
sejo um dia retomar.
T C n o g o v e r n o TB C om o vê V .E xa. a TELEBRA-
SIL?
d e S . P a u l o O.D. — Entendo que a TELEBRASIL
é o único instrumento que, hoje, o Se
tor dispõe para eficazmente construir
um universo fora de si mesmo. Isto
D e s d e o p r i m e i r o d i a d a T E L E B R A S I L , O l a v o D i n i z f o i porque é a única que reúne — numa
n e m b r o d a D i r e t o r i a E x e c u t i v a , e s ó s e a f a s t o u d a feliz inspiração — a iniciativa privada
V i c e - P r e s i d ê n c i a , p o r q u e f o i c o n v o c a d o p a r a a S e c r e t a r i a e a pública. Particularmente, como
um dos fundadores da entidade, dela
d e E s t a d o d e I n f o r m a ç ã o e C o m u n i c a ç õ e s d e S ã o P a u l o .
posso m e afastar tem porariam ente,
P o r i s s o , a s s i m q u e f o r l i b e r a d o , j á d e c l a r o u q u e mas afirmo que dela não m e distan
p r e t e n d e r e t o m a r à s s u a s a n t i g a s f u n ç õ e s e x e c u t i v a s n a cio, que estará sem pre presente em
T E L E B R A S I L e n o p r ó p r i o s e t o r d e t e l e c o m u n i c a ç õ e s . minhas cogitações e que pretendo a
ela retomar quando tiver cumprido a
missão que m e foi confiada.
TB — V. Exa. que sem pre trabalhou ação. E também o que existe e poderá
na in iciativa p riv ad a, com o está se deixar de existir por inação de todos TB — Q ual o conselho que V. Exa. dá
sentindo no G overno? nós, homens de comunicações; é ven à Indústria?
cer aquilo que tão apropriadamente o
O. D. — O m eu papel, na iniciativa Ministro Haroldo de Mattos denomi O. D. — De um modo geral, a conjun
privada, sem pre foi o de tratar com o nou de "inércia intrínseca" do setor. tura é difícil. Mas há outros setores,
Governo. Agora, com experiência de O Setor dispõe de entusiasmados de como o da indústria automobilística,
ambas as partes, creio estarem condi fensores no Governo, seja a nível fe em situação pior. O nosso, sob o
ções de reunir o que é melhor para derai seja a nível estadual e precisa ponto de vista industrial, tem gerên
ambas: a dinâmica da iniciativa pri mos utilizar estes meios para nos tor cia possível, capaz de adotar políticas
vada dentro da formalidade do Ser narmos auto-suficiente nas decisões e compatíveis com a hora, sem risco de
viço Público. na formulação da política pertinente. soçobrar.
O setor; como os demais, tem ne- Gostaria de dizer, também, que do
TB — A partir de sua nova perspec sariam ente d e atuar politica ponto de vista público, não me parece
tiva, com o vê as Telecom unicações? mente, isto é, relacionar-se politica tarefa tão difícil administrar o setor,
mente,, fazer-se mais presente, discu tivermos em mente que a Política
O. D. — Como um segmento, um se tir mais os seus números. Agora que não se dissocia dq administração. Por
tor de atividades. O Governo de São estou colocado no outro ângulo, vejo isso, é necessário que exponhamos li
Paulo é o maior Governo estadual do que as soluções dadas pelo Governo vremente nossas idéias, não sejamos
país. Este tem po que estou no Go muitas vezes são circunstâncias, isto tím idos diante das circunstâncias
verno já foi suficiente para tomar é, dependem de uma atitude política aparentemente adversas, e formule
consciência de que os homens de tele em um determinado momento, mais mos decisões capazes de empolgar o
comunicações vivem compartimen do que uma postura técnica, que sem mais alto poder decisório do País.
tados. pre é hermética e nem sem pre desejá
vel para todos os casos.
T B — Q u a l s e r i a , e n t ã o , o s e u T B — E s o b r e n o s s o P a i n e l
conselho? TB — Com o deve ser exercida a fun Internacional?
ção pública?
O. D. — Como tomei uma razoável O. D. — A TELEBRASIL é uma asso
distância do universo em que sempre O. D. — Toda função pública de con ciação sui-generis, aberta, e que ouve
vivi, ouso oferecer dois conselhos: a) fiança deve ser exercida com o um todas as partes; é, portanto, uma
am pliar o horizonte d e relaciona "M unus público " , sem p erd er de força d e im pulsão do desenvolvi
mento com os demais setores; b) pro vista as responsabilidades inerentes mento irreversível das telecomunica
curar dialogar direta e intensamente ao cargo, que são especialmente a de ções brasileiras. Por isso, sua missão
com.pessoas influentes ou de poten fesa irrestrita, sem limitações, das transcende o próprio País, e adquire
cial influente, no presente e no futuro atribuições que nos foram confiadas. foros de internacionalidade, mor
da política brasileira. mente quando todo o governo se en
TB — P orq u e aceitou V .Exa. as novas gaja num esforço de exportação, queé
T B — C o m o v ê o f u t u r o d a s funções? o cam inho inexorável da indústria
telecom unicações? brasileira e a única política capaz de
O. D. — Só aceitei essa função porque assegurar sua sobrevivência e conti
O. D. — É p reciso , antes d e mais as Telecomunicações estão inseridas nuar dando em prego aos milhares de
nada, lembrar o que não existia e pas dentro do contexto de minhas novas jovens que saem anualmente das uni
sou a existir, em virtude d e nossa atividades. E para minha sorte profis- versidades especializadas.