Page 18 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1981
P. 18
G o v e r n o A p e r t a C r é d i t o e E s t i m u l a E x p o r t a ç õ e s demais produtoras de bens conseguem dar bons
lucros, ou pelo menos não dão prejuízos, como
a empresa de Correios e Telégrafos. O Grupo
Telebrás, por exemplo, no entender de Mor
tada, apresenta-se bastante equilibrado, “com
uma taxa de poupança própria razoável” .
O titular da Sest frisou que “ o orçamento das
estatais prevê um maior esforço na geração dc
poupança interna, e um dos meios utilizados
para isto será a tarifação dos serviços
prestados” . Ele contestou, entretanto, que vai
haver uma liberalização nos preços públicos,
afirmando que isto não seria viável, uma vez
que o Governo atua em setores monopolistas.
Os bancos estaduais oficiais, como determinou
o CMN, só instalarão novas agências por um
prazo de dois anos, até 31 de dezembro de
1982, dentro das próprias fronteiras estaduais.
Houve limitação também para a expansão das
agências do Banco do Brasil e Caixa Econô
mica Federal (CEF), que não poderão crescer
além do aumento médio das novas agências da
rede privada.
A medida, segundo explicou o Ministério da
Após quase cinco horas, o Conselho Mone Outras importantes medidas foram a fixação Fazenda, tem objetivo de buscar um equilíbrio
tário Nacional (CMN), cm sua última reunião em 35% da taxa de juros em 81 a ser cobrada ao entre o crescimento da rede oficial e a dos ban
do ano, fixou as diretrizes econômicas e finan setor agrícola nas Regiões Norte e Nordeste, fi cos privados.
ceiras para o País no decorrer de 1981. Foram cando o Sudeste com percentual de 45%. O fi
aprovados, ao todo, 64 votos, entre eles o que nanciamento para a produção de manufatura
fixou em 50% da expansão do credito, dos dos exportáveis teve juros limitados em 35% e
meios de pagamento (dinheiro cm poder do pú os chamados projetos especiais do Norte e Nor I n d ú s t r i a
blico mais depósitos à vista na rede bancária) a deste. uma taxa de 12%. A concessão de che
da base monetária no próximo ano. A Caixa ques especiais dos bancos privados e cheques- C r e s c e 7 , 8 %
Econômica (CEF) terá de depositar no Banco ouro e a/ul do Banco do Brasil e Caixa Econô
Central Cr$ 100 bilhões, destinados ao apoio mica federal teve seu limite fixado em Cr$ 50 A produção da industria brasileira aumentou
do programa de crédito à exportação. M ii I. 7,8 por cento no ano passado — mais do que
em 79. quando cresceu 7 por cento de acordo
com levantamento divulgado ontem no Rio
D i m i n u i a P a r t i c i p a ç ã o d o E s t a d o n a E c o n o m i a pelo IBGE. Atravessa-se, assim, o terceiro ano
consecutivo de elevadas taxas de crescimento
O orçamento das empresas estatais para 1981, mia*. Mortada acrescentou que. se a apresen industrial, embora desde 1978 o governo venha
aprovado ontem pelo Conselho de Desenvolvi tação durante este ano de crescimento real das anunciando políticas, cuja intençãoé reduziro
mento Econômico, mostra claramente, se estatais for negativa, “ estará dentro do obje ímpeto industrial. Em 78, a indústria cresceu
gundo Nelson Mortada, chefe da Secretaria de tivo governamental". 7,3 por cento, em 79 a taxa foi ligeiramente
Controle das Estatais - Scst, órgão da Scplan, contida cm 7 por cento, voltando no ano pas
que o Governo “ não quer estatizar mais, e sim Com exceção das empresas governamentais sado, a se acelerar.
diminuir a participação do Estado na econo prestadoras de serviço, praticameme todas as
M o r r e M c L u h a n
O escritor c teórico canadense Hcrbcrt chegou a ser considerado “ o mais revolu seado nesta tese, afirmava que, “ enquantoo
Marshall McLuhan, que se tornou conhe cionário pensador desde Darwin, Galileu, homem da era da imprensa via cada coisa de
cido no mundo inteiro por suas teorias sobre Copérnico, Einstcin, Freud c Marx” . uma vez, em sequência linear (como uma li
os meios dc comunicação de massa, morre nha tipográfica), o homem moderno experi
ao final de 80, em Toronto, Canadá, aos 69 Enquanto deterministas económicos, como menta várias forças de comunicação ao
anos. McLuhan dedicou toda sua vida a de Karl Marx, defendem a tese de que a organi mesmo tempo, muitas vezes através de mais
monstrar que o mundo se havia transfor zação econômica de uma sociedade é a prin- de um dos seus sentimentos”
mado numa grande aldeia devido ao desen cipal in flu ên cia que lhe dá im pulso,
volvimento das comunicações. McLuhan achava que são as invenções, as Indo além, McLuhan afirmava que o jornal
novas técnicas, que modificam a organiza foi a primeira invenção a “ matar” o livro,
Ele foi o primeiro cientista a pesquisar o que ção social. Assim, na sua opinião, as inven assim como as revistas e as histórias em qua
chamava dc “ o fim do livro” , da linguagem ções do estribo para montar nos cavalos e da drinhos. Isto porque, no livro, a pessoa vê
escrita, c o início da Era Eletrônica, que armadura para os combates provocaram o uma coisa de cada vez, enquanto no jornal é
causou profunda transformação na socie aparecim ento da Idade M édia. O utro mais fácil correr os olhos pelas páginas, de
dade moderna, com o aparecimento da TV, exemplo: foram as invenções do papel e da modo descontínuo, analisando uma grande
do rádio de pilha, do telefone e dc outros imprensa que provocaram o aparecimento variedade de títulos, subtítulos, textos e fo
meios de comunicação. Por suas opiniões. de toda a moderna civilização ocidental. Ba tografias. (O Estado de São Paulo - 1-1-81)