Page 54 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1980

Está sendo igual mente questionado se certos Estas e outras idéias foram debatidas durante o

métodos de desenvolvimento utilizados e, que 9.° Congresso Mundial de Treinamento e De­

são centrados na mudança comportamental dos senvolvimento, realizado em setembro, no Rio

gerentes, não se diferenciam por demais das de Janeiro. Com cerca de 3.000 mil participan­

metas concretas de organização. tes, apresentando mais de 150 conferências, se­

minários e painéis, e com o apoio dc mais de 60

O desenvolvimento dos recursos humanos, entidades internacionais, o evento se constituiu

para alguns observadores, pode ser um instru­ numa grande feira de idéias. Dos 150 palestris-

mento de manipulação da política interna das tas, 23 eram mulheres, 57 eram estrangeiros e

organizações, havendo o perigo de ser utilizado 41 brasileiros que estudaram foram do país,

com um instrumento sutil c terapêutico de con­ principalmente nos Estados Unidos, não fal­

trole destinado a legitimar os valores e idéias tando quem comentasse (um americano) sobre

dominantes. o contrachoque cultural daquele que vai ao ex­

terior e regressa às suas origens, trazendo pro­

Os métodos de desenvolvimento para geren­ O aumento de produtividade da mão-de-obra blemas de comunicação.

tes não devem ser vistos como meios mágicos pode ser alcançado adotando-se estilos de

que irão solucionar todos os problemas. As fun­ gerência participativa, estabelecendo progra­

ções desempenhadas pelos gerentes são diversi­ mas e avaliando o rendimento dos programas de

ficadas. O bom gerente deve atuar como educa­ treinamento. Não há dúvida que existem obstá­

dor c catalisador para o aprendizado de seus su­ culos a serem vencidos, quando nos deparamos A educação é a base para a in­

bordinados, como um detentor dc capacitação com: a impessoalidade das organizações, as im­ tegração do homem ao tra­

técnica especializada, como promotor de inte­ perfeições dos sistemas de distribuição de ren­

gração entre pessoas e como solucionador de dimentos e o tédio das tarefas rotineiras. A con­ balho.

conflitos onde existirem expectativas antagôni­ ciliação dos objetivos individuais e empresari­

cas. O chefe deve maximizar a contribuição dos ais e o relacionamento chcfe-suborüinado são

indivíduos, utilizando suas habilidades dc li­ outros fatores que influenciam a produtividade

derança para construir equipes, realizar tarefas da mão-de-obra. .

e desenvolver subordinados. Dentre os conferencistas, contaram-se 42 dou-

A % ®
____ _ ___ s categorias prolissionais

Os métodos, hoje disponíveis, para o treina­ A produtividade depende muito da vontade es­ foram representados por 30% de técnicos em

mento e o aprendizado são bem diversificado e pontânea de contribuir que entra em conflito administração, 13% de engenheiros, 12% de

vão da auto-instrução programada, do estudo com os instrumentos formais tais como proces­ psicólogos, 12% de educadores, 8% dc bacha­

dirigido c do professor tutor, até a utilização do sos. métodos e controles inerentes às organiza­ réis em direito, 8% de sociólogos c 6% de eco­

“ vídeo-tape” , das gravações cm fita, do con­ ções, gerando um estado de f rustração adupta- nomistas, além de médicos, matemáticos, his­

sole dc computador c do uso de metáforas, mo­ tiva. E como resolver tais conflitos, dizem os toriadores, físicos, contadores e até um quí­

delos c filmes. Os filmes permitem sintetizar as especialistas, se não for através de uma mu­ mico, comprovando que o desenvolvimento

questões humanas dando-lhes um enfoque ho- dança de atitudes de acordo com as motivações dos recursos humanos é assunto atual, comple­

lístico, isto é, integrando diversas unidades em mais profundas tio sei* humano? xo e extremamente universal.

totalidades organizadas. O importante é apren­

der o com o aprender, ou seja, a deutero- A melhoria de produtividade e consequente­ (Pesquisa e Editoria Telebrasil)

aprendizagem. mente de mão-de-obra necessita de sérios in­

vestimentos a nível nacional, nos setores de

educação, saúde e treinamento, a exemplo dos

países industrializados. T E L E B A H I A

treinam ento não é luxo mas t e m n o v a e m b a l a g e m

Estão sendo detectados mudanças no perfil de

investimento. oferta dc mão-de-obras, caracterizadas por uma

menor atração dos cursos universitários frente a

limitações econômicas e profissionais do mer­

cado de trabalho. No outro extremo da escala,

existe a necessidade de se modificar, através do

Tendo em vista que ascendem aos cargos dc treinamento, o ciclo do pessoal não especiali­

direção profissionais dc todos os matizes, que zado, definido como “ baixa produtividade —

necessitam ser treinados nas ciências adminis­ baixo salário“ .

trativas, foi sugerida a criação de um CEDHG

— Centro de Desenvolvimento dc Executivos Novas profissões deverão surgir no campo das

do Governo. relações humanas tais como: a de animador(a)

de grupo, humanista, educador(a) de adultos e

Os processos dc Desenvolvimento Organiza­ agente de modificações organizacionais. O co-

cional estão sendo inquiridos, visto que, “ se m unicólogo, o ecologista, o especialista em

por um lado podem ajudar as organizações a contatos sociais e políticos serão outras profis­

serem mais humanas e participantes, por outro sões que devem florescer neste fim de século.

lado, podem agir como tranquilizantes que en­

torpecem os impulsos liberadores das forças

que podem estruturar a organização de maneira

rcalmentc nova“ .

Certos críticos mais céticos até se manifestam

dizendo que os participantes dc DO são “ os sa­

cerdotes dc uma nova burocracia, ajeitando as A nova embalagem p telefônicos

coisas um pouco daqui, melhorando-as um pou­ da TELEBAHIA traz, verso, informações

co dali, para tornarem a vida nas organizações sobre serviços prestados pela empresa.

um pouco mais tolerável“ .