Page 10 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1979
P. 10
butida em produtos industriais de alta dora de riquezas e sua única mantene nologia para promovermos o desenvol.
densidade tecnológica e em serviços. dora. Na nova revolução, isso é ainda vimento integrado e harmônico deno$.-,
mais forte e decisivo. so País, eliminando as injustiças so-
3 — Somente uma Nova Ordem Inter ciais, sem, no entanto, irmos ao limitç
*
nacional pode oferecer alguma A base desta revolução é a microeletrô- de escravizarmos o homem a esta tec
esperança de melhoria aos países do nica. O apoio governamental ao desen nologia da qual, paradoxalmente, tan
quarto mundo. volvimento da microeletrônica é um to dependemos.
termômetro da importância que um
4 — O diagrama nâo leva em conta a país lhe dá. Somente conseguiremos este objetivo
“ vontade nacional” que, em casos fa se o Governo brasileiro estabelecer
voráveis, poderá sobrepujar as limi E o que temos feito? Apesar do interes uma política adequada, que permita a
tações materiais. Foi com fundamento se do Minicom, da Capre, do Geicom e nossa integração à sociedade da infor
na “ vontade nacional” , da qual o da TELEBRÁS —- esta particularmen mação, como dominadores de seus ele
exemplo japonês é o principal, que os te através da atuação de seu Centro de mentos básicos, como senhores nesta
países do segundo mundo atingiram a Pesquisa e Desenvolvimento e das uni sociedade, e não como marionetes que
posição que ocupam. versidades comprometidas com seu fomos na sociedade industrial. Nâo é
programa —, a verdade é que pouco um sonho aspirar tanto. A divisão do
5 — O gráfico é praticamente comple
tem sido feito. De concreto mesmo só mundo proposta pelo Clube de Roma
to nas relações de países dos primeiro e
temos a Transit, fruto da coragem de mostra que temos potencialidade para
para j
terceiro mundos, mas apenas exempli-
pesquisadores da USP, do arrojo de exercer importante papel nesta socieda^ ]
ficativo nas demais.
empresários mineiros e do apoio, ini de de amanhã.
cialmente da Sudene e, mais tarde, da
Este novo modelo, mais racional e coe
TELEBRÁS. Não poderia encerrar esta palestra
rente com a nova realidade de um mun
manifestar a minha firme e inabalável '
do superpovoado e no limiar de esgota
Urge mudar essa situação. Nós, que es convicção de que, por razões técnicas, i
mento de recursos naturais, ressalta a
tamos no terceiro mundo, temos que aqui plenamente demonstradas, e por ij
importância da tecnologia nas relações
nos conscientizar de que essa revolução razões do modelo político que adota- j
entre os países e no bem-estar dos po
é uma realidade e, se não nos empe mos na exploração dos serviços públi
vos. Muita coisa vai mudar — e vai
nharmos a fundo agora, vamos perder cos em nosso País, o único caminho
mudar rapidamente.
inteiramente o poder de competição. que devemos seguir é o percorrido pela j
Uma das primeiras preocupações do Europa e pelo Japão, isto é, atribuirão j
Clube de Roma quanto a tais mudan Acompanhando como acompanhei a setor de Comunicações a responsabili
ças, diz respeito ao fato de que, procu evolução das telecomunicações brasi dade pela execução da política da ie
rando baixar os custos, os países do leiras, tenho consciência de que somen lemática, a fim de que no Brasil nãos; j
te uma decisão do Governo, definindo impeça o casamento telecomunicações]
primeiro mundo (e muitos do segundo
uma política para o setor, onde fique e informática — um determinismo du
mundo) descentralizaram suas indús
bem claro o órgão que a executará, evolução mundial dos dois setores. Aej
trias, instalando-as em países de mão-
bem como as fontes de recursos com atribuir ao nosso setor a competência
de-obra barata, como Formosa, Coréia
que contará para o sucesso do em para detalhar a política e executá-la,
e outros. Agora, com o desenvolvimen
preendimento, conduzirá o Pais ao seu deve-se ter em mente que o nosso Pais
to das telecomunicações, da microele-
grande futuro. apresenta características especiais. Su
trônica, do computador, da in
formática c do automatismo, forman ínos um País continental, com regiòe
Permito-me, para reforçar esta afir já desenvolvidas e outras ainda subde
do a sociedade de informações, eles po
mação, recordar a evolução das teleco senvolvidas. Em conseqüência, somer
derão trazer de volta para suas casas
municações brasileiras. Nelas, vivemos te a manutenção do monopólio estau
aquelas indústrias, o que agravará ain
duas fases: a anárquica, anterior ao pode conduzir a um desenvolvimen']
da mais a disparidade entre as nações.
Código Brasileiro de Telecomuni harmônico da telemática, corriginc
cações e a institucionalizada, posterior
Voltando às minhas palavras iniciais, distorções e impedindo que volte
a este Código, o qual, definindo uma ocorrer o atraso em alguns serviçosnv
creio lhes ter dado uma visão dos efei
política, criando um órgão para execu nos rentáveis, se for liberada a expk
tos que essa nova revolução, provoca
tá-la e fixando as fontes de recursos pa
da pelas telecomunicações e in ração pela iniciativa privada de #
ra a consecução dos programas, pro viços mais rentáveis. Como exentfj
formática — a telemática, promoverá
porcionou condições para o extraor do resultado desta última situaç*
no mundo. I
dinário desenvolvimento experimenta lembro-lhes os desastrosos resultai
Quanto â urgência e oportunidade de do pelas telecomunicações brasileiras. da política que, no passado, adotai
nossa integração a essa revolução, cabe com relação aos serviços telegrafia
aqui relembrar um dos conceitos que Estamos, realmente, no limiar de uma enquanto a Western ficou com ap*l!
apresentei ou defendi no Vil Painel da nova era. Uma era que se desenvolverá rentável, ou seja, a exploração dau
TELEBRASIL, em Atibaia, no ano sob o signo da telemática e na qual é grafia internacional e entre as cap'1-;
passado, sobre nacionalização do capi imperioso ingressarmos para vencer o dos estados litorâneos, o antico D1
w
*
tal e tecnologia. gap que nos separa dos paises desen foi incumbido da deficitária tele#
volvidos. No entanto, é imprescindível interiorana, mantida às custas do "
Naquela ocasião afirmei que, desde a ingressar bem, com uma perfeita ante nheiro público. Não queremos e '':
Revolução Industrial, a inteligência, visão dessa sociedade de amanhã. É podemos, de forma alguma, pen11]
ou seja, a tecnologia, é a grande gera fundamental que aproveitemos a tec que erro semelhante se repita na#]