Page 1001 - Telebrasil Noticiário
P. 1001
ibém à emprêsa nacional. Inúmeras empresas que procuram apenas uma visão da estratégia
nacionais se tem valido desse sistema. econômica a seguir nos próximos 10 anos. Isto
Uma terceira vantagem é que uma parce não significa um planejamento detalhado que
Ia substancial dos empréstimos obtidos no ex seria ridículo para o Govêrno. Não há esta
terior por êste veículo é feita por banco e ins tística nem capacidade de visão para tanto.
tituições financeiras que depois reemprestam Citam-se meios de estabelecer premissas de com
•êsnes recursos no mercado nacional, aumentado, portamento para determinadas equações de com-
portanto, a disponibilidade de recursos para o riamento que permitam escapar ao imedia-
empresário nacional. tismc, oportunismo de certas decisões, ensejan
do, , 0_u contrário tomar de.í sões presentes
É fácil ver, portanto, como uma aquisição com uma contemplação do futuro e não tomar
simples dessa pode ser perigosa para aquêles decisões presentes para repetir erros do passa
¦que não analisaram detidamente o problema do. Procura-se então ter uma grande estratégia
e passa a interpretar algo que favoreça ao de desenvolvimento que chegará ao ponto de
empresário nacional como algo que lhe é de- projetamento em alguns setores que, por sua
trimentoso, como se isso não bastasse, o Govêr- própria natureza, vive um longo período de
no Brasileiro, o atual Governo comeguiu que previsão: a indústria de energia elétrica que
as organizações financeiras internacionais que vive um horizonte mínimo de 15 anos, a in
normalmente só financiavam o equipamento dústria de aço -e dos transportes que vivem
Importado, onde do Exterior passassem a nos um horizonte mínimo de 10 anos. Nos demais
¦dar recursos livres, em moeda para conversão seCores a estratégia de longo periodo e comple
em cruzeiros, para compra à Indústria Nacio mentado por uma programação de investimen
nal e reforçando o empresário nacional. ¦ tos quinzenal e traduzida em planos operacio
Os Govêrnos anteriores somente obtinham nais, a serem constantemente revistos, por isso
crédito, frequentemente, em más condições para mesmo que a essência econômica está mais no
aquilo que importavam do Exterior; nós esta capitulo das artes do que no das ciências pre
mos alcançando crédito da Aliança para o Pro cisas ou matemáticas. Há um forte exasperan-
gresso, do Banco Interamericano, do Banco temente difícil de coeficiente humano a pertur
Alemão de Recursos e Desenvolvimento etc., bar as previsões e o planejamento; de que se
não apenas para o equipamento trazido do Ex cogita é êste executivo no tocante à obra go
terior. mas para o equipamento encomendado vernamental. A responsabilidade do setor go
no Rrasil, comprado à Indúnria e ao Comér vernamental é coordenadora no tocante ao pla
cio Nacional e fortalecendo o empresariado na no das diversas unidades autônomas de gcvêrno
cional . assim como às das entidades regionais e uma
A acusação portanto, não pode ser levada a das enormes complexidades do p'anejamento
sério, não posso escapar a impressão de que brasileiro é não ser uma organização unitária
mais de uma vez se tenta explorar o tema do e sim uma organização federativa, em que Es
tados têm uma ampla medida de autonomia,
nacionalismo, não como um fator de edifica
ção nacional, mas como um fator de mobiliza de tal forma, que o Govêrno não pode senão
ção de exaustão de energia, como simplesmen coordenar êsses planos com os estaduais, sem
te de um fator de mobilização de ressentimentos que lhe sobre capacidade impositiva. Tem que
c de proteção à ineficiência. ser um planejamento por persuasão e não por
imposição. Na voz da área do setor privado,
Sou a favor do nacionalismo construtivo, na grande área da emprêsa privada que ainda
do nacionalismo industrial fortalecendo a In compreende alguns setores da atividade econô
dústria Nacional. Direi agora algumas palavras mica. da nação do plano do Govêrno é mera
sôbre a posição específica do Ministério do Pla mente indicativa. Tudo o que o Govêrno pode
nejamento neste contexto, o que significa o fazer é indioar objetivos, metas de crescimento,
Planejamento, em que trecho tem êle se alen problemas de procurar e acertar estímulos ou
tado, em quê êle é relevante, útil ou antago propor desincentivos para a ação privada. Não
nista à Emprêsa Privada. O tipo de planeja lhe cabe nem manietar, r.em dar, nem regular
mento que se procura implantar no Brasil é o o comportamento privado. Trata-se de um pla
tipo politicamente meu, não é certamente c nejamento de moldura, de construção, de clima
planejamento intervencionista com úteis técni não de interferência daninha. Esta é a tarefa
cas de previsão, de fixação de objetivos e mé fundamental do Ministério do Planejamento que
todos de seleção de meios que podem lervir acredito, não compatível com o viger da Em
tanto para a ação estatal , como para a ação prêsa Privada, mas efetivamenCe, eficazmente
privada mas, em escolhendo êsse instrumental útil para o desenvolvimento da iniciativa pri
que não é socializante nem intervencionista, o vada, porque êste tipo de planejamento não
Govêrno procurou dar-lhe, explicitamente, in tem outras ambições senão da racionalidade à
centivo privatista, tanto assim que procurou ação governamental e, como dizem os france
•escalonar o planejamento em vários setores: ses, em seu planejamento positivo aceitar os
Há um planejamento a longo prazo para os fatos para escapar à fatalidade.