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A parte do leão do crédito bancário se diri Nação com o grau de intervenção econômica
gia para financiar, através do Banco do Brasil, do Govêrno na atividade e na produção nacio
02 déficits do Tesouro. A partir de 1965, ini nal. A participação no investimento é mu.
ciando-se o processo em 1964, tudo isto mu maior do que a participação na gestão e no
dou, o tesouro não pressionou o crédito ban poder nacional.
cário, o tesouro em grande medida se auto-
financiou. Houve, no entanto, uma vultosa Há alguns pontos que merecem comentá
expansão de crédito, seria mesmo uma exage rios porque frequentemente são sujeitos a errô
rada expansão de crédito e tôda ela dirigida pa nea interpretação. Há quem fale que o Govêr
ra o setor privado da economia. no não revelou uma prcpensão suficientemente
nacionalista no tratamento do empresário pri
Aceitamos uma expansão de crédito me vado. Ainda aqui o êrro de enfoque é consi
nor devido ao desejo de alcançarmos outros derado. Foi êsse Govêrno que na lei de mer-
objetivos, como por exemplo: acumulação de caucs de capitais promoveu, pela primeira vez,
reservas cambiais e a proteção estendida à estabelecimento de limitação no acesso de em
agricultura. Mas muitos empresários se esque presário estrangeiro à rêde bancária privada.
cem que o auxílio ao setor privado não se Anteriormente já se havia limitado o acesso do-
mediu apenas pelo crédito bancário. É que fo; investidor estrangeiro ao mercado de crédito-
criado tôda uma nova instrumentação de de oficial para investimento. Mas, não era êsse
senvolvimento através de fundos especiais co exatamente o problema crucial. O problema
mo o FINAME, FINEPE, FIDEME, etc., que mais crucial era a limitação do acesso ao mer
representaram pela primeira vez um esforço do cado bancário privado para ca-ifal de giro.
Governo de mobilizar recursos estrangeiros, não Isso foi feito na lei do mercado de capitais.
para financiamento de empresas estrangeiras ou Par não estiolar nem estagnar as emprêsas es
para financiamento do Governo ou de empresa trangeiras que dão ocupação a amplos segui
estatal e sim rara financiamento do setor privado. mentos da nossa fôrça de trabalho, que pagam
Que ouçam issõ e entendam isso os pseudonacio- impostos e que nos trazem tecnologia e que
nalista. que frequentemente praticam uma in algumas áreas exercem papel criador como na
dústria nacionaleira — utilizando a nobreza do indústria elétrica, na eletrônica, na petroquími
termo e o poder criador da inspiração nacional ca, na indústria automobilística e na indústria
— para proteger-se contra a concorrência e o pesada, a fim de não estiolá-las, preferiu o
resguardo de sua própria ineficiência. Finalmen Govêrno pressioná-las no sentido de buscarem-
te a contribuição eu uma das contribuições crédito no exterior através de um mecanismo-
mais importantes do Governo foi nos investimen melhor e mais conveniente ao interêsse nacio
tos de infra-estrutura. Foram aplicados estão sen nal, do que o anteriormente existente. O me
do aplicados e serão aplicados enormes recursos canismo anterior, criado por govêrnos que se
na infra-estrutura de energia, assim como na in diziam nacionalistas, era o chamado mecanb
fra-estrutura de transporte e de educação. Nesse me - o swaps — operação de compra e venda
campo com menos vigor e progresso do que de divisas estrangeiras a uma taxa garantida.
nos dois anteriores. O Govêrno decidiu liquidar gradualmente os
swaps c substituí-los por um nôvo sistema em
Muita gente se diverte comparando alga que empresários estrangeiros eram pressionados
rismos sôbre a participação do Governo, inves no sentido de irem buscar capital no exterior,
timento global da Nação, concluindo que esta trazendo para o País. sem entretanto se fixar
participação governamental já supera 50% dos prèviamente a taxa. Ou o investidor estrangeiro
investimentos totais e que isso representaria uma corria o risco da faxa de câmbio, ou, se quises
insuportável medida do intervencionismo esta se uma compra de câmbio futuro após algum
tal. É óbvio que o raciocínio é deficiente, nem temno. tinha aue pagar uma determinada taxa.
todo investimento estatal significa intervencio de juros assaz pesada no final.
nismo, nem todo investimento estatal reforça Tem.-se dito oue essa instrução 289 favo
poder estatal. O investimento estafai em ener rece o investidor estrangeiro em detrimento do
gia, em transporte, no abastecimento de água, nacional. Não é verdade porque, convidado a
que nenhum Govêrno fêz tanto para levar êste utilizar dêsse recurso, investidor estrangeiro dei
conforto mínimo e êste requisito industrial má xou de pressionar o mercado bancário nacional,
ximo às cidades do interior, nenhum dêsses ao qual teria acesso fácil porque poderia ofe
jnvestímentos significa poder adicional do Go recer garantias sólidas de firmas e emprêsas na-
vêrno. Pão investimentos tipicamente dirigidos 'cionais de grande potência financeira. Des
para o fortalecimento do setor privado. O Go comprime o mercado de crédito nacional dei
vêrno neles é apenas um promotor, o investidor xando recursos mais amplos para o capital na
privado é realmente o usuário e o beneficiário cional.
do investimento. Não há falácia mais perigosa c
Simples do que se confundir o grau de parti Em segundo lugar o recurso dêsse método
cipação do Govêrno no investimento total da de busca de dinheiro externo está aberto tam-