Page 8 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1974
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UM POUCO DE HISTÓRIA



                            A   Conferência  Mundial  de  Radioco-
                             municacões  Marítimas  (U IT ,  Genebra
                            22.4 ? 7.6.1974)






       Em  nosso  artigo  anterior  tivemos  a  oportunidade   atender aos reclamos da  navegação de cabotagem e
       de  trazer  ao  conhecimento  dos  jovens, um pouco   de  longo  curso,  fruto  do  ímpeto  que  vem  sendo
       de  história  dos  acontecimentos  que resultaram  na   dado  pelo  Governo  à  nossa Marinha Mercante,  ao
       criação  da  União  Internacional  de  Telecomunica­  reaparelhamento  dos  portos e ao desenvolvimento
       ções.                                      da pesca.
       Aproveitando a oportunidade da realização, em Ge­  A Conferência Marítima de  1967  adotou um certo
       nebra.  de  mais  uma  Conferência  Administrativa   número  de disposições que começaram a vigorar de
       MunrSal  de  Radiocomunicações  "Marítimas"  (22   acordo  com  um cronograma então  fixado, e cujos
       de  abril  à 7 de junho de  1974), e por se tratar de   pontos principais são:
       assunto  de  grande  interesse  para  o  Brasil, tratare­  — introdução  progressiva,  até  1.  de  janeiro  de
       mos hoje de alguns tópicos deste assunto.    1972,  da  radiotelefonia  em  faixa  lateral  singela
       Excetuadas  as  primeiras  conferências, para regula­  (SSB)  nas  faixas atribuídas ao Serviço Móvel Ma­
       mentar a récem-nascida rádio-telegrafia, então ape­  rítim o, entre 1605 e 4000 kHz;
       nas utilizada para comunicações com alguns navios,   — introdução  progressiva,  até  1.  de  janeiro  de
       realizadas  respectivamente  em  Berlim  (1903  e   1978,  da  radiotelefonia  em  faixa  lateral  singela
       1906)  e  Londres  (1912).  a  Conferência  Marítima   (SSB) nas faixas entre 4000 e 23000 kHz;
       de  Genebra  (1967)  foi  a  primeira que em âmbito   — nova  atribuição para o uso das frequências a se­
       mundial  se dedicou exdusrvamente ao serviço  mó­  rem  consignadas  para  as  estações  radiotelegráfi-
       vel  marítimo,  isto  é,  radiocomunicações entre na­  cas  de  bordo,  que  utilizam  as  faixas  entre  4  e
       vios e entre estações costeiras e de navios.  27.5 MHz  (teleimpressores — transmissão de da­
       A  Conferência  Marítima  de 1974 é portanto a se­  dos oceanográf ícos etc);
       gunda especializada neste assunto.          — redução  de  50  para  25  kHz  de separação entre
       As  regras em vigor relativas ao serviço móvel marí­
                                                    canais utilizados no serviço radiotelefònico marí­
       timo.  acham-se integradas no  Regulamento de  Ra­  timo, na faixa de 156 a 174 MHz, disposição essa
       diocomunicações  da  U.I.T.  e  visam  a  permitir  o   que  começará  a vigorar gradualmente e se efeti­
       funcionamento, em todo o mundo, sem interferên­  vará em I  de janeiro de 1983;
       cias.  do  maior  número  possível  de estações  radio­  — condição  da  utilização  dos  dispositivos  de  cha­
       elétricas.                                   mada seletiva (a chamada seletiva implica na atri­
       A tendência prevista por ocasião da Conferência de   buição a cada navio, de um sinal codificado equi­
       Genebra,  relativa  ao  desenvolvimento  da  Marinha   valente a um número de telefone e dotá-lo de um
       Mercante,  tem se confirmado no transcurso  destes   receptor  automático  para  entrar  em  funciona
       cinco  anos.  com a sensível  diminuição do número   mento ao ser recebido o sinal codificado transmi­
       de  navios  de  passageiros  (considerados, então,  na­  tido por uma estação costeira);
       vios  de  muito  tráfego)  em  favor  dos  aviões  e um   — condições  para utilização das  radiobalizas de  lo­
       aumento espetacular do  número de navios de carga   calização de sinistros  (destinadas a facilitar o sal­
       (considerados, então,  navios de pouco tráfego), es­  vamento  dos  tripulantes  de  barcos  e  aeronaves
       pecialmente petroleiros, graneleiros e  "containers"   desaparecidos  no  mar,  sem  terem  podido  trans­
       paralelamente  a  um  considerável  desenvolvimento   m itir os sinais de alarme ou de socorro);
       das frotas de pesqueiros.                   — medidas  gerais destinadas a reforçar a segurança
       Isto  significa  que  as  necessidades  dos  usuários  se   no mar  (código de sinais e escuta nas frequências
       modificam, do ponto de vista da segurança da vida   de socorro).
       e  da  propriedade,  para facilitar a movimentação e
       operação  dos navios ou para a transmissão da  cor­  Agenda da Conferência de 1974
       respondência pública.                       O conselho de  Administração da  UIT, ao convocar
       Este  assunto  é  de  grande  interesse  para  o  Brasil,   esta  Conferência,  de acordo com uma Recomenda­
       que  manteve  praticamente  estagnadas  as  suas  co­  ção de Conferência Marítima de  1967, estabeleceu
       municações  marítimas  e  que agora  procura atuali­  a seguinte Ordem do Dia:
       zá-las.  com  novas  estações  e  equipamentos  para  "Examinar e  revisar, caso necessário, as disposições
      ó
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