Page 6 - Telebrasil - Julho/Agosto 1969
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A  TELEBRASIL,  através  de  seu  Presi­  um  dos  maiores  autores  brasileiros  deixou-
       dente,  Sr.  Hugo  Pinheiro  Soares,  está  se  di.   êle  testamento  legando  o  seu  telefone  a
       rigindo  ao  Sr.  Joseph  J.  Aiken,  editor  da   sua  senhora.  Então,  para  adicionar  um  pou
       revista  “Telephony” ,  para  retifcar  os  dado-   co  de  tempêro,  seus  filhos,  querendo  o  te.
       divulgados  e  oferecer  ao  articulista  elemen   lefone,  requereram  em  Jrízo,  calorosamen
       tos  mais  precisos  e  atualizados,  que  mos­  te,  a  h-rança.  E  aqui  nos  Estados  Unidos,  os
       tram a  grandiosidade  da  - bra  que  es'á  sendo   assinantes  descontrolam-se  e  f:'cam  zanga,
       realizada  no  País.  no  campo  das  trIeccmunl   des  cem  a  Companhia  Telefônica,  se  ela
       cações,  não  somente  pela  EMBRATEL  —  em   retarda  dois  dias  a  instalação  de  sua  4.“
       prêsa  do  Governo  Federal  —  por  sua  subsi­  extensão,  no  banheiro t
       diária  Cia.  Telefônica  Frasi’eira  e  pelas   É  também  difícil  de  ser  acreditada,  mas
       associadas  desta,  Cia.  Tefefon'ca  de  Minar   absolutamente  real,  a  histeria  a  respeito  de
       Gerais  e  Cia.  Telefônica  do  Espírito  Santo,   Yictor  Koller.  Os  Estadcs  Unides  não  ha.
       de  acârdo  com  a  política  desenvolvida  pelo   viam  entrado  na  2.a  Guerra  Mundial,  quan­
       Ministério  das  Comunicações,  como  tam­  do  Koller  registrava  sua  inscrição  para  re­
       bém  por  outras  empresas  estatais  e  parti,   ceber  um  telefone.  Isso  foi  no  dia  15  dc
       culares  tais  como  a  OETFL.  da  Guanabara,   setembro  de  1941.  Em  julho  de  1968  Koller
       a  Cia.  Riograndcnse  de  Telecomunicações   finalmente,  recebeu  o  seu  telefone.  Tem  êle
       do  Rio  Grande  do  Sul.  a  TETEnan.  d"  Pa­  presentemente,  65  anos  e  registrou  o  ser
       raná,  a  Cia.  Telefônica  de  Pernambuco,  s   pedido  quando  tinha  38,  27  anos  atrás.
       Cia  Telefônica  da  Borda  do  Campo,  a  Te­
       lefones  da  Bahia  S/A,  a  Cia.  de  Telefones   Nasi  Felipe,  atualmente  com  70  anus,  re­
       de  Goiás,  a  Empresa  Telefônica  da  Paraí­  cebeu  o  sen  telrfone  um  pouco  antes  dc
       ba  e  outras  que  operam  no  interior  do  País  Natal,  em  1967.  Teve,  entretanto,  cue  es.
                                              perar  apenas  23  anos.          êle
         Va.mos,  agora,  aguardar  que  a  revista  ..e.   conhecia  alguém  que  trabalhav0  na  Com­
       reformule  o  seu  juízo  a  respeito,  mos*rand'   panhia.  Felipe  disse:  E"  fiquei  tão  f  iiz
       vidamente   esclarecida  pela  TELEBRASIL   quando  recebi  meu  telrfone  nôvo,  como
       o  pue  se  passa,  realire-te,  neste  País,  no   quando  nasceu  um  dos  meus  sete  netos!
       oemno  das  telecomunicações,  depois  que  o   Aqueles,  entretanto,  q'-e  não  gostam  de
       Governo  Federal,  corrigindo  os  êrros  do  pas­  esrerar  e  têm  bastante  dinheiro,  podem  su­
       sado,  através  da  segura  política  desenvol.   perar  a  frita  de  telefones,  no  Brasil,  q” ase
       vida  pelo  Ministério  das  Com-n'caçõPS,  tor   com  facilidade,  adquirindo-o  no  mercado
       non  possível  a  integração  de  urn  P’«-tema   negro.  O  preço  varia  de  S600  no  Rio  de  Ja.
       Nac'onal  de  Telecomunicações  eficiente  e   neiro  para  mais  de  $1.000  em  São  Paulo.
       moderno,  através  d.a  EMRRATFL  e  suas
       subsidiárias  e  das  empresas  que  operam,  por   Tudo  isso  é  causado  peia  aguda  frita  de
       concessão,  os  serviços,  em  todo  o  País.  telefones  no  Brasil  e  partic riarmente  em
                                         t    São  Paulo.  Com  uma  população  de  5  750.009
         Revela  o  artigo  comen+ado  aue  três.  bra­  pessoas,  aquela  cidade  conta  auenas  com
       sileiros  —  um  herdeiro  de  Guimarães  R rsa   330.000  telefones,  o  que  representa  um  te­
       e  os  Srs.  Victor  Roller  e  Nasi  Fel'pe,  espe­  lefone  para  cada  17  pessoas.  Por  simples
       raram  pr-r  mais  de  vinte  anos  para  r'ca­  comparação,  na  cidade  de  Nova  Yoruue  há
       berem  os  seus  telefones.  Convém  registrar   um  teiefone  para  cada  duas  pessoas.  E  itus-
       rntrc'ianto.  que  tais  pedidos  teriam  sido   iro  assim  os  americanos  frequentemente  se
       atendidos  em  J9R7  e  I'M!**  —   nr  queixam  de  que  não  é  suficiente.
       fa*-e  de  desenvolvimento  propiciada  pelo  Go.
       vêmo  Federal,  depois  one  as  en prê  a.s  ope­  Os  homens  de  emprêsa ’ exri:cim  a  crise
       radoras  do  serviço  teRf-on'ca  saíram  da  rs-   de  telefones  no  Brasil  dizendo  mie  o  su­
       taunação  em  que  estiveram  imersas,  por   primento  de  equipamentos  era  feito  mais  ou
       tantos  anos.  já  com  a  Cia.  Telefônica  Bra.   menos  de  acordo  com  as  exigências  do  ser.
       síleira  entregue  ao  controle  acionário  da   viço  até  a  2.a  Guerra  Mundial.  Naquela  épo­
       EMBWATEL,  e,  consequentemente,  do  pró.   ca,  paraJtzon.se  a  importação  de  novos  equi­
       prlo  Govémo.                          pamentos.  Mais  tarde,  dizem  os  brasileiros
                                              as  Companhias  Telefônicas  —  na  maioria
         Êste  o  artigo  da  revivia  “Telephony”  a   ds  propriedade  dos  Estados  Unidos  e  Ca.
       que  p.J” de  o  presen e  comentário  «me  trans   naná  —  ficaram  tremendamente  relutantes
       crevemos  a  seguir,  para  one  r>s  leitores  pos­  em  instalar  mais  telefones,  pois  as  tur fas
       sam  forinax  m“Ihcr  j ’izo  sôbre  a —atual   mensa<s  caíram  et-  o  mínimo  de  "o  ' í " 1«
       Imagem  dos  Serviços  Telefônicos  projetado   Isso  ocorreu  durante  um  longo  período  de
       no  exterior:                          controle  Governamental  nac.o ial s  a  e  in
                                              fle.cionário,  e  ninguém,  nem  mosmo  os  bra­
        “Assinante  espera  27  an°s  per  seu  telefone
                                              sileiros,  culpam  as  Companhias  Telefônica-
         Ká  uma  faJta  tão  aguda  de  telefones  no   pela  s’’a  atuação.. Isso  foi  simplesmente  um-
       Brasil  que  quando  morreu  Guimarães  Rosa  bom  negócio.
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