Page 28 - Telebrasil - Maio/Junho 1965

SUPLEMENTO DE MAIO E JUNHO
ANO VI DIVULGADO PELA
FEDERAÇAO DAS ASSOCIAÇÕES DE EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES DO BRASIL
RIO DE JANEIRO
A EXPLOSÃO DAS COMUNICAÇÕES
Observações do
GEN.-BRIG. JAMES R. MCNITT
Presidente da IT T World Com-
munications Inc.
Conferência proferida na Asso­
ciação de Comunicações Indus­
triais em Pittsburg, Estado de
Pensilvânia em 6 de maio de 1965 no entanto, o que aconteceu, no mes­
O mundo vem experimentando uma
expansão, sem paralelo na história, no
seu sistema de comunicações.
Não me refiro à nova matéria re­
centemente incluida em seu curriculum
pelo Departamento de Psicologia de
uma de nossas mais renomadas Uni­
versidades — o curso que se intitula
“ Percepção ExtraSensorial” . Se “ esta
história pegar", todos nós das Teleco­
municações estaremos desempregados...
Feita tal exceção, eu me refiro real­
mente às comunicações, no seu senti­
do mais amplo, incluindo os sistemas
que transportam recados telefônicos,
mensagens telegráficas, programas de
televisão e dados técnicos para compu­
tadores eletrônicos, em alta velocidade,
por cabo coaxial, pelo rádio ou atra­
vés de satélites de comunicações, bem
como a tudo aquilo que faz uso de tal
transmissão — quer sejam as comuni­
cações, em grande escala, de TV, rá­
dio, imprensa ou comunicações priva­
das que são do interêsse da maior par­
te dos que aqui se acham presentes.
Muito ouvimos falar, hoje em dia,
sôbre a explosão demográfica. Tal ex­
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DISTRIBUIÇÃO INTERNA
plosão se compara à que se processa
no sistema de comunicações, da mes­
ma forma que uma “ bombinha” de São
João se assemelha a uma bomba de
dinamite. Tomemos os Estados Unidos
como exemplo. Há duas gerações, esta
nação ultrapassava de pouco a ___
116.000.000 de habitantes; hoje, exce­
demos à casa dos 194.000.000, o que é
um aumento de 67%. Consideremos,
mo período com o sistema de comuni­
cações. Em 1925, existiam apenas 19
cabos telegráficos, de baixa-velocida­
de. através do Atlântico, oferecendo
uns 24 canais, cada um capaz de trans­
mitir uma média de 35 palavras por
minuto. Existia, igualmente, o inicio
de uma rêde de rádio de alta-freqüên-
cia, não havendo, porém, a telefonia
de bordo para terra, nem cabos coa­
xiais, nem satélites, nem tampouco
serviços de transporte aéreo de pas­
sageiros ou carga. Nossas comunicações
com as outras partes do mundo eram
ainda mais rudimentares.
O mundo hoje vem, diariamente, in­
crementando seu sistema de cabos coa­
xiais de alta capacidade, o qual bre­
vemente, através do Atlântico, prove­
rá mais de 500 canais de voz. Se ti­
véssemos de dividir cada um dêles em
22 canais telegráficos de 50 “ baud’\
transmitindo 66 palavras por minuto,
teríamos — se meus cálculos estão cor­
retos — uma capacidade superior a
700.000 palavras por minuto, compa­
rada com 840, em 1925, o que represen­
ta um aumento de 83.000 %.