Page 2 - Telebrasil - Maio/Junho 1965
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BILHETE AL E I T O R
CONTEL, ÓRGÃO ATUANTE
H U G O P. S O A R E S
A entidade que se responsabiliza, atualmente, pelo controle e fiscalização
dos serviços de telecomunicações no Pais — o Conselho Nacional de Telecomu
nicações — vai, paulatina e galhardamente se estruturando em bases defini
tivas, de modo a tornar-se atuante e eficiente.
Em recente contato que tivemos, no mês passado, com aquêle órgão federal
e alguns de seus eminentes Conselheiros e ilustrados assessores, pudemos aqui
latar o esforço concentrado de todos no sentido de dar forma uniforme e homo
gênea ao sistema de telecomunicações existente, hoje, no País, traçando as co
ordenadas principais que haverão de ensejar em futuro não muito distante, a
completa recuperação do tempo perdido e o cabal revigoramento das emprêsas
até bem pouco tempo desamparadas e desassistidas.
O Presidente do órgão, o ilustre Vice-Almirante José Cláudio Beltrão Frede
rico, tem sido incansável no esforço que se desenvolve, hoje, em ritmo acele
rado, visando à efetiva estruturação de um setor eficiente e adequado de con
trole e fiscalização dos serviços de telefonia, telegrafia, radiotelefonia e radio-
teiegrafia no País — e para isso tem contado, como qualquer um pode verifi
car com facilidade, com a efetiva e dedicada cooperação dos demais Conse
lheiros.
Apesar das diferentes formações profissionais que caracterizam o corpo de
Conselheiros, composto de modo não muito homogêneo, de ilustres e represen
tativos elementos de variadas categorias — bacharéis, políticos, militares da
ativa e da reserva, técnicos e não técnicos, todos homens de elevado gabarito
moral e intelectual — vai-se fazendo possível, com o decorrer do tempo e a
experiência haurida do exame dos processos que por ali tramitam, instituir-se,
no Brasil, algo de útil e atuante no campo, principalmente, da telefonia.
Tivemos, no Rio, oportunidade de sentir o muito de dificuldades que cercam
o Conselho — desaparelhado, materialmente, mal alojado e sem a efetiva assis
tência dos poderes públicos. E’ um grupo elogiável de patriotas, que se desdo
bra para suprir, com inaudito esforço, contrariando seus interêsses privados,
seu conforto, e, nas mais das vêzes, sua própria tranquilidade, as falhas e a pre
cariedade material do próprio órgão. São homens que vivem, tõdas as horas
do dia em seus gabinetes de trabalho, ali tomando refeições improvisadas, de
bruçados em processos quase sempre mal formalizados, mal justificados e mal
elaborados, vindos de todos os pontos do País — tudo porque as emprêsas na
cionais de telefonia, em grande parte também desaparelhadas e até aqui desas
sistidas, não dispõem da orientação necessária para a formalização de seus pe
didos ao CONTEL, em têrmos adequados, facilitando, assim, seu exame e decisão.
Tivemos oportunidade de tratar com o Cel. Hélio Amaral, Vice-Presidente
do órgão; com o dr. Hugo Dourado, que ali representa o Ministério da Justiça,
com o Comte. Portela e o Dr. Enéas Machado de Assis, representante, êste último,
no Conselho de uma das facções políticas do Congresso. Pudemos falar com
<o Dr. António Marques, Chefe da Divisão Jurídica, com o Dr. Klier, seu
assessor, com o Dr. Harley de Lima, Chefe da Divisão de Estatística e com o
•Comte. Djalma Ferreira, Diretor do DENTEL — e em todos êles pudemos sentir
o acendrado desejo de instituir no Brasil um organismo adequado, prestante e
•eficiente, apto a contribuir para a formação decisiva de um sistema nacional
•de telecomunicações refortalecido, bem aparelhado e auto-suficiente.
O exame dos pedidos de reajustamento de tarifas encaminhados pelas em
prêsas telefônicas tem sido feito com o maior cuidado, desdobrando-se os asses
sores no crivo que se faz necessário para impedir os abusos, mas, ao mesmo