Page 8 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1964

COMUNICAÇÕES ATRAVÉS DE SATÉLITES
Realizou-se no dia 11 de agosto últi­
mo, na sede do CONTEL, uma pales­
tra de grande interêsse. O conferen­
cista foi o Sr. Edwin J. Istvan, técnico
em comunicações via satélites e repre­
sentante de “Comunication Satellites
Corporation” .
além do Presidente do CONTEL e Con­
selheiros, os Senhores: Ray H. Crane,
representante da Embaixada dos Es­
tados Unidos da América; Cel. Valin,
da ENTEL; Sr. João Aristides Wiltgen,
da CTB; Sr. Edwin Fonn, representante
da Panair do Brasil e Srs. Luiz E. Ga­
lante e Antônio Fontes da INBELSA
(Phillips) .
A palestra, bastante informal, ver­
sou sôbre um projeto da “Communica­
tions Satellite? Corporation”, COMSAT,
emprêsa de capital público e privado,
constituída com a autorização do Con­
gresso Americano. Êste projeto consis­
te na realização de um sistema global
de comunicações através de satélites,
que poderá ser utilizado por todos os
governos e emprêsas do mundo. Os es­
tudos até agora foram feitos por uma
companhia particular. Estão sendo es­
tudados 3 tipos de satélites: 1) Saté­
lite de média altitude randômica ou
aleatória. 2) Satélite de média alti­
tude controlada. 3) Satélite do tipo
síncrono. Os satélites de média alti­
tude tem que ter duração de três anos
para serem econômicos, os de síncro­
no, de grande altitude, poderão ter um
ano de vida somente. Das experiências
realizadas com o síncrono, a primeira
fracassou, a segunda foi bem sucedida,
estando o satélite ainda em órbita, e
a terceira com o Syncro III também
já realizada em 17 do corrente está co­
locando o satélite em órbita.
No orçamento para lançamento de
um satélite, 80% é gasto com o lança­
mento e apenas 20% com o satélite
propriamente dito.
Noticiário do “ Contei” — 30-8-64
A “Communications Satellites Corpo
ration” e o Govêrno Americano, ped
rão, das emprêsas que desejarem for
cer satélites, que dêem garantia do tem­
po de vida dos satélites, pois êsse é o
fator considerado de maior importância
Estiveram presentes, para a economicidade do sistema.
Para a realização do Global System
foi planejado o “Basic System” progra­
ma a ser cumprido: Já foram feitos
os estudos dos três tipos de satélites.
Até março de 1965 deverão ser concluí­
dos os três protótipos. Em março te­
rá lugar a operação experimental on­
de será escolhido o vencedor da concor­
rência. Nesta escolha será levada em
conta, entre outras coisas a funcio­
nalidade e o custo do protótipo apro­
vado, e em 1967, finalmente, teremos
o “Global System” em pleno funciona­
mento. Até 1968 os satélites poderão
operar com 270 canais, que deverão
atingir em 1970 — 600 canais e em
1972 — 1.200.
O “Global System” é um empreendi­
mento comercial como outro qualquer.
Será formado com o capital de 200
milhões de dólares distribuídos cm co­
tas entre as diversas nações. Essas co­
tas acham-se atualmente, assim distri­
buídas: EE.UU. 61%, Europa 30.5r e
Países do Pacífico 8,5%. Èstes são. até
agora, os assinantes do convênio. Está
prevista uma redução para estas per­
centagens devido ao interêsse desper­
tado pelo programa, ficando então:
EE.UU. 50,3%, Europa 23%, Pacifico
6%, e 21% restante para os demais
países que ainda não participam do
convênio. Dêstes 217o, 17% mais ou
menos caberá à América do Sul. Essa
distribuição tem como base a necessi­
dade atual de cada nação (necessida­
de de canais-cotas) . Espera-se que o
Brasil entre com 1,57o, inicialmente.
As cotas ou ações de participação do
“Global System” subirão de preço, de-