Page 13 - Telebrasil - Fevereiro/Março

grossa à política que informa o já cé­
lebre «jôgo telefônico», ficarão à mar­
gem das disputas de bastidores e não
mergulharão nas águas, turvas ou lím­
pidas, das enorme caudal em que na­
dam tubarões e lambaris. Procurarão,
tão somente, apontar soluções para o
problema, soluções exequíveis e prá­
ticas, postas à prova com êxito inte­
gral em diversas regiões do País.
SANTANA
Vamos por parte, para não tumul­
tuar inutilmente o assunto. Assim, co­
meçaremos por afirmar que morado­
res do populoso bairro de Santana, pre­
judicados pela falta de novas ligações
(apesar dos reiterados pedidos enca­
minhados a quem de direito, alguns
dos quais datam, como os leitores por
certo não ignoram, de 10, 15, 20 e mes­
mo 25 anos), reuniram-se em comis­
são, debateram exaustivamente o caso
e chegaram à seguinte conclusão: êles
próprios contratariam a instalação dos
equipamentos necessários, mediante a
contribuição «per capita» (a ser paga
só pelos beneficiários, é claro), de cen­ importante, de sua propriedade.
to e cinquenta mil cruzeiros; essa im­
portância daria aos usuários a condi­
ção de acionistas da empresa assegu­
rando-lhes, ao mesmo tempo, a pro­
priedade do aparelho ou dos apare­
lhos, conforme fosse o caso, com to­
das as implicações de vantagens disso
decorrentes: venda, cessão, emprésti­
mo, arrendamento e assim por diante.
INSTALAÇÃO
Surgiu, nessa altura, uma pergunta:
haveria em São Paulo ou no resto do
país alguma companhia em condições
de fabricar e instalar, rapidamente, a
rede? Foi quando, procedido ao levan­
tamento do parque industrial bandei­
rante,chegaram aqueles santanenses a
saber que há, sim — não uma só, mas
nada menos de quatro emprêsas per­
feitamente aparelhadas para atender
aos reclamos de empreendimento de
tal vulto. Consultadas, responderam
mais ou menos nos termos que os lei­
tores vão conhecer a seguir.
CENTRO AUTOMÁTICO
Dispunham-se as firmas, cujos no­
mes omitimos por comesinho princí­
pio de ética, a fornecer um centro au­
tomático, com condições de entronca­
mento com a rêde telefônica já exis­
tente na metropole, além da natural
comutação destinada aos assinantes.
O sistema permitiria a ligação imedia­
ta de 10 mil linhas, incluindo-se nesse
total também os esquemas de PBX, e
abrindo campo praticamente ilimita­
do para as extensões. Mas, não fica­
vam aí, pois garantiam um preço glo­
bal de Cr$ 780.000.000,00 para o
complexo, e a entrega das primeiras
3 mil linhas um ano após a concreti­
zação da encomenda, prosseguindo as
ligações num ritmo de também 3 mil
linhas, mensalmente. Portanto, um
trim estre seria suficiente para que 10
mil munícipes, residentes em Santa­
na, dispuzessem de telefone automá­
tico, moderno e, o que é talvez mais
DOAÇÃO
De posse dêsses dados informativos,
os constituintes da comissão a que
aludimos no começo da presente re­
portagem, aprofundando-se na anali­
se do problema, depararam com algu­
mas dificuldades como a do entronca­
mento na rêde, eis que leis, posturas,
regulamentos e diplomas afins disci­
plinam o assunto, limitando-o em en­
quadramentos legais. Foi quando al­
vitraram a idéia, unanimemente acei­
ta, de — depois de comprado e insta­
lado o equipamento — fazerem dêle a
doação pura e simples à emprêsa con­
cessionária dos serviços nesta Capital,
vale dizer a entrega gratuita, sem
qualquer contrapartida, de todo o sis­
tema. E a permissionária, ou sua su­
cessora (devemos ter presente, aqui,
que a Companhia Telefônica Brasilei­
ra já se encontrava, na época, em re-