Page 7 - Telebrasil - Abril 1963

SE D E IX A DE R E A L IZ A R , pe­
la elevação dos custos dos bens de
produção, pela absorção dos lu­
cros reinvestidos na reposição de
estoques e pelo desinterêsse dos
investidores privados nos empre­
endimentos de longo prazo de ma­
turação .
Por fim se poderia ainda no­
tar que alguns casos há (como
o nosso atual) em que a inflação
nem é devida a investimentos e
sim a simples consumo, como au­
mento exagerado de salários nas
autarquias governamentais.
Êsse conjunto de prejuízos sofridos
pela comunhão vem demonstrar o absurdo
da PR O PA G A N D A DE DEMAGOGOS E
IMBECIS DE QUE A INFLAÇÃO F A ­
VORECE O DESENVOLVIMENTO ECO­
NÔMICO .
Escreve o ilustre economista Dr. Hans
Singer, das Nações Unidas:
«Nunca houve do meu conheci­
mento um caso de desenvolvimento
econômico bem sucedido realizado rece quase desnecessário apontar as me­
em situação inflacionária» ......... didas adequadas para debelar a inflação.
«N ão houve inflação na Inglaterra
no período de seu desenvolvimento
econômico de 17S9-1914; não houve
inflação no período de desenvolvi­
mento econômico dos U . S . A . ; não
houve inflação ligada ao desenvol­
vimento econômico do Japão; não
houve inflação no precesso de desen­
volvimento econômico da União So­
viética» .
Enquanto não se adotam sérias provi­
dências de caráter monetário não só quan­
to à despesa como quanto ao controle do
crédito; enquanto o Banco Central vai ce­
dendo invariàvelmente à requisição dos
governos para novos suprimentos de pa­
pel moeda; enquanto os controles de câm­
bio continuam a prevalecer; enquanto a
aplicação dos fatores de produção conti­
nua a ser guiada por preços inteiramente
deformados; enquanto tudo isso prossegue,
não será possível debelar a inflação.
No seu grande livro sôbre a inflação
alemã escreve o Professor Bresciani-Tur-
roni:
« A inflação de papel moeda é
a causa de uma série de desequilí­
brios da economia de um país. Seus
efeitos são análogos ao de certa mo­
léstia que causa no corpo humano
um desenvolvimento ou uma hiper­
trofia estranha e anormal de certos
músculos enquanto outros mús­
culos se atrofiam. A inflação
impede as várias partes da econo­
mia de um país de se desenvolver de
forma harmoniosa.»
Prefaciando a edição inglêsa do livro
de Bresciani-Turroni sôbre a inflação ale­
mã escreveu o grande Professor Lord
Robbins:
«E la deixou atrás, de si um
desequilíbrio económico e moral
que foi um campo fértil para pro­
liferação dos desastres que se se­
guiram. H itler foi o filho adotivo
da inflação.»
5) — O COMBATE A IN FLAÇ ÃO
Depois de que acabamos de dizer pa­
Elas consistem, resumidamente, em;
a) Restabelecer o equilíbrio entre a
receita e a despesa da União, in­
clusive autarquias e emprêsas
anexas;
b) Conter a expansão de crédito
bancário, tal como eu procurei
fa zer quando no Ministério da
Fazenda através da Instrução
108, ou como agora permite a
lei recentemente votada pelo
Congresso, elevando o encaixe
obrigatório que os bancos devem
manter em relação ao volume dos
seus depósitos ;
c) Realizar pelo menos uma «pau­
sa» salarial fazendo com que os
reajustamentos de salários nunca
excedam — e sejam mesmo um
pouco menores — do que a ele­
vação do custo da vida .
Basta porém o enunciado desses itens
para se compreender que o combate à
inflação exige dos governantes um gran-