Page 8 - Telebrasil - Novembro 1962
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vez, que seja hábil essa prática, sem como sistema indispensável ao desen
se dar conta de que uma batalha tra volvimento material e moral das na
vada sem ânimo para enfrentar o ini ções e condição de se atingir ao equi
migo em toda a frente e todas as po líbrio e à justiça, na distribuição de
sições, é batalha perdida, que não che bens e (vantagens materiais. Esta é
ga a mascarar uma capitulação. a posição dos que repelem e repugnam
o comunismoo.
Ora, o capitalismo não é uma dou
trina ou uma filosofia, mas um fato. Que há distorções e abusos a pedir
Um fato econômico-social, que assenta, correção, sôbre o regime capitalista,
como sistema, às atividades que lhe ninguém discute. E’ preciso, porém,
dão origem, sobre as bases invulnerá corrigir umas e outras, sem ferir de
veis da realidade — uma realidade uni morte o regime, o que levaria à sua
versal e permanente, surgida, por si substituição por outro, de consequên
mesma, das contingências sociais. Sob cias funestas, pois que as injustiças
a sua égide, nem tudo se passa às mil e desequilíbrios são ainda mais gra
maravilhas, é certo. Mas as retifica ves e não deixam margem a qualquer
ções que a vida e o equilíbrio social esperança de corretivo.
reclamam para serem válidas, e prin
cipalmente, eficazes, não podem pura Apresentar o capitalismo como uma
e simplesmente negá-lo, antes o afir monstruosidade — se isso tem sido
mam, dirigindo-se a corrigenda às feito a pretexto de fazer média com
suas distorções. os grupos e correntes de opinião que
não admitem médias, porque são ex
Não se pode chamar de capitalismo, tremados — é desservir e deseducar
corretamente, senão a um sistema eco o povo trabalhando para o inmigo.
nômico-social fundado no reconheci Proclama-se, pois, que nenhuma in
mento da legitimidade do capital. E justiça social, nada que atente con
quem diz «capital», diz propriedade, tra a dignidade da condição humana,
liberdade de iniciativa e de comércio, merece a aprovação e apoio, sob qual
de contrato e de mercado. Êsse conjun quer regime. Insiste-se, porém, e em
to de liberdades forma o alicerce de defesa da mesma dignidade humana,
outras liberdades mais altas e essen em que, sob o regime capitalista, há
ciais, como a de opiniões e consciência corretivos para as injustiças e técni
e sua manifestação. Sua vigência ca cas de regular a distribuição de bens,
racteriza o estado de direito, em que de forma a assegurar a todos o acesso
o indivíduo encontra meios de recur
sos para se defender contra o poder à sua posse e fruição, sem sacrifício
e seus eventuais abusos. de nenhum dos valores essenciais à
dignidade da vida.
Todas essas liberdades são solidá
rias entre si. O desaparecimento de Não dizem a verdade os que afir
uma só delas ameaça e põe em risco mam o contrário. Alguns, por equívo
a tôdas as outras. Cumpre, pois, de co, e de boa-fé, imediatamente apro
fendê-las, a tôdas e a cada uma, in veitados e explorados pela malícia dos
transigentemente, convictamente, de
claradamente, com firmeza e decisão, que ocultam, sob a máscara de uma
suposta preocupação igualitária, uma
desenfreada opressividade e traiçoei
ra ambição de poder».
NOVOS CANAIS DE MICRO-ONDAS PARA GOIÁS
O «Correio da Manhã» anunciou, em de ligações interurbanas, iniciou estu
sua edição de 13 de outubro último, dos para a instalação de novos canais
que o Departamento Estadual de Te de micro-ondas ligando Goiânia às ci
lecomunicações de Goiás, com o obje dades de São Paulo e Rio de Janeiro.
tivo de atender ao aumento do número