Page 41 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1977
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Plano Acre para o Ministério da Aeronáutica, com as nossas Universidades nos esforços de Uma aliança oportuna
ligando Cruzeiro do Sul, Rio Branco, Guajarâ- guerra".
Em fevereiro de 1943, a Cacique associou-se à
Mirim, Porto Velho e outras cidades da região
Philips. Essa união abriu novas perspectivas à
em ondas curtas. A fase heróica da indústria Uma boa experiência que ficou da Segunda
atualização e ao desenvolvimento tecnológico
de telecomunicações é bem definida pelo Dr. Guerra foi a demonstração da capacidade e
do setor.
Ignècio Abdulkader: "Sem o incentivo e a da criatividade brasileiras nas horas de emer
cooperação das Forças Armadas, numa gência. Naquela época a indústria, juntamen Renovaram-se seus métodos e processos de
época em que a moeda estrangeira valia te com o departamento de física da Univer produção. O saudoso e grande engenheiro
muito menos que sua cotação real no País, sidade de São Paulo, produziu os aparelhos Leon Rubin assumiu a chefia técnica da em
quando os direitos aduaneiros eram cobrados de escuta submarina e os ecobatímetros des presa, que acelerou seus planos industriais. O
pelo peso do equipamento a uma taxa de 12 tinados à Marinha do Brasil. E muitas pes Engenheiro Rubin merece ser reverenciado
cruzeiros velhos por quilograma, num mer quisas foram feitas na àrea de sonares e por todos os que militam nas telecomuni
cado restrito, era bastante idealismo pros radares. cações pelos seviços que prestou ao País
seguir na luta. Creio que não desapontamos nessa área. A morte prematura levou-o de
ninguém, pois que eclodida a guerra, os for Uma vez fornecedora para as Classes Ar nosso convívio, quando ele exercia os cargos
necedores estrangeiros desapareceram e o madas, a empresa fixava para si dois objetivos de professor do CTA e Chefe de Desenvolvi
País teve de contar, naquela emergência, de grande importância: desenvolvimento de mento de Laboratório de Pesquisas Eletrô
quase que exclusivamente com os recursos da uma tecnologia brasileira e a possibilidade de nicas do Instituto de Pesquisa e Desenvolvi
indústria nacional. Foi então que produzimos exportação através de conhecimentos e con mento da Aeronáutica.
com urgência os equipamentos imprescin dições locais, contando com organizações
Sucedeu-o também com grande mérito o Dr.
díveis à nossa defesa, colaborando também locais, nos mercados importadores.
Armei Picquenard, que hoje transmite sua ex
periência como professor do ITA.
A cooperação técnica e comercial da Philips
facilitou sobremaneira o alcance dos objetivos
até então buscados: mais de uma centena de
transmissores de radiodifusão de até 10 Kw,
desenvolvidos e fabricados no Brasil, foram
exportados a partir do término da Segunda
Guerra Mundial. Esse programa de expor
tação contou com o suporte do mercado
local, quando a Inbelsa forneceu para cerca
de 600 emissoras brasileiras de radiodifusão,
transmissores com potências de 100 a 50.000
watts.
É dessa época a mudança do nome Cacique
para Inbelsa, porque a semântica latino-ame
ricana atribuía à palavra Cacique algumas
conotações negativas, como chefe truculen
to, desordeiro, etc.
Com o apoio que lhe proporcionaram os
laboratórios de pesquisa da Philips e o ex
traordinário desenvolvimento da indústria
brasileira nos últimos anos, a Inbelsa pre
parou-se para a missão que lhe tem sido con
fiada de forma crescente pela Telebrâs e pelo
Ministério das Comunicações. Ao mesmo
tempo a Inbelsa recebeu uma nova convo
cação: o Exército estava colocando em
prática um plano de substituição de equi
pamentos de radiocomunicação; mas os
novos teriam que ser "brasileiros natos".
Empresas foram visitadas e selecionadas até
que o Gal. Rodrigo Octavio "recrutou" a ln-
belsa para os desenvolvimentos do equipa
mento rádio de campanha EB 11 ERC 607,o
primeiro equipamento de versão militar der
senvolvido no Brasil. Após este desenvol
vimento, na gestão do saudoso General Schnei-
der como sub-diretor d j DCOM, outros
vieram: a central telefônica de campanha EB
11 QC1/ETC, o sistema de ondas portadoras,
além do ecobatímetro e do radar ZW-06 para
a Marinha e o ISB para a Aeronáutica, apenas
para citarmos alguns trabalhos desenvolvidos
para as nossas Forças Armadas. Equipamen
tos de linha militar e fabricados em obediência
à "norma mil", por acordo com o Governo
brasileiro, estão sendo fornecidos ao Exército
de nação latino-americana, gerando divisas e
incentivando o nosso desenvolvimento tec
nológico na área militar.
A implantação do Tronco Nordeste de micro
ondas para a Embratel garantiu a naciona
lização da indústria de transmissão no País.
Gal. Silvio Frota e outros oficiais visitando o SOP - Sistema de Ondas Portadoras, durante a Ex Aliás, a Inbelsa já era pioneira na industria
posição do Dia das Comunicações — Brasília 76. lização de equipamentos de UHF e Multiplex.