Page 11159 - Revista Telebrasil

T a r í f a ç ã o t e l e f ô n i c a e a
Resumo
As contas telefônicas correspondem ao serviço desfrutado pelos assi­
nantes?
A resposta a esta pergunta depende do m étodo de ta rlfa çflo
utilizado pelas concessionárias e da eficiê n cia das rotinas de m anutenção
dos equipamentos.
0 autor aborda o princípio da m u ltim e d lç flo e vários m étodos de im pulslo-
namento dos contadores de cham ada. D iscute a precisfio de cada um
deles. A influência da cadência de m u ltim e d içfio
chamadas sflo analisadas p o r um processo de sim ulação para determ i­
nação numérica dos erros desses m étodos. Fínalm ente, tra ta a questão do
arredondamento dos tem pos de conversação no DDD e o ônus corres­
pondente arcado pelos assinantes.
^ - - —
1 - Introdução
A conscientização do consumidor em
exercer vigilância sobre as caracterís­
ticas e propriedades dos produtos con­
sumidos evolui rapidamente
abranger também os serviços que ad­
I atualmente é o referente às faturas de
quire. Um dos aspectos mais discutidos
pagamento de eletricidade, água, gás e
telefone. As contas apresentadas
correspondem realmente ao consumo
destes serviços? é uma dúvida que
perturba permanentemente o usuário
ao receber sua fatura.
} Os princípios operacionais dos dis­
positivos medidores, a precisão da
[ medida e os métodos de tarifação, se
j não observados sob o prisma da ho-
\ nestidade tarifária, poderão acarretar
d e f e s a d o c o n s u m i d o r
A.M. FERRARI
Engenheiro eletricista graduado em 196ti tralnamanto. Participou da grupos da
pala Escola Federal de Engenharia de trabalho do CONTEL para normalização
ItajubÂ. do Numeração a Sinalização da Rada Bra­
sileira. Na Indústria da Talacomunlca-
Especlalizou-se em Telecomunicações,
çOea. dedlca-sa à coordenação das ge­
em Estocolmo. Suécia, em 1967-58. De­
rências de Engenharia de Aplicação a da
sempenhou no setor das Telecomuni­
Desenvolvimento de Sistemas da Co­
cações atividades de instalação, projeto,
mutação.
professor, conferencista e gerente de
conquistar e assegurar a confiança do
assinante nas medições apresentadas
nas contos das concessionárias.
2 — A tarlfaçflo doã serviço»
telefônicos
autom ático
O objetivo deste artigo não é o de
abordar a problemática da definição
dos valores monetários da tarifa, mas
sim os critérios e possibilidades tec­
nológicas para a quantificação do ser­
e da quantidade de
viço prestado ao assinante, sob o as­
pecto de sua precisão.
Essa quantificação baseia-se — quase
universalmente — no tempo de con­
versação de cada chamada. O tempo
de conversação (Tc) define-se como o
"intervalo de tempo entre o momento
débito indevido aos usuários ou perdas
em que o assinante chamado atende
das próprias concessionárias.
(atendimento) e o momento em que o
O fato dos dispositivos de tarifação se assinante chamador repõe seu mono-
encontrarem nas dependências da fone no gancho (desligamento para a
concessionária, responde em parte frente)". Toda a tarifação no sistema
para telefônico, salvo as exceções abaixo,
pela incerteza com que o assinante en­ baseia-se na quantificação deste inter­
assinante como o equipamento au­ valo de tempo.
cara a quantidade mensal de pulsos
que lhe é informada. Desconhecendo o
Há outras variantes de tarifação de
tom ático computa seu "consumo de chamadas: a tarifa mensal fixa (in­
serviço telefônico", passa-lhe natural­ dependente da quantidade de cha­
mente pela mente a possibilidade des­ madas completadas); a tarifa simples
se equipam ento ter m anutenção (que considera apenas a quantidade
deficiente e apresentar falhas ou estar mensal de chamadas completadas).
com uma "tarifação viciada". Estes métodos aplicados às chamadas
locais não levam em conta a duração
Infelizmente, ambas as possibilidades
da chamada.
existem, havendo necessidade de
manutenção cuidadosa e adoção de A parcela de custos operacionais fixos
princípios sadios de tarifação para da concessionária que independe da